A economia indígena em tempos de globalização
PublishNews, 16/11/2006
Há algumas semanas, a ocupação das instalações da Vale do Rio Doce em Carajás (PA) por 200 índios, das comunidades Xikrin do Cateté e Djodjekô, armados de arcos, flechas e bordunas, trouxe à tona uma antiga discussão sobre um tema candente para muitas populações indígenas no Brasil: a relação com os não-índios, com o Estado e com a economia capitalista. Por retirarem recursos naturais das terras ocupadas pelos índios, a Vale do Rio Doce fornece mensalmente um valor em dinheiro para os representantes das tribos. Por conta disso, os índios reivindicavam mais recursos por parte da companhia e a construção de casas para a comunidade, além da reforma e manutenção de estradas. Tal episódio ilustra o problema da circulação de bens na economia política dos nativos que é discutido pelo livro Economia selvagem - Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-Mebêngôkre (UNESP/ISA/NUTI, 452 pp., R$ 54) de Cesar Gordon.
[16/11/2006 01:00:00]