Uma biblioteca sem preconceitos
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 09/02/2010
Biblioteca de São Paulo abre suas portas ao público nesta terça-feira, 9 de fevereiro, e poderá gastar R$ 1 milhão por ano na compra de novos livros

Começa a funcionar hoje em São Paulo a mais moderna e inclusiva biblioteca do país. Instalada em uma área de 4.257 m2 do Parque da Juventude, na Zona Norte, onde era antes o Carandiru, e cercada por um extenso gramado que pode ser visto de todos os pontos do prédio, que é todo envidraçado, a Biblioteca de São Paulo já tem em seu acervo 30 mil livros em português – de clássicos a lançamemntos, 4 mil CDs e DVDs, 7 Kindles, 1000 audiolivros, revistas e jornais, títulos em braile e ainda uma verba anual de R$ 1 milhão para a manutenção dessa coleção e aquisição de novas obras. “Essa é uma biblioteca voltada para o interesse do leitor. Não pretendemos ensinar nada; vamos dar o que ele quer”, disse ontem o secretário de estado da Cultura João Sayad.

Além de ouvir o usuário na hora de renovar o acervo, Adriana Ferrari, idealizadora do espaço, comentou que a equipe estará sempre de olho nos boletins das editoras e nas notícias de jornais para acompanhar as novidades. No segundo andar, há, inclusive, dois displays: um para os “mais vendidos” e outro para os lançamentos. A biblioteca custou R$ 12 milhões e o governo do Estado investirá R$ 5 milhões ao ano para a sua manutenção, incluindo a quantia de R$ 1 milhão para a compra de livros. “Não é tanto se comparado ao benefício cultural”, comentou o governador José Serra também na inauguração. A expectativa é que passem por lá 1500 pessoas ao dia para usar, sem qualquer burocracia, todo esse espaço.

No térreo, estão as obras infantis e juvenis. Para os menorzinhos, há ainda alguns brinquedos que remetem a livros para já colocá-los em contato com a literatura. Tendas espalhadas pelo andar são destinadas a atividades mais agitadas que podem atrapalhar os que estiverem lendo os seus “Ziraldos” ou “Harry Potters”. No andar de cima estão os livros adultos. Os mais adultos ainda, com violência ou sexo em seu conteúdo, ficam reservados em uma sala com acesso controlado. É neste andar que estão os computadores e leitores que podem ajudar as pessoas com baixa ou nenhuma visão a ler os livros – um dos pontos altos da iniciativa.

Mas mais do que a acessibilidade em si, comprovada pelas rampas, elevadores, mesas adaptadas, leitores, teclados grandes e ampliadores de letras, leitores autônomos que lêem os textos ou o transformam em linguagem em braile, impressora em braile e pelo folheador que ainda vai chegar, o que se prega por lá é a política de portas abertas. E com isso, nem os moradores de rua que não podem apresentar um comprovante de residência para se cadastrar ficarão de fora, garante Adriana Ferrari.

Isso é uma prova de como é simples usar a Biblioteca de São Paulo e de como se cria uma relação de confiança com os usuários. Outra coisa: não há multa caso o livro não seja devolvido no prazo de quinze dias. Porém, um dia de atraso representa um dia sem retirar livro e assim sucessivamente. Também não há tempo estipulado para o uso dos 100 computadores; tudo é uma questão de conversa.

Uma equipe multidisciplinar de 50 profissionais (seis são bibliotecários) será comandada pela diretora Magda Montenegro. Alguns funcionários são treinados para comunicar-se em Libras e atenderão aos deficientes auditivos.

Um auditório para 106 pessoas será usado para dar cursos a profissionais de 941 bibliotecas públicas municipais integrantes do Sistema Estadual de Bibliotecas, além de workshops, encontros, palestras e projeção de filmes para os freqüentadores. Os DVDs e CDs não podem ser retirados.

Ainda de acordo com o secretário João Sayad, está é uma biblioteca “para consumo imediato”. Os livros estão ao alcance de todos, é fácil encontrá-los, e são todos novinhos (com exceção da prateleira com o acervo de uma biblioteca desativada). E por falar em livros novos, a biblioteca já comprou 7 Kindles (aparelho de leitura digital) e cada um deles já está equipado com 71 títulos da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial. As novidades não vão parar por aí. Adriana Ferrari disse que tão logo uma obra interessante seja lançada ela já estará nas prateleiras da Biblioteca de São Paulo.

A biblioteca fica na avenida Cruzeiro do Sul, 2.630 – Santana, em São Paulo, com acesso pelo estação Carandiru do metrô. Abre de 3ª a 6ª, das 9 às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 19h.

Biblioteca de São Paulo em números

Área total: 4.257 m2

Auditório: 106 lugares

Investimento: 12,5 milhões

Acervo e tecnologia:

30 mil livros

4 mil CDs e DVDs

7 kindles

1000 audiolivros

1000 hqs

50 títulos de gibis

100 jogos eletrônicos

20 jornais nacionais e internacionais

15 títulos de revistas

100 computadores com acesso à Internet

10 computadores com softwares de leitura r teclados ampliados

6 mesas para leitura adaptáveis

1impressora que transforma livros para o braile

Endereço:

Parque da Juventude (Avenida Cruzeiro do Sul, 2.630 – Santana). Acesso pelo Metrô Carandiru

Horário de funcionamento:

3ª a 6ª, das 9 às 21h

Sábados, domingos e feriados, das 9 às 19h
[09/02/2010 01:00:00]