A imprensa de ontem e hoje
PublishNews, 09/11/2004
"Se a imprensa não existisse, seria preciso não inventá-la.” Honoré de Balzac, autor da frase, tornou-se imortal graças a excelência de suas observações sobre os vícios e virtudes do ser humano. Não é à toa que o estudo mais completo da sociedade (A Comédia Humana) é de sua autoria. De seu posto de observação privilegiado, Balzac escreveu também sobre a imprensa, peça fundamental de qualquer sociedade. Certa de que as obras desse autor estão sempre atuais e continuam iluminando a mente de seus leitores, a Ediouro relançou, em outubro, Os Jornalistas (184 pp., R$ 29,90), que reúne dois textos de Balzac – "Monografia da imprensa parisiense" e "Os salões literários" – com críticas a respeito da onipotência dos jornalistas de seu tempo, sua vaidade venal, a versatilidade de seu julgamento e a influência abusiva que eles exerciam sobre os governos. Com prefácio de Carlos Heitor Cony, a obra é um panorama da imprensa nos meados do século XIX que pouco ou nada difere daquilo que hoje conhecemos como mídia. Em sua crítica feroz aos jornalistas e "jornaizinhos", segundo expressão da época, Balzac faz uma caricatura de cada um dos tipos presentes na ordem Gendelettre (gente de letras).
[09/11/2004 01:00:00]