Sylvia Guimarães, da Expedição Vaga Lume, arrancou aplausos sinceros do público do I Encontro Preparatório para o Fórum Nacional de Leitura. Capitaneada por três garotas - as "vagalumas" -, a Expedição Vaga Lume é um projeto de implantação de bibliotecas em comunidades rurais da Amazônia. Sylvia, com certeza, era uma das pessoas na reunião com mais experiência real e in loco sobre a implantação de bibliotecas em pontos isolados do Brasil. Em uma de suas intervenções, ela lembrou a importância do treinamento dos agentes ou mediadores de leitura para que as bibliotecas sejam de fato utilizadas, mas afirmou que esta ação é relativamente simples e fácil de ser feita. Em outro momento, a vagaluma criticou a qualidade dos livros programa Literatura em Minha Casa, do MEC. "Os livros são todos padronizados, feitos em arial, corpo 12, e sem ilustrações", ponderou. "Chegamos com nossos livros, ilustrados e com melhor qualidade, e as crianças adoram, até se surpreendem quando descobrem que nossos livros trazem as mesmas histórias dos livros do MEC." Sylvia ainda compartilhou a experiência de um assentamento do MST em Castanhal, no Pará, onde a biblioteca de 300 livros implantada por seu projeto quadruplicou de tamanho em apenas um ano, com direito a sede própria e ao nome "José Martí" - tudo isso graças ao empenho da população local. "Essa história que brasileiro não gosta de ler é a maior mentira. As pessoas se emocionam, adoram os livros", afirmou a vagaluma, arrancando aplausos merecidíssimos.