Um dos grandes nomes da literatura regionalista brasileira recebe uma homenagem de primeira. Duas marcantes obras de José Lins do Rego - Menino de engenho (192 pp., R$ 25) e Fogo morto (416 pp., R$ 39) - estão sendo lançadas pela Editora José Olympio, com novo projeto gráfico, e dois eventos dignos do porte do autor. Um deles é o concurso cultural via web, disponível no site www.meninodeengenho.com.br, iniciado em 15 de maio, que tem como objetivo aproximar os jovens leitores destas duas obras, incentivando a criação de redações, fotografias, vídeos e mangás. Já o evento na Academia Brasileira de Letras, no dia 20 de maio, visa proporcionar o debate sobre a obra do autor e sua atualidade. A 100° edição de Menino de Engenho ganha nova roupagem e recupera as renomadas ilustrações de Santa Rosa, oferecendo ao leitor textos de apoio assinados por grandes nomes da literatura brasileira. A 69° edição de Fogo Morto, considerada a obra-prima do escritor, apresenta textos, assinados por Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e pelo professor da USP, Benjamin Abdala Júnior.
A 100° edição de Menino de Engenho é a primeira obra de José Lins do Rego que ganha novo projeto gráfico. Esta nova roupagem recupera as ilustrações de Santa Rosa e oferece ao leitor textos de apoio assinados por grandes nomes da literatura brasileira. Junto a este clássico, será lançada a 69° edição de Fogo Morto. Com estas duas ações, a obra de Zé Lins será divulgada entre um público mais jovem. O romance de estreia de José Lins do Rego apresenta fortes traços autobiográficos. A obra relata a vida no Engenho Santa Rosa, com suas desigualdades e a permanência de traços da escravidão. O lirismo é uma das principais características de Menino de Engenho, que abrange a infância e a adolescência de Carlinhos, personagem central do livro.
Publicado em 1943, Fogo morto expõe as consequências sociais do fim do clico da cana. Zé Lins criou três personagens que retratam a decadência e ao mesmo tempo a força para a superação: o mestre artesão José Amaro, o senhor de engenho Lula de Holanda e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha. Os três possuem o orgulho como traço comum. “Coube a José Lins nascer e passar a infância num período de crise, isto é, de romance em potencial, em que uma forma de viver se despedia de toda uma região. O sentimento agudo do ficcionista captou os conflitos gerados por esse desmoronamento silencioso e construiu com eles alguns livros cuja sorte independe de revisões estéticas”, destacou Carlos Drummond de Andrade.