
Até onde o PublishNews apurou, há uma única chapa sendo formada. Encabeçada por Bernardo Gurbanov, a chapa tem o ex-presidente da casa, Edinilson Xavier, da Livraria Cortez; Marcus Teles, da mineira Livraria Leitura; Vitor Tavares da Silva Filho, da distribuidora Loyola, e Samuel Seibel, da Livraria da Vila. “São pessoas que transitam nesses territórios há muitos anos e estamos absolutamente sintonizados com esse que é, para mim, o elo mais fraco da cadeia do livro”, comentou Gurbanov em entrevista que concedeu ao PublishNews por telefone na manhã desta quarta-feira. Gurbanov comentou que está finalizando a sua plataforma que será apresentada no próximo dia 15.
“Resolvi que era hora de levantar a voz em defesa de um setor do comércio varejista que está seriamente ameaçado por uma série de circunstâncias que vamos analisar, discutir profundamente e nos pronunciar à medida que for possível”, declarou. Para Gurbanov, a luta pelas livrarias não deveria ser uma bandeira apenas dos livreiros. “Essa não é uma briga só das livrarias. Estamos todos no mesmo barco: editores, distribuidores, autores, ilustradores... Tenho uma visão bastante ampla disso”, observou.
“As circunstâncias são desfavoráveis, mas eu sou um defensor do livreiro-docente, aquele que ensina, aconselha ao mesmo tempo em que aprende e interage com o cliente, sem abrir mão de novas tecnologias e novas metodologias do marketing que servem para fidelizar o cliente”, apontou.
As principais bandeiras
Gurbanov defendeu que a ANL precisa empunhar duas bandeiras fundamentais: a institucionalização definitiva do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e a Lei do preço fixo, que tramita no Congresso Nacional. “Precisamos lutar pelo PNLL. Ele será uma contribuição importante para mudar o quadro de leitura no país. Sem leitores, não temos consumidores. Vivemos uma situação dramática e cruel”.
Sobre a Lei do Preço Fixo, Gurbanov salientou a importância do trabalho da senadora Fátima Bezerra (PT / RN), autora do projeto e comentou que é preciso “o mínimo de regulação do mercado”. “Eu entendo que a gente tem que caminhar para um tipo de regulamentação que permita reconstruir a cadeia do livro”, pontuou. “Um bom exemplo para se estudar é a indústria farmacêutica. O laboratório é quem investiga e fabrica os remédios e a farmácia é quem os comercializa. São normas, regulação. Como um dos resultados, hoje, no Brasil há cinco vezes mais farmácias do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto que tem cinco vezes menos livrarias do que a Unesco recomenda”, comparou.
A assembleia para novas eleições na ANL acontece no dia 15 de março, às 14h, na sede da entidade, localizada na Rua Marquês de Itu, 408 – 7º andar – São Paulo/SP.