Melhor que isso, só o Nobel de Literatura
PublishNews, 18/03/2004
Astrid Lindgren é talvez a escritora mais popular na Suécia e, com certeza, a autora sueca mais traduzida no mundo. Seus livros podem ser lidos em 86 idiomas e já venderam mais de 80 milhões de exemplares pelo mundo afora. Seu best-seller Pippi Meialonga foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras em 2001. Lindgren faleceu em 2001, aos 94 anos, e o governo sueco decidiu logo depois criar o Astrid Lindgren Memorial Award, um prêmio que tem como objetivo promover a literatura infanto-juvenil por meio do reconhecimento de escritores, ilustradores ou promotores da leitura. A premiação foi concedida pela primeira vez em 2003 para a escritora austríaca Christine Nöstlinger e para o autor e ilustrador norte-americano Maurice Sendak. Este ano, o prêmio veio para terras tupiniquins, tendo a escritora gaúcha Lygia Bojunga como única vencedora. Tri-campeã do Jabuti e laureada com o prêmio Hans Christian Andersen em 1982, pode-se dizer que autora de A Bolsa Amarela chegou o mais perto que podia de um Nobel. Isto não apenas porque o prêmio que acaba de ganhar também é sueco, mas porque é a premiação literária que mais se aproxima em valores do Nobel de Literatura. Lygia Bojunga receberá a quantia de 5 milhões de coroas suecas, o que equivale a cerca R$ 1,9 milhão (é isso mesmo, fizemos e refizemos a conta). Na justificativa da escolha da escritora brasileira, o júri sueco afirmou: "Lygia Bojunga dissolve facilmente a fronteira entre a fantasia e a realidade de uma forma tão vertiginosa como uma criança brincando." O prêmio será entregue em Estocolmo, no dia 26 de Maio, com a presença do primeiro-ministro sueco Göran Persson e da Princesa Victoria. Em junho de 2002, Lygia Bojunga fundou sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga, com o claro objetivo de publicar e reeditar sua própria obra.
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