Interrompemos a programação para um anúncio especial. Governo brasileiro informa: poderemos aumentar em 5,6 vezes a venda de e-readers no Brasil.
Gordon Moore, co-fundador da Intel, previu corretamente em 1965 que o número de transistores em um chip de computador iria dobrar a cada dois anos. A Lei de Moore mostrou-se precisa nos últimos 50 anos. Hoje, todos temos supercomputadores chamados iPhone em nossos bolsos.
Da mesma forma, Jeff Bezos, fundador da Amazon, tem sua própria regra sobre o Kindle. Ele teria afirmado, nos primeiros dias do Kindle, que para cada 100 dólares que o preço do aparelho fosse reduzido, as vendas aumentariam 10 vezes. Vamos chamá-la de Regra de Jeff Bezos. Observação: É uma estimativa grosseira baseada em relatórios informais de 2008, 2010, 2012 e um pouco de pesquisa própria. A Amazon nunca publicou oficialmente relatórios de vendas.
Por que isso me deixa animado? O governo acabou de realizar um seminário para debater os desafios do livro digital – sendo que um grande desafio é o preço do aparelho de leitura (e-readers). Enquanto os livros físicos desfrutam há muito tempo de um tratamento favorável (leia-se: sem impostos), os e-readers eram taxados no mesmo nível que produtos eletrônicos, dobrando seu preço. Tanto o governo quanto representantes do mercado editorial pareciam concordar que aparelhos de leitura dedicados deveriam estar dentro da ampla definição de “livro”.
Resumo: se os votos forem positivos para esta iniciativa, o atual preço de mercado de um Kindle cairia de R$ 299 para R$ 149.
Usando a Regra de Jeff Bezos e um pouco de cálculo do segundo grau, descobrimos que a simples redução de R$150 / US$75 poderia dar ao e-readers um aumento nas vendas de 5,6 vezes no Brasil.
Editoras, seus catálogos estão prontos para vendas digitais de mais de 500%?
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