Saraiva e Cultura ainda são o tema principal das notícias do final de semana. No sábado (8), a Folha publicou matéria dizendo que o mercado editorial teme o efeito cascata da dívida da Saraiva e Cultura que médios e pequenos editores têm alta dependência dos negócios com as megarredes de livrarias. A Landmark, por exemplo, entrou com um processo judicial contra a Saraiva, que lhe deve R$ 169,7 mil. "Caso não consiga recuperar seus livros deixados em consignação, sofrerá severos prejuízos", afirma a editora no processo. A matéria ainda falou sobre o modelo de consignação usado no mercado editorial e o que algumas editoras estão fazendo para reduzir custos e passar pelas dificuldades.
O Zero Hora, de Porto Alegre, também falou sobre como a crise das grandes redes afeta o futuro do livro no Brasil e o Correio do Povo, também da capital gaúcha, focou em como as pequenas livrarias estão resistindo à crise. As duas matérias apresentam uma linha do tempo sobre o assunto, explicando como as duas grandes redes chegaram nessa situação e também ouviram o que especialistas no assunto têm a dizer.
A IstoÉ Dinheiro publicou um artigo de Edson Aran no qual ele diz que se salvar a literatura as livrarias também estarão salvas e comentou sobre as microeditoras ágeis que, em suas palavras, “comem pelas bordas em feiras literárias alternativas e vendas diretas pela internet — de livros físicos”.
O Estadão deu destaque para a Editora e Gráfica Heliópolis, criada por Paulo César Marciano para ajudar aspirantes a escritor a realizar o sonho de publicar um livro. A inauguração da editora só foi possível porque o projeto de Paulo foi selecionado pelo edital Rumos Itaú Cultural. A ideia é editar e imprimir, de forma colaborativa e como em uma cooperativa, livros de autores do bairro.
A Babel confirmou que a Livraria da Travessa irá abrir loja em Lisboa e em São Paulo. Em entrevista para a matéria, Rui Campos, criador da rede, disse que o desempenho anual deve ser 15% melhor do que o de 2017 e que só em novembro sua empresa registrou crescimento de 30% em comparação com o mesmo período do ano passado. A loja de Lisboa terá projeto assinado por Bel Lobo e terá 300 m² e será instalada no térreo de um casarão tombado no bairro cult de Príncipe Real. A livraria contará com cerca de 40 mil títulos e o investimento será de R$ 1 milhão. Em São Paulo, a Travessa estará na altura do número 400 da Rua dos Pinheiros, ocupando uma casa de 180 m² – mais compacta do que as outras.
Voltando a falar da crise, a coluna também contou que os editores e a Livraria Cultura ainda não chegaram a um acordo sobre a manutenção do fornecimento de livros para a rede – pensando principalmente no Natal. A Cultura quer pagar 10% no ato e o restante 30 dias depois. As editoras, sem receber há meses, querem o pagamento à vista, para minimizar o risco de ver seu prejuízo aumentar ainda mais, e um pedido de desculpas. Por conta disso, editores já anunciam redução na grade de lançamento e apostas nesses livros com mais potencial de venda – ou com potencial de venda em outros pontos, e não nas livrarias tradicionais.
A Babel também adiantou que a segunda edição da Festa Literária da Mantiqueira (Flima) será realizada de 16 a 19 de maio, em Santo Antônio do Pinhal. O homenageado será o escritor mineiro Luiz Vilela.
A revista Época, em sua coluna "Concordamos em Discordar" deste mês, trouxe Marcos da Veiga Pereira e Julio Silveira, que deram suas opiniões sobre o projeto de lei que reduz o desconto no preço de livros. Ambos responderam sobre se o projeto pode ajudar a resolver a crise, se pode ajudar a proteger pequenas e médias livrarias de gigantes da internet, se pode ajudar a aumentar o número de pontos de venda, dentre outras questões. A matéria, por enquanto, está disponível somente na versão impressa.
