A Câmara Brasileira do Livro (CBL) nasceu no dia 20 de setembro de 1946. Há 70 anos, 39 profissionais se reuniram para dar um novo passo para o livro no Brasil, e assinar a ata de fundação.
Na época, São Paulo estava vivendo um momento de efervescência social e cultural do pós-guerra mundial. E foi nesse ambiente, enquanto a cidade se transformava no novo polo cultural do país, que esse grupo de editores e livreiros começou a se reunir para discutir os desafios do setor e buscar formas de atuação conjunta e organizada.
O trabalho da entidade começou com campanhas para a promoção do Livro, a instituição da Semana do Livro, da Semana do Livro Infantil, e a realização de encontros, concursos e atribuições de prêmios especiais.
No fim dos anos 1940, começamos a conquistar outros mercados, com a participação do Brasil em feiras do livro de Buenos Aires, La Paz, Cidade do México e Frankfurt.
Em 1951, tivemos a Feira Popular do Livro, na Praça da República, primeiro evento aberto do livro que, com o passar do tempo se transformaria na Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
No final dos anos 1950, foi idealizado um prêmio para prestigiar e difundir o trabalho de profissionais do livro no Brasil: o nosso reconhecido Prêmio Jabuti.
Vejam só! Jorge Amado foi o primeiro autor premiado, pela obra Gabriela, Cravo e Canela. E a Saraiva S.A. foi escolhida como editora do ano. Hoje, o prêmio, que está em sua 58ª edição, possui 27 categorias, além dos Livros do Ano Ficção e Não Ficção.
Em 1961 aconteceu a primeira Bienal do Livro de São Paulo, que seguiu crescendo, até ocupar o prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera, em 1982. Já na segunda Bienal, tínhamos 80 mil visitantes. O evento foi crescendo de tal forma, que em sua última edição, este ano, recebeu 680 mil pessoas.
Hoje, a Câmara Brasileira do Livro é uma das instituições mais importantes da indústria cultural e criativa do país, com mais de 500 associados, e uma intensa agenda de atividades para difundir e estimular o hábito da leitura.
Trabalhamos firmemente nas ações políticas em defesa do nosso segmento, sempre com a meta de ampliação das oportunidades para o livro e a leitura. Um mercado sólido e forte, com políticas claras, significa mais oportunidade de acesso à cultura a milhões de brasileiros.
Acreditamos que, para enfrentar o duro momento econômico pelo qual o país atravessa, precisamos de um setor cada vez mais unido em torno de agendas e objetivos comuns.
E para tudo isso, somos intransigentes na defesa dos valores fundamentais do nosso setor e das sociedades democráticas: a liberdade de expressão e de ideias e a valorização da nossa cultura. A CBL busca constantemente que suas posições e atitudes possam refletir essas nossas crenças.
O livro e a leitura têm papel fundamental na melhoria da qualidade da educação no Brasil. É extremamente preocupante a posição que o país ocupa em avaliações internacionais de educação, como é o caso do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o PISA.
É preciso valorizar as ações de incentivo à leitura tão necessárias, que permitirão avançarmos para outro patamar.
Seguiremos lutando pelo livro e pela leitura!
