Muitos livros já foram escritos sobre a ditadura militar brasileira. Mas nenhum pelo inusitado ângulo de Maria Erótica e o clamor do sexo - Imprensa, pornografia, comunismo e censura na ditadura militar - 1964-1985 (Peixe Grande, 496 pp., R$ 69,90 – distribuição: 11 3951-5037/29), que o jornalista Gonçalo Junior lança nesta quinta-feira (26), às 19h, na Comix Book Shop (Al. Jaú, 1998 – Jardins – São Paulo/SP).
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O livro faz revelações sobre a repressão a editores, artistas gráficos e de quadrinhos e jornalistas no período mais obscuro da história do país no século 20. Combater as revistas de “mulher pelada” se tornou uma forma de conter o avanço do comunismo no País, pois os dois assuntos supostamente andavam de mãos dadas.
A partir das histórias das editoras Edrel (São Paulo) e Grafipar (Curitiba), Gonçalo relata como a perseguição a esses artistas foi importante ferramenta para combater a subversão no País.
A trajetória dos editores Minami Keizi e Claudio Seto é o mote para um não dimensionado retrato da ditadura, quando donos de editoras, distribuidores, jornaleiros, escritores e desenhistas de histórias em quadrinhos foram perseguidos também em nome da moral e dos bons costumes e em defesa da família brasileira.