O serviço Bookscan da Nielsen começou no Brasil em julho de 2013. Desde então vem medindo na boca dos caixas as vendas de livros no Brasil e oferecendo ao mercado estatísticas que antes não existiam no país. Com o segundo aniversário da ferramenta, a Nielsen pôde, pela primeira vez, fazer uma comparação entre anos móveis e o PublishNews teve acesso aos principais números.

Nesta primeira análise possível de anos móveis, a Nielsen comparou o período entre agosto de 2014 e julho de 2015 com os 12 meses entre agosto de 2013 e julho de 2014. O faturamento de livros nos varejistas pesquisados pelo Bookscan cresceu 7,52% na comparação entre os dois períodos, saindo de R$ 1,384 bilhão em 2013/14 para R$ 1,488 bilhão em 2014/15. Trata-se, no entanto de um crescimento nominal. Em termos reais, se considerarmos o IPCA acumulado de 12 meses no último mês de julho, que estava em 9,56%, houve uma queda real de 1,86%. Considerando-se, no entanto, o contexto macroeconômico brasileiro, esta pequena queda é uma notícia positiva.

Em termos de volume comercializado, houve um crescimento de 9,11% entre os dois anos móveis. Se em 2013/14 foram vendidos 37,8 milhões de exemplares, em 2014/15 o volume chegou a 41,2 milhões.

Outro número interessante refere-se à variação do desconto médio até porque o segundo ano móvel, de agosto de 2014 a julho de 2015, equivale exatamente ao primeiro ano de atuação da Amazon no mercado de livros físicos brasileiro. Mas se havia uma expectativa geral de aumento dos descontos ao consumidor por causa das práticas comerciais da gigante de Seattle, os números da Nielsen mostram que na prática isto não aconteceu. Afinal o desconto médio na boca do caixa caiu de 3,7 pontos percentuais, saindo de 22,1% no ano sem Amazon para 18,3% no ano com Amazon.