Ser latino
PublishNews, 18/02/2005
Enquanto mais e mais cubanos procuram entrar ilegalmente nos Estados Unidos, José Latour cruzou as fronteiras norte-americanas com a melhor das balsas: literatura de qualidade. Mundos sujos (Record, 304 pp., R$ 36,90), indicado a vários prêmios literários, incluindo o Anthony Award e o Edgard Allan Poe, não fez água e figurou em várias listas de mais vendidos na terra de Tio Sam. Antes dele, nenhum dos romances policiais cubanos das últimas décadas - quando Castro distribuía elogios para a ficção ideologicamente correta - foi vertido para o inglês. Muito menos escrito nessa língua. Com a fama adquirida nas resenhas de diversos veículos norte-americanos, Latour se tornou conhecido também no Brasil, onde fãs da literatura policial esperavam para conferir o estilo do cubano. Em Mundos sujos, mais um título da Coleção Negra, dedicada aos mestres da ficção noir, Latour mostra porque foi recebido de braços abertos no berço do gênero. De Havana a Miami, a trama analisa a ligação entre cubanos e americanos sob um prisma pouco usado e mostra o que significa ser latino em qualquer uma das duas cidades nas últimas quatro décadas.
[18/02/2005 01:00:00]