Guerra de e-mails
PublishNews, Leonardo Neto, 11/08/2014
Com caixa de e-mails lotadas, CEOs da Amazon e da Hachette trocam farpas

Na edição de domingo do New York Times, 909 autores publicaram uma carta aberta se posicionando sobre a inesgotável batalha entre Amazon e Hachette. Na carta, que pode ser lida clicando aqui, os escritores dizem que “como escritores, acreditamos que nenhum livreiro pode bloquear as vendas de livros, impedir ou desencorajar que seus clientes encomendem e recebam os livros que desejam ler”. A carta, assinada por nomes como Paul Auster, James Patterson e Stephen King, diz ainda que os escritores têm apoiado a Amazon desde que era uma start-up. “Nenhum de nós – nem os leitores e nem os autores – se beneficia quando os livros são feitos reféns. Apelamos à Amazon que resolva a sua disputa com a Hachette sem que prejudiquem ainda mais os autores, sem bloquear ou atrasar a venda de livros aos seus clientes”, diz a carta que traz ainda um apelo aos leitores: “nós, respeitosamente, pedimos a vocês, nossos leitores fieis, que escrevam a Jeff Bezos, CEO e fundador da Amazon, pelo e-mail Jeff@amazon.com e digam o que o que você pensa”.

A reação foi quase que imediata. Na sexta-feira, antes mesmo da publicação do anúncio no NY Times, a Amazon enviou nota (publicada na íntegra aqui pelo Digital Book World) endereçada a seus leitores mostrando a sua versão para a disputa. Na nota, a Amazon detalha a sua negociação com a Hachette e aponta que os editores muitas vezes se colocaram contrários à mudanças na indústria do livro – desde a criação de edições de bolso até a entrada do e-book – e sugerem que seus leitores escrevam e-mail a Michael Pietsch (michael.pietsch@hbgusa.com) , CEO da Hachette, pedindo que ele pare com a resistência de fazer um novo acordo com a Amazon.

Na edição de hoje, The Bookseller, conta que já teve a tréplica da Hachette. Em nota assinada por Pietsch, se lê: “Essa disputa começou por que a Amazon quer aumentar muito os seus lucros e a sua participação no mercado à custa dos autores, das livrarias de tijolos e dos editores”. Pietsch finaliza a sua carta pedindo à Amazon que retire as sanções contra os autores da Hachette. “Estamos negociando de boa fé. Essas ações punitivas não são necessárias, nem o que se espera de um parceiro de negócios confiável”.

[11/08/2014 00:00:00]