Com opiniões nem sempre convergentes, presidentes e diretores das principais entidades vinculadas aos universos bibliotecário, editorial e de direitos autorais reuniram-se na terça-feira, 13 de outubro, nas dependências da Feira do Livro de Frankfurt, um dia antes de sua abertura oficial. A conferência "Enhancing the Culture of Reading and Books in the Digital Era" aconteceu simultaneamente à outra conferência de peso, TOC - Tools of Change, tendo por isso mesmo audiência menos expressiva do que o esperado, mas significativa pela representatividade.

Pela primeira vez, membros da alta administração da IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições de Bibliotecas), IFRRO (Federação Internacional das Organizações de Direitos de Reprodução), WIPO (Organização Mundial de Propriedade Intelectual), IPA (Associação Internacional de Editores) e EWC (Conselho Europeu de Escritores) reuniram-se para discutir o impacto da era digital em suas respectivas áreas de interesse. Longe de chegar a conclusões, os representantes das entidades foram unânimes ao apontar realidades nas quais todos estão atentos.

O Direito Autoral respeita o indivíduo, muito mais do que a indústria na qual ele se insere; ele sustenta profissionais dos mais variados extratos na cadeia de produção artística (aqui falando-se também da música e do cinema). "A eles [os indivíduos nessa cadeia] cabe o retorno da indústria cultural; não a algumas lojas", afirmou Michael Keplinger, diretor da WIPO. "Um novo modelo de negócio é o caminho, porque os bibliotecários devem ser reconhecidos e bem remunerados, e os editores devem manter seus negócios lucrativos”, ponderou Magdalena Vinent, presidente da IFRRO. A herança cultural precisa ser preservada e compartilhada. Para tanto, "cooperação" é a palavra-chave.