Editoras buscam sócios de língua inglesa
The Bookseller, Charlotte Williams, 16/12/2011
Mais negócios entre empresas brasileiras e estrangeiras são esperados após acordo entre Penguin e Companhia das Letras
Mais associações entre editoras de língua inglesa e casas brasileiras são esperadas após a compra de uma fatia da Companhia das Letras por parte da Penguin, segundo uma das figuras proeminentes do mercado de livros no Brasil.

A Penguin comprou 45% de participação na editora sediada em São Paulo, no início deste mês, afirmando que buscava desenvolver oportunidades de crescimento no Brasil, um mercado-chave entre os países emergentes. Durante entrevista antes de uma apresentação na Conferência Internacional da Associação de Editores (do Reino Unido), Carlo Carrenho*, diretor executivo da gráfica e distribuidora Singular Digital, afirmou que outras editoras no Brasil estão muito dispostas a aproveitar oportunidades que surgirem a partir desse novo grau de interesse de empresas estrangeiras pelo país.

“Agora que a Companhia está com a Penguin, suas concorrentes estão atentas”, ele disse. “É a primeira vez que uma editora de livros trade de língua inglesa mostra interesse pelo Brasil. A maior oportunidade é estar diretamente no país, por meio de uma aquisição ou operação própria. Você não precisa só vender direitos, e você pode ganhar muito mais dinheiro estando lá. Agora que a Penguin quebrou o gelo, acredito que outras vão seguir o mesmo caminho.”

Ele acrescentou: “A Penguin encontrou um jeito de publicar em Português (por meio da joint-venture Penguin Companhia). Acho que a principal oportunidade é na verdade levar conteúdo de lingual inglesa para o Brasil, em português”.

O mercado de livros brasileiro movimentou R$ 4,506 bilhões em 2010. A classe média agora representa 55% da população, o que fomentou o mercado de livros, segundo Carrenho. Ao mesmo tempo, o número de faculdades subiu de 1.117 para 2.284 entre 2000 e 2009, e o número de estudantes universitários quase dobrou entre 2001 e 2009 – de 3,04 milhões para 5,95 milhões –conforme pesquisa realizada pelo Ministério de Educação do Brasil.

Carrenho acrescentou que, embora os e-books representem apenas 0,3% do total de vendas, com menos de 10 mil títulos disponíveis, esse mercado pode alcançar 1% das vendas até o fim do ano que vem. Ele disse que essa pode ser outra área de oportunidades para os editores britânicos: “na América do Sul, estamos bem à frente dos outros países. Temos redes de livrarias locais que já estão distribuindo conteúdo digital. E, no digital, os editores ingleses podem fazer a festa e publicar em português, desde que tenham as pessoas certas. Não é necessário ter uma empresa (no Brasil)”.

Tanto os livros impressos quanto os eletrônicos são isentos de impostos no Brasil, e atualmente o governo discute isentar também os e-readers. Outro estímulo ao mercado digital no Brasil deve ocorrer quando a Foxconn começar a fabricar iPads no país, no primeiro trimestre de 2012, gerando mais acesso ao dispositivo.

*Carlo Carrenho é fundador do PublishNews.

[16/12/2011 01:00:00]
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