O que Jorge Amado, Philip Roth e Júlio Cortázar têm em comum? As obras dos três autores agora passam a fazer parte do catálogo da Balcells & Wylie, nome da novíssima agência literária formada a partir da fusão dos catálogos de dois dos mais importantes agentes literários do mundo: Carmen Balcells (83) e Andrew Wylie (67), conhecido no mercado como “O Chacal”, pela sua atuação, muitas vezes apontada como inescrupulosa por seus pares. A superagência internacional terá um dos maiores – se não o maior – catálogo do mercado editorial em nível global, com nomes como Jorge Luis Borges, Italo Calvino, Gabriel García Márquez, Amóz Oz, além dos já citados nessa matéria. Para se ter ideia da dimensão do negócio, só na página da agência de Wylie estão listados 933 clientes.
"Nós nos admiramos mutuamente durante anos, e desejamos trabalhar juntos a partir de hoje. Nosso objetivo é dar maior força, alcance e duração à representação de nossos clientes, e estamos entusiasmados e totalmente comprometidos com as oportunidades que se apresentam", declararam em um comunicado. Recentemente, Wylie esteve na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires onde gerou polêmica ao afirmar que “a leitura digital vai desaparecer e a edição de papel crescerá”.
Ao jornal espanhol El País, o diretor literário da Penguin Random House, Claudio López de Lamadrir, disse que “se trata de um movimento muito inteligente por parte das agências”. “Por um lado, Wylie entra no mundo hispânico e Balcells assegura a continuidade da agência e seus autores ganham”, avaliou. Mas esta não é uma opinião compartilhada por todos os players do mercado internacional. A mesma matéria do jornal El País traz a opinião do escritor Alberto Manguel. Ele teme que a figura do agente desapareça. “Seria estranho que o agente se convertesse e uma multinacional onde prevaleça a quantidade em detrimento à qualidade”, comentou.
