Ziraldo: Primeiro, fazer um trabalho junto à imprensa do País, que dorme com o inimigo. Nossos jornais têm páginas e páginas sobre informática, que parece ser a maior inimiga de leitura de jornais. E não se interessam o mínimo em formar novos leitores. Livro não é notícia na imprensa brasileira. Não dá pra entender; como ela quer ter mercado no futuro se não pensa em ir formando este mercado desde já? Até as bordadeiras de Ijuí, ou Bracuí, se juntam para anunciar seus produtos na televisão. Por que as editoras brasileiras não se unem para fazer uma campanha de incentivo à leitura? Até as padarias de São Paulo já fizeram isto. Há mais inteligência e poder de iniciativa entre os que vendem alimentos para o corpo do que os que vendem pão para o espírito!
PublishNews: Nos dias 22 e 23, você estará presente no 14º Congresso de Leitura do Brasil (COLE), realizado na Universidade de Campinas. Qual sua expectativa em relação ao evento?
Ziraldo: Qualquer iniciativa que possa movimentar o universo brasileiro de leitura, eu estou lá. Acho importantíssimo para participar, convocar, estimular...
PublishNews: Finalmente, como o Menino Maluquinho aprendeu a gostar de ler?
Ziraldo: Não contei no livro, não, mas a mãe e o pai dele sempre leram histórias para ele. E conversaram sobre o livro que estavam lendo e esqueciam livros, muitos livros em casa...