Piratas do bem espalham arcas de livros
PublishNews, 17/02/2005
Continua a pleno vapor a pirataria às avessas praticada pelos oito funcionários e estagiários do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que capitaneiam o projeto Arca das Letras. Até o fim de março, mais 121 arcas do tesouro - no caso, livros – serão espalhadas pelo sertão nordestino. Trata-se de uma pirataria ao contrário porque as arcas – pequenas caixas-estantes que comportam cerca de 230 livros – não são pilhadas ou escondidas, mas distribuídas em assentamentos rurais da reforma agrária. Desde maio de 2003, quando o projeto começou, já foram implantadas arcas em 418 comunidades, com distribuição de 93.405 livros e treinamento de 1.252 agentes de leitura. As comunidades alcançadas concentram-se no semi-árido nordestino e no Rio Grande do Sul, incluindo localidades de nomes curiosos, tais como Passagem da Cobra (PE), Piranhas (PI) e Linha Traíra (RS). O projeto pretende instalar mil novas arcas e formar pelo menos 2 mil agentes de leitura em 2005. A primeira ação do ano, resultado de um parceria com a Fundação Cultural Palmares, acontece no dia 25 de fevereiro, quando serão instaladas 20 minibibliotecas em comunidades do município de Paulistana, no Piauí. No dia 11 de março, serão instaladas 51 arcas em comunidades quilombolas de Pernambuco, com direito a uma solenidade em Garanhuns que contará com a presença de Gilberto Gil, ministro da Cultura. Ainda em março, outras 50 arcas devem chegar ao sertão do Ceará. O projeto também está de olho em localidades que utilizam ou fornecem trabalho escravo, como o município de Barras, no Piauí. "Nossa intenção é sensibilizar por meio de informações", afirma Cleide Soares, coordenadora geral de Ação Cultural do MDA. "Temos um engajamento social no Arca das Letras." Os livros, que precisam ser doados, continuam sendo uma das grandes necessidades do projeto. O Arca das Letras pode ser contatado pelo e-mail arcadasletras@mda.gov.br ou pelo telefone 61-411-7497.
[17/02/2005 01:00:00]