Apanhadão: Livraria mais antiga do Rio fecha definitivamente
PublishNews, Redação, 22/03/2021
E mais: Nova Fronteira erra nome de tradutor em obra e provoca série de queixas da categoria contra editoras; Eucanãa Ferraz vence o Prêmio de Poesia de Oeiras; e o prelo das editoras

Em sua coluna n’O Globo, Ancelmo Gois noticiou que a Livraria São José, a mais antiga do Rio de Janeiro, fechou definitivamente. Nos últimos tempos, a loja já funcionava modestamente num conjunto de salas na Rua da Quitanda, 67, no Centro da Cidade. Fundada há 85 anos, ela chegou a ter três Lojas na Rua São José, com um estoque de 100 mil livros.

A Painel das Letras deu destaque para a polêmica envolvendo a editora Nova Fronteira, que publicou o ensaio biográfico Freud, de Stefan Zweig, com o nome errado de um dos tradutores. Raquel Abi-Sâmara e Murilo Jardelino traduziram a obra do alemão, mas, na quarta capa, na folha de rosto e na ficha catalográfica está Marcelo no lugar de Murilo.

O tradutor busca agora um acordo com a editora. Ele pede que os exemplares sejam recolhidos e que seja trocada a capa e as páginas que contêm o erro. A Nova Fronteira publicou em suas redes sociais pedido de desculpas e correção. A editora diz que cometeu um erro grave, sem “objetivo de desrespeitar direitos autorais morais do tradutor”. Segundo ela, o registro ISBN está correto, a versão digital foi corrigida, um adesivo foi colocado na capa dos volumes ainda em estoque e há um esforço para recolher os já distribuídos e fazer chegar aos compradores a informação.

Uma nota de apoio aos pedidos de Jardelino foi assinada por 540 tradutores, escritores e professores, entre eles Luiz Ruffato, Micheliny Verunschk, Marcelino Freire, Marília Arnaud e Marcos Marcionilo. O caso despertou o mercado para outras queixas da categoria, como valores cada vez mais baixos pagos por lauda traduzida e prazos apertados.

O Globo anunciou que Eucanãa Ferraz vence primeira edição do Prêmio de Poesia de Oeiras, de Portugal. O poeta receberá 20 mil euros por seu livro Retratos com erro. Além do prêmio principal, foi atribuído o prêmio de obra revelação para A fagulha, do português Pedro Teias, no valor cinco mil euros. A obra A pressa dos dias, do poeta brasileiro Sérgio Corrêa Miranda Filho, recebeu uma Menção Honrosa.

O Estadão indicou cinco livros para ler no fim de semana. As dicas de leitura para o isolamento incluem lançamentos de Orwell (Por que escrevo), Joel Birman (O trauma do coronavírus), Micheliny Verunschk (O som do rugido da onça), Rodrigo Naves (Van Gogh: A salvação pela pintura) e Florbela Espanca (Poemas e contos).

No prelo das editoras, a coluna Painel das Letras adiantou que o porta Sérgio Medeiros lança em 2022 pela Iluminuras o e-book A Visual Finnegans Wake, um livro com 628 desenhos, um para cada página da obra de James Joyce. A obra também ganhará no ano que vem uma nova tradução, com o título Finnegans Rivolta, feita por um coletivo de 11 tradutores. A Pallas publica no segundo semestre O incesto real, novo romance do angolano Júlio de Almeida, o pai de Ondjaki. E ainda, o escritor argentino Pedro Mairal lança no segundo semestre pela Todavia, o livro Salvatierra; o ensaio do filósofo alemão Petr Sloterdijk, Fazendo o céu falar, sairá pela Estação Liberdade e o Selo do Suplemento Pernambuco, da Cepe, lança em maio O conto não existe, com textos críticos de Sérgio Sant’Anna.

Na coluna da Babel, mais prelo: a Arquipélago lança em abril, A estrada enluarada e outras histórias, com 21 contos inéditos de Ambrose Bierce (1842-1913) organizados e traduzidos por Rodrigo Breunig.

E o Coletivo Mulheres Poetas de Niterói lança livro com versos pelo fim da violência doméstica. Segundo Ana Cláudia Guimarães, colunista d’O Globo, o grupo, que nasceu há um ano na cidade, conseguiu apoio para a publicação através da internet. O título será Ventres, e as páginas terão ilustrações da poeta Dani L.

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[22/03/2021 11:00:00]