
“Lançar livros sempre foi uma vontade e sempre esteve no nosso radar”, contou Silvino Brasolotto Jr, diretor comercial do grupo sediado em Bauru, no interior de São Paulo. Silvino disse que as conversas para a criação da editora começaram no começo do ano passado com o objetivo de “trabalhar fora do mundo das bancas”, “aproveitando o potencial de produção de conteúdos” que a empresa já tinha. De acordo com Silvino, a nova empreitada se soma à estratégia do grupo que segue com a edição de revistas e que nada muda nesse segmento.
Nos bastidores da Astral Cultural, está Luiz Fernando Pedroso, que tem passagem pelo Grupo Ediouro e foi interinamente CEO da Novo Conceito na época em que a editora de Ribeirão Preto, também no interior paulista, lançou Christian Figueiredo, da série Eu fico loko, que já vendeu, pelas contagens do PublishNews, mais de 357 mil exemplares nos últimos dois anos. “Uma das coisas que aprendi nessa época foi justamente trabalhar com blogueiros e vlogueiros. Foi uma grande realização da minha carreira”, disse Pedroso ao PublishNews. “Aqui se respira lançamentos, estou bastante animado com o futuro disso aqui”, completou.
Linha editorial
Além de livros de gamers e youtubers, a Astral Cultural lançou uma série de livros licenciados dos filmes dos Minions e do Snoopy e um livro do padre Beto, excomungado pelo Vaticano ao defender união entre pessoas do mesmo sexo. Em 2016, a editora publicou um livro com caricaturas de Silvio Santos, em comemoração aos 85 anos do apresentador, além de produtos já licenciados pela empresa como o Manual para as conquistas (urgentes), preparado pela revista TodaTeen.
Silvino adiantou ao PublishNews que agora a editora vai avançar na área de cozinha e culinária, na qual a Astral Cultural é bastante forte no segmento de revistas, e também em literatura. “A gente vai ter um portfólio de produtos e um catálogo bastante eclético. Quem sabe futuramente, a gente pode derivar parte desse catálogo para alguns selos”, disse.
“Queremos lançar de 30 a 40 livros ainda em 2016. São livros com pertinência comercial até porque o momento econômico não permite aventuras. Procuramos ter uma certa assertividade do que vamos lançar”, completou.
Silvino evitou falar em investimentos, mas ressaltou que está usando boa parte do que já tinha. “Um prédio e pessoas que entendem de conteúdo eu já tenho aqui”, exemplificou. “O grande investimento, a mola propulsora do nosso negócio, é nossa equipe e a nossa vocação para o conteúdo direcionado aos leitores”, completou.
A equipe da Astral Cultural conta hoje, além de Pedroso e Silvino (que dirige a área comercial do grupo), com Marcelo Pelegia, que esteve com Pedroso na Novo Conceito, como responsável pelo Marketing, e Lígia Alves, que responde pela produção editorial. Além deles, há um comitê editorial interno que ajuda na seleção de títulos. A área comercial foi terceirizada e a distribuição dos livros para grandes clientes é feita pela própria Alto Astral e para clientes menores via distribuidores. Para os e-books, a empresa contratou a DLD para ser a sua agregadora digital.
Além da Astral Cultural, o grupo tem outro grande projeto para 2016: o de digitalizar e disponibilizar, em formato digital, todos os seus conteúdos através da plataforma Astral Digital e ampliar a participação de licenciamentos de suas marcas.