Presidente, não se esqueça do BNDES
PublishNews, 22/12/2004
Logo no início de seu discurso, o senador José Sarney referiu-se ao ministro da Educação como Tarso Dutra, o que arrancou sorrisos e risadas da platéria livreira e editorial. Nomes acertados, o presidente do Senado elogiou a atuação de João Paulo Cunha, presidente da Câmara, por atender o pedido de apressar a votação da lei. Vale lembrar aqui que a intenção de se desonerar o livro foi anunciada pelo poder executivo no dia 10 de novembro, tendo sido aprovada em tempo recorde pela Câmara e pelo Senado no dia 1º de dezembro. Sarney falou em nome e a pedidos do presidente Lula, mas nem por isso deixou de elogiar seu "apoio e sensibilidade para com o livro". O senador citou três atitudes do presidente para corroborar seu elogio: a visita de Lula à Bienal do Livro de São Paulo, a sanção da lei que era assinada ali, e a idéia, surgida ainda durante a campanha eleitoral, de incluir um livro na cesta básica brasileira. Mas nem só de elogios foi feito o discurso do autor de Marimbondos de Fogo. "Vossa Excelência teve a precaução de pedir que eu dissesse apenas algumas palavras. Senão, eu já iria anunciar aqui a abertura de um fundo do BNDES de baixo juros e proteção ao livro", brincou o senador. O fundo de verdade desta brincadeira está no fato de que com a saída de Carlos Lessa da presidência do BNDES, várias idéias e projetos de apoio à causa do livro ficaram em xeque, aguardando as diretrizes da nova administração de Guido Mantega. Sarney ainda agradeceu o título de amigo do livro concedido pela CBL, afirmando que "o livro é que é meu amigo". Ao final do discurso, o recado para Lula foi ainda mais claro: "Não se esqueça do BNDES."
[22/12/2004 01:00:00]