A data, pelo menos no Brasil, deve passar sem grandes celebrações. A próxima quarta-feira marca os 100 anos do lançamento de No caminho de Swann, o livro que inaugurou uma das obras mais importantes — e menos lidas — da literatura mundial. Não porque os temas de “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust, tenham envelhecido, mas porque pouca gente se dispõe a atravessar seus sete volumes — quase quatro mil páginas na edição brasileira, da Globo Livros. Mesmo sem festa, o romance de Proust vive um momento importante no país. A Globo Livros terminou, há poucos meses, a reedição da obra, com traduções de Mario Quintana, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Além das novas edições no mercado, No caminho de Swann vai ganhar mais uma versão brasileira, traduzida pelo jornalista Mario Sergio Conti, colunista do Globo. A Companhia das Letras planeja lançá-la no ano que vem. Lá fora, a Sotheby’s vai leiloar, dia 26, em Paris, a carta em que André Gide, um dos quatro editores que rejeitaram o manuscrito de Proust na época, se diz arrependido do erro.