Todos os anos, a convite dos principais veículos especializados na cobertura do mercado editorial de todo o mundo, incluindo orgulhosamente o PublishNews, líderes de grandes grupos editoriais participam do CEO Talk que integra a programação da Feira do Livro de Frankfurt que segue firme e forte até o próximo domingo (23). Neste ano, o convidado principal foi Jacob Dalborg, CEO da sueca Bonnier, que participou do evento na última quarta-feira (19). Fundada em 1804, o braço editorial da companhia emprega 2,3 mil pessoas e mantém operações na Dinamarca, França, Finlândia, Noruega, Alemanha, Polônia, Reino Unido, Austrália, EUA, além, claro, na Suécia. Hoje está na posição de número 27 do Global Ranking of the Publishing Industry 2016 e é a principal casa de publicações de livros de ficção da Escandinávia. Além do grupo editorial, a companhia dirigida por Jacob sustenta o Adlilibris, principal e-commerce de livros da Escandinávia, e as redes de livrarias Pocket Shop (com 16 lojas na Suécia, três na Alemanha e uma na Finlândia) e Akateeminen Kirjakauppa, com lojas da Finlândia.
Ao contrário de seus antecessores – Markus Dohle (Penguin Random House - 2013), Brian Murray (HarperCollins - 2014) e Arnaud Nourry (Hachette Livre - 2015) – e indo de acordo com a cultura sueca, Jacob chegou para a sabatina sozinho, sem a entourage de assessores que costumam acompanhar líderes de empresas do porte da Bonnier. Jacob lembrou que trabalhava em Londres, no mercado financeiro, quando a sua mulher disse que gostaria de voltar para a Suécia. “E ela me disse: por que você não faz uma coisa pela qual seja verdadeiramente apaixonado? Pensei logo em futebol e em livros”, lembrou de maneira bem-humorada. Foi assim que começou a sua carreira, há 15 anos, na Bonnier.
Frente a frente com os jornalistas, Jacob não deixou perguntas sem respostas e as respondeu com humor e toques de uma fina ironia. Demonstrou as peculiaridades da companhia que dirige e insistiu reiteradamente que a Bonnier é feita de pessoas certas nos lugares certos. “Somos um negócio familiar e temos o espírito de uma família”, disse.
Nos últimos anos, a Bonnier Books se tornou um dos principais players do mercado britânico. E, na entrevista, Jacob revelou manter uma estratégia de desenvolvimento progressivo, a longo prazo. Para os EUA, Dalborg revelou que há planos “ambiciosos demais, talvez”, disse bem-humorado. A meta, revelou o CEO, é ver o faturamento nos EUA saltar de US$ 40 milhões em 2015 para US$ 100 milhões em 2019.
Jacob declarou que o foco continua nos mercados anglofônicos. Disse ainda que, embora respeite muito e tenha estudado muito os mercados emergentes como o asiático e o da América Latina, não há planos imediatos para entrar nesses mercados.
Ao ser questionado, por alguém da plateia, sobre o Prêmio Nobel, concedido (e ainda não entregue) a Bob Dylan, Jacob arrancou risadas da plateia ao dizer que era uma pena que o Prêmio não beneficiaria as livrarias.
Além do PublishNews, sabatinaram Jacob os jornalistas da Livres Hebdo (França), buchreport (Alemanha), Publishers Weekly (EUA), Bookdao (China) e The Bookseller (Reino Unido). A moderação ficou com Rüdiger Wischenbart, coordenador do Global Ranking. Nesta quinta-feira (20), às 14h (horário de Frankfurt, 10h, horário de Brasília) os jornalistas vão sabatinar outros dois líderes no CEO Talk: Claude de Saint Vicent, da Média Participations, da França, e Massimo Turchetta, da Rizzoli Libri Trade, da Itália.
