O Vale-Cultura parece ser a grande promessa do ano para a indústria do livro em 2014. Depois de ter dado a tônica nas discussões durante o Salão de Negócios da ABDL, no mês passado, agora foi a vez de a própria ministra da Cultura, Marta Suplicy ir pessoalmente à Livraria Saraiva fazer a entrega simbólica do cartão aos funcionários da rede e aproveitar para encontrar pessoas envolvidas na cadeia produtiva do livro.

No evento, que aconteceu ontem (11/03) em São Paulo, estiveram presentes entidades representativas do livro como CBL, ABDL, ANL, todas de olho no grande bolo do Vale-Cultura. Todos querem morder uma nesguinha que seja dele. "Com a presença de todos que aqui estão hoje, conseguimos um gol que é essa união para que consigamos fazer dos livros uma das prioridades no Vale", disse Marta Suplicy ao iniciar sua fala.

A ministra aproveitou para fazer a entrega simbólica do cartão à funcionária da Saraiva Thais Aparecida Marques dos Santos que prometeu poupar os R$ 50 mensais para usá-los na Bienal do Livro de São Paulo, marcada para agosto. De acordo com a Saraiva, 90% dos funcionários com salários até cinco salários mínimos aderiram ao programa.

Segundo estimativas do MinC, o Vale-Cultura deve injetar algo em torno de R$ 25 bilhões no mercado cultural do Brasil. O quanto disso vai para os livros é a pergunta de um milhão de dólares, mas Marta ressaltou um ponto importante que pode pesar a favor do mercado do livro: “As classes que estamos incluindo com o Vale-Cultura dão muita atenção à educação. As classes C, D e E têm como prioridade a educação dos filhos”, comentou.

Karine Pansa, presidente da CBL, estimou que, se o Vale-Cultura chegar a 800 mil trabalhadores em 2014 e, cada um, comprar um livro por mês, o mercado cresce 5%, mas quando (ou se) o programa atingir a sua meta de 42 milhões de pessoas em todo o país, esse número pode chegar a 504 milhões de exemplares vendidos, o que representa um aumento de 87,66% dos livros vendidos no Brasil em 2012. Seria um mundo perfeito...