Gilberto Gil preparou um eloqüente discurso para a solenidade que finalizou o processo de total desoneração do livro no Brasil. "Ler é transcender, é possibilitar, é ir além do nosso por vezes cruel mundo imediato", afirmou com entusiasmo no início de sua fala. Gil não poupou esforços para enaltecer os livros, as bibliotecas e a leitura. "Quando falamos de livros e leitura, falamos de expansão e potencialidade." O ministro lembrou a importância dos debates preparatórios para a elaboração do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) que, segundo ele, chegou a ouvir cerca de mil lideranças ligadas ao livro. Ao mencionar a desoneração de PIS/Cofins como forma de regulação, o representante do MinC destacou o papel econômico do setor cultural. "As indústrias criativas têm vasto potencial de criar renda, emprego e felicidade. Elas podem, no entanto, apresentar distorções em seus elos produtivos que impedem seu desenvolvimento. É aí que entra a regulação." Gil ainda afirmou que o PNLL será instituído em 2005 dentro das comemorações do Vivaleitura 2005. Ainda no ano que vem, lembrou o ministro, serão instituídos também a Câmara Setorial do Livro e Leitura e o Observatório Nacional do Livro e Leitura, que produzirá e analisará dados do setor. Entre as outras ações citadas pelo ministro para o ano que vem, estão a abertura de 855 mini-biliotecas pelo projeto Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e a distribuição de mais de 10 milhões de livros gratuitos em estádios, praias ou "seja onde for". Finalmente, Gilberto Gil destacou o baixo índice nacional de leitura (1,8 livro / habitante / ano) e afirmou: "Nosso alvo é aumentar o índice nacional de leitura em 50% em três anos".