Duas semanas depois da Saraiva ter pedido sua recuperação judicial e ter seu pedido aceito, o Valor trouxe a notícia de que o pedido está sendo contestado pela Sertic, empresa que importa e vende artigos de papelaria e brinquedos de montar, e que tem R$ 1,3 milhão para receber. O pedido foi negado pelo desembargador Maurício Pessoa, da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Raquel Panella, advogada da Sertic, disse que vai recorrer da decisão. A empresa alega que a Saraiva dissimulou a existência de contas bancárias que poderiam ter sido usadas para pagar credores. O recurso diz também que a Saraiva fraudou os credores antes de pedir recuperação judicial.
Já a Época publicou uma matéria que pode revoltar alguns leitores. O motivo é a palestra que o procurador regional da República, Guilherme Schelb, deu na última quinta-feira para cerca de 40 colegas de Ministério Público. Com o auxílio de imagens, ele mostrou conteúdo que, segundo ele, foi exposto a crianças e adolescentes e ao ser perguntado como e onde, Schelb respondeu apenas que são imagens da exposição Queermuseu. Além disso, Schelb pediu para que um dos presentes subisse ao palco e lesse um trecho do livro Leituras do escritor (SM), organizado por Ana Maria Machado, fazendo crer que o trecho lido era de autoria de Machado. No entanto, o conto em questão era escrito por Rubem Fonseca reunido em uma coletânea voltado, segundo a organizadora, para leitores adultos. Para completar, o procurador também argumentou que é importante que as professoras usem jalecos em sala de aula para não exibirem os peitos para os alunos, o que distrairia os meninos, e que criminalizar a homofobia pode ser como "aplicar uma vacina de febre amarela onde não existe registro da doença há 20 anos".
No Estadão, destaque para a matéria que aponta diversas ideias criativas que fazem a literatura circular pelo Brasil. Dentre os projetos citados na matéria estão uma editora que vende seus livros num carrinho como os de sorvete, as bibliocicletas que levam histórias para moradores da periferia e a geladeira-biblioteca idealizada por alunos do 6º ano de uma escola de SP são algumas iniciativas de formação de leitores.
Na coluna da Babel, foco para os livros com reflexões sobre o feminismo que estão no prelo das editoras. A Boitempo tem uma série deles em sua programação, com destaque para a autobiografia de Angela Davis publicada em 1974 e que vai virar filme e para a clássica biografia de Rosa Luxemburgo escrita pelo alemão Paul Frolich. A Bazar do Tempo prepara, para fevereiro, Por Que Política?, Contra o Colonialismo, de Simone Weil, filósofa que se tornou operária para retratar o cotidiano nas fábricas francesas. Outro projeto especial está sendo tocado por Heloisa Buarque de Hollanda, num esforço de mapear as produções de referência do pensamento feminista no Brasil e no exterior. São dois livros, previstos para abril: Feminismo no Brasil – Textos Fundamentais e Pensamento Feminista – Fundamentos 1975-2015.
Em julho, o Google anunciou o início das suas operações com audiolivros por meio da sua Play Store no Brasil. Agora, a plataforma anunciou os 20 audiolivros mais vendidos desde sua estreia. Em primeiro lugar está A arte da guerra, de Sun Tzu; seguido por Ansiedade – Como enfrentar o mal do século, de Augusto Cury e Eu vou te ensinar a ser rico, de Bem Zruel. Outras obras como O diário de Anne Frank; O príncipe, de Maquiavel; Mindset, de Carol Dweck e Homo Deus, de Yuval Harari também figuram a lista.
N’O Globo, Ancelmo Gois contou que mais uma pessoa lançou um movimento a favor dos livros. Depois da carta aberta do editor Luiz Schwarcz, o gestor cultural Afonso Borges lançou o movimento #LivroÉNaLivraria. Para ele, a crise das livrarias Saraiva e Cultura pôs o mercado editorial numa encruzilhada: “De um lado, as concordatas; de outro, as lojas virtuais, que praticam dumping vendendo livros com altos descontos.”