Como nasce o cinismo
PublishNews, Redação, 06/05/2010
Professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo, Sílvio Rosa Filho, trata do cinismo contemporâneo em livro

Quando a moralidade entrou em eclipse após a Revolução Francesa, o cinismo contemporâneo começou a dar seus primeiros passos. Esse “fenômeno” é o tema do livro Eclipse da moral - Kant, Hegel e o nascimento do cinismo contemporâneo (Barcarolla/Discurso Editorial, 682 pp., R$ 46), do professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Sílvio Rosa Filho. A publicação será lançada nesta quinta-feira (6), na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915. São Paulo/SP), às 19h. A obra procura ater-se à organização do repertório que torna possível reformular o problema da moralidade nos novos tempos, ou seja, a passagem da idade moderna para a contemporânea.

Primeiramente, como estudo sobre a transição ao novo tempo, o livro apresenta os modos principais de representar desenraizamentos de cunhagem modernizada: a nostalgia e a exaltação, a moderação e o romantismo, flutuando na superfície da época. A partir daí, investiga os impasses reinscritos na ordem do dia.

Em segundo lugar, como exposição das reviravoltas do discurso moral, o livro acompanha as atualidades do extemporâneo, moeda moral que circula, em solo alemão, como desprovida de lastro. São todos, por um lado, sintomas de uma negação imatura da moralidade: é que, ainda ingênuo, esse cinismo precoce é passível de designação, suscetível de desmascaramento. Por outro lado, trata-se de formas de ação que não se limitam a deformar a matéria mesma do discurso moral: é que, com elas, precisamente, a individualidade moderna, quando moralmente desobrigada, vai aprendendo a tornar-se outra figura singular, “ultra” ou “pós-moderna”.
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