No livro Observatório de Sinais - Teoria e Prática da Pesquisa de Tendências (224 pp., r$ 25), recém-lançado pela editora Senac Rio, o sociólogo Dario Caldas alia sua experiência profissional como "caçador de tendências" da moda à pesquisa acadêmica, realizada para uma tese de doutoramento na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Caldas detectou não só a escassez de publicações sobre o tema das tendências de moda e design, como uma certa confusão de conceitos, em um assunto estratégico para o País, que precisa firmar uma identidade própria para seus produtos e bens culturais, no mercado globalizado. Afinal, pergunta-se o autor, como pretender, por exemplo, que São Paulo e Rio de Janeiro sejam pólos internacionais de moda se continuamos a depender das tendências lançadas por outros centros? "Estudar as tendências somente pelo viés mercadológico é uma forma de análise equivocada. Deve-se considerar uma aproximação concreta com os indivíduos, seus gostos, os valores culturais. Criatividade, identidade e desejo fazem parte deste processo. A moda reflete a evolução da mudança destes valores", explica Dario.