Fazendo o menos possível
PublishNews, 06/01/2005
Participar é importante, mas participar o mínimo possível é fundamental. A idéia revolucionária é aproveitar-se das mega corporações e não apenas o contrário. Lobo-mau dos adultos, as empresas de médio e grande porte não amam seus funcionários. Apenas os exploram. A segurança provida pelos diplomas diminuiu, as aposentadorias estão ameaçadas e as carreiras não estão garantidas. Cada vez mais cursos e qualificações são necessários para se ocupar cargos e funções menos valorizados ou financeiramente ridículos. Mas nem tudo está perdido nesse mundo insípido e cruel. Com o cáustico humor dos franceses, Corinne Maier revela, no cínico Bom dia, Preguiça! (Campus Elsevier, 160 pp., R$ 29,90), a verdade sobre o ambiente corporativo. E dá preciosas dicas de como sobreviver em um mundo onde o lucro é a meta e novas idéias nem sempre são bem aceitas: os funcionários perfeitos são covardes, obedientes, jogam o jogo da empresa e cumprem sua função sem fazer marola. Além da experiência pessoal, a autora pesquisou o modus operandi dos funcionários franceses nos escritórios. Bom dia, Preguiça! mostra que 17% deles estão ativamente desligados se seu trabalho. Ou seja: adotaram uma atitude tão pouco construtiva que beira a sabotagem. Apenas 3% se empenham em suas funções e todos os demais são bombardeados com seminários sobre motivação bolados pelos departamentos de recursos humanos. "O que não faz sentido. As pessoas trabalham pelo dinheiro. Se trabalhar fosse bom, trabalharíamos de graça", alfineta Corinne, que se irrita com os nomes que os empresários dão ao velho e bom l'argent - bônus, gratificação, salário.
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