Pesquisa da ABDR traz retrato da pirataria universitária
PublishNews, 24/03/2003
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) com 1430 estudantes de 13 universidades paulistanas aponta dados preocupantes: 99% dos alunos pesquisados tiram cópias, imprimem ou recebem cópias do professor. A pesquisa ainda estima em 226 milhões o número de páginas páginas copiadas por ano e mostra que o hábito de leitura entre os alunos é reduzido (leitura de menos de um livro por mês). Segundo projeções da pesquisa, se nas demais cidades do Brasil os alunos tirarem uma média de cópias semelhante ao índice da capital paulista, o número de páginas copiadas por ano no País deve chegar a 1,935 bilhão. A metade dos alunos pesquisados lê, no máximo, 5 livros no semestre. Apenas 1/3 dos livros lidos são comprados, enquanto 2/3 são copiados ou retirados da biblioteca. Outro dado assustador é a constatação de que 84% dos alunos tiram cópias da pasta dos professores. Segundo comunicado distribuido pela ABDR, a indústria editorial, a indústria deixa de produzir cerca de 10 milhões de livros por ano com a utilização das cópias. A tendência ressaltada pela pesquisa é de que os volumes produzidos nas pastas e apostilas dos professores - que correspondem a 76% das "obras" utilizadas - apontam para uma futura substituição do livro pela apostila. Para o presidente da ABDR, Alfredo Weiszflog, a realidade encontrada reflete a fragilidade do ensino: "Este volume imenso de fotocópias limita o acesso ao conhecimento. Somente a leitura de obras completas é que dão condições para o aprofundamento dos estudos."
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