Apanhadão: O responsável pela escolha do conteúdo didático para crianças
PublishNews, Redação, 10/02/2020
E mais: Clarice Lispector no teatro em Nova York, a nova revista literária Olympio, Primavera Literária leva autores brasileiros para seis países e literatura feita na periferia pode ganhar dia próprio

Nesta segunda, o portal The Intercept publicou uma matéria sobre o discípulo de Olavo de Carvalho que vai decidir o conteúdo dos livros para crianças de seis e sete anos. Segundo o texto, a pessoa é Carlos Nadalim, bacharel em direito e mestre em educação que afirma ter desenvolvido seu próprio método para alfabetizar crianças. Ele será o responsável por decidir o conteúdo dos livros didáticos a partir de 2021. De acordo com uma fonte ouvida pela matéria, Nadalim reuniu um grupo de especialistas para que desenvolvam estudos que sirvam de base para a revisão de conteúdo dos livros do primeiro e segundo anos. A fonte disse ainda que se espera que até maio seja publicado um edital de licitação para a compra dos livros – a partir de critérios sobre os quais Nadalim dará a última palavra.

Tudo o que o MEC informou, ao ser questionado a respeito desses planos, foi que adquire o material didático “com base no Decreto 9.099/17, que prevê a compra dos materiais a partir de um edital prévio e de acordo com a escolha de cada escola”.

Dos livros para o teatro. No final do ano passado, a companhia teatral The New Stage Theatre Company levou para o palco, Perto do coração selvagem(Near to the wild heart), adaptação do romance de Clarice Lispector. Segundo o Estadão, a adaptação tomou como base a versão do texto de Lispector em inglês, assinada por Alison Entrekin. A peça inicia as comemorações, dentro e fora do Brasil, do centenário da escritora.

Na coluna da Babel, o assunto foi a Primavera Literária Brasileira, iniciativa de Leonardo Tonus. Em sua 7ª edição, o evento irá levar, de fevereiro e junho, escritores brasileiros e de outras nacionalidades, para encontros em universidades e escolas primárias e secundárias da França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e dos Estados Unidos. O objetivo é fomentar a descoberta e a leitura da literatura brasileira. A Primavera começa no dia 17 na Universidade de Indiana e terá como tema Brasil: (im)possíveis diálogos. Márcia Tiburi, Martha Batalha, Nathalia Borges Polesso e Wagner Schwartz participam do evento.

A literatura feita na periferia pode ganhar um dia próprio em São Paulo. Segundo o Painel das Letras, a proposta é do vereador Celso Giannazi (PSOL), que apresentou um projeto de lei que transforma a data no Dia da Literatura Periférica. O projeto prevê que escolas municipais promovam saraus, apresentações de slam e atividades sobre o tema nesse dia. A data escolhida foi 13 de outubro, data em que faleceu Marco Pezão, que era cofundador da Cooperifa ao lado do escritor Sergio Vaz. O projeto de lei está agora sendo analisado por comissões da Câmara dos Vereadores e não tem data para ir a plenário ou à sanção do prefeito, Bruno Covas (PSDB).

A nova revista literária Olympio (Editoras Tlön e Miguilim) foi destaque do Estado de Minas. Em sua segunda edição, a revista teve como tema a indignação: “Para onde estamos indo nesta marcha desenfreada rumo ao passado e ao atraso?”. Além do tema, a publicação deu destaque para o depoimento do líder indígena, Ailton Krenak e trouxe ainda textos de Kalaf Epalanga, Carlos Herculano Lopes, Astrid Cabral, entre outros.

O filósofo Tzvetan Tódorov, vencedor do Prêmio Príncipe de Asturias em Ciências Sociais e um dos intelectuais mais reconhecidos do mundo, faleceu na última semana, aos 77 anos. Tódorov era filósofo, linguista, sociólogo, historiador, crítico e um importante pensador da literatura e historiador das ideias, assim como analista teórico da cultura. Entre suas obras mais recentes, ele destacou tendências totalitárias em democracias contemporâneas: a xenofobia, a falta de pluralismo e a repulsa a imigrantes.

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[10/02/2020 10:00:00]