Na semana passada, a Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro (AELRJ) encaminhou uma carta assinada por seu presidente, Marcus Fernando Gasparian, aos principais órgãos de classe do mercado editorial e às grandes editoras de livros didáticos brasileiras. Em seu texto, Gasparian questiona a venda de livros didáticos diretamente às escolas no período de fim de ano em detrimento do faturamento das livrarias localizadas próximas às grandes escolas particulares. "Temos assistido com muita preocupação ao esvaziamento paulatino de nosso movimento, causado pela concorrência desleal praticada pelas próprias editoras, através da venda direta nas escolas, oferecendo às mesmas inclusive condições melhores do que aquelas praticadas junto às livrarias. A disputa feroz pelas escolas, visando adoção de títulos, tem levado a extremos que qualificaríamos no mínimo de pouco éticos", afirma o presidente da AELRJ. "Como criar e estimular o hábito de freqüentar livrarias, se nem ao menos nesse período os pais (e os filhos) têm a oportunidade de visitar a livraria e/ou papelaria de seu bairro?", questiona o livreiro. Gasparian ainda lamentou na carta que a questão não tenha merecido espaço na agenda do próximo Encontro Nacional de Editores e Livreiros, a se realizar em Porto Alegre no fim deste mês. Mas tudo indica que, se depender da AELRJ, o tema estará presente, nem que seja na hora do cafezinho.