Os limites entre ficção e realidade
PublishNews, 28/09/2006
Diz-se que a identidade de um escritor é construída por sua obra e pela mídia. Bret Easton Ellis, por exemplo, foi incensado como o maior talento de sua geração em 1985, aos 21 anos, quando lançou seu romance de estréia, Abaixo de zero. Em seguida, os tablóides sensacionalistas tornaram célebres seus excessos de álcool, sexo e drogas, enquanto a imprensa literária o nomeava porta-voz da chamada geração X. Em 1991, ao publicar O psicopata americano, ele era o enfant terrible que todos adoravam odiar ou odiavam amar. E agora ele resolveu fazer de si próprio o personagem principal de seu novo romance, Lunar Park (Rocco, 370 pp., R$ 44, trad. Aulyde Soares Rodrigues e Maira Parula), confundindo leitores e detratores acostumados à figura pública forjada pelas fofocas e pela qualidade de sua ficção.
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