Em plena estação das flores, a Libre viu o tempo fechar para a realização da terceira edição paulistana da Primavera dos Livros. O céu desabou na última quarta-feira, quando a entidade que congrega pequenos e médios editores se viu obrigada a desistir da realização do evento, uma feira de livros com atividades culturais paralelas que estava marcada para o fim de semana de 5 a 7 de novembro e que seria realizada no Centro Cultural São Paulo. A razão para o cancelamento da Primavera do Livros foi o atraso na liberação da verba prometida para a realização do evento por parte da Secretaria Municipal da Educação da Prefeitura de São Paulo (SME), principal patrocinadora do evento lítero-primaveril. Até o último dia 20, a verba não tinha saído e a Libre cancelou o evento por meio de uma carta enviada à SME no dia 20 de outubro. A reação da Libre pode até parecer radical, mas é preciso dar nome às flores. A decisão da entidade é bastante compreensível se considerarmos que parte do dinheiro referente ao patrocínio da Primavera dos Livros de 2003 só foi repassada aos editores neste mês de outubro, caracterizando um atraso de 13 meses e criando diversos problemas para a entidade. Após o cancelamento do evento, a SME afirmou que o dinheiro estava liberado, mas a Libre preferiu não voltar atrás porque já não havia tempo hábil para a realização de uma feira literária de qualidade. "Não vemos essa circunstância como um passo para trás, pelo contrário, consideramos sinal de maturidade só fazermos a Primavera dentro do padrão de qualidade que lhe é tradicional e com um mínimo de condições para seu sucesso, dentro da perspectiva de evento simultaneamente comercial e de difusão cultural", explicou Angel Bojadsen, presidente da Libre, em nota à imprensa. Bojadsen ainda afirmou que a Libre está "inscrevendo a Primavera dos Livros na Lei Rouanet, visando alternativas para 2005, inclusive abrindo o leque de apoios" e que também "já está tomando iniciativas que visam ações comerciais e de difusão do livro ainda para este final de ano".