Em 1974, já consagrada, Clarice Lispector lançou A via crucis do corpo, livro de contos de teor erótico. O título foi recebido com estardalhaço pela critica que o classificou como "obra menor", "desvio" e até mesmo "lixo", quando comparado às demais publicações da autora. 'Era um livro escrito "por encomenda", "às pressas", em um período que Clarice Lispector passava por dificuldades financeiras. Agora, em 2006 Clarice Lispector e a encenação da escritura (UNESP, 282 pp., R$ 35), promove um questionamento da visão da crítica especializada da década de 70 ao reavaliar os conceitos presentes nesta obra da autora. A partir de análises feitas por conhecidos intérpretes da produção clariciana, Nilze Reguera parte para uma leitura inovadora de A via crucis do corpo.