Setor de papel e celulose opera no limite
Valor Econômico, Cesar Bianconi, 03/04/2003
Perto do limite da capacidade de produção instalada, a indústria de papel e celulose garante estar fazendo a lição de casa: grandes fabricantes têm projetos para expansão ou abertura de plantas, e apostam no financiamento do BNDES para levar adiante seus planos. Enquanto buscam capital e estudam a viabilidade econômica da ampliação de instalações produtivas, os empresários comemoram a alta de preços no mercado internacional. Com novo reajuste que passa a vigorar este mês, a tonelada da celulose já acumula ganho de cerca de 17% em relação ao valor praticado no final de 2002, atingindo os US$ 540. A recuperação, segundo a Bracelpa, associação que representa a indústria no país, ocorre devido à baixa dos estoques no hemisfério Norte, onde o inverno rigoroso dificultou o transporte de madeira para as fábricas. O presidente da associação, Osmar Zogbi, que representa o setor preferiu não entrar na polêmica de que os preços altos estariam incomodando as indústrias consumidoras do país. "O mercado interno de papel está um pouco mais fraco do que no ano passado, por isso, as empresas fizeram um grande esforço de exportação. Na eventualidade de melhorar o mercado doméstico, você reduz as exportações e em três meses equaciona a situação", disse. A expectativa da Bracelpa para 2003 é que o volume de papel produzido atinja 8 milhões de toneladas, contra 7,7 milhões no ano passado. No caso da celulose, a melhora deve ser mais expressiva, 8 milhões para 9 milhões de toneladas.
[03/04/2003 00:00:00]