A história de como o inglês Henry Wickham, um homem comum e sem dinheiro, contrabandeou 70 mil sementes de seringueiras da Floresta Amazônica para a Inglaterra no fim do século XIX foi o primeiro caso de biopirataria massiva na era modera. Em O ladrão no fim do mundo (Objetiva, 448 pp., R$ 49,90 – Trad. Saulo Adriano), o escritor e jornalista Joe Jackson disseca um dos mais notáveis casos de contrabando internacional que fez ruir o modelo econômico da borracha que havia impulsionado o desenvolvimento do norte brasileiro. Movido pela ambição de crescer na indústria da borracha, Wickham decide se aventurar pela selva amazônica em busca de um tipo particular de seringueira. Trinta anos depois, a Inglaterra conseguiu superar o Brasil no monopólio da borracha e dominar os suprimentos mundiais de matéria-prima.