Depois da polêmica que causou na Bienal do Rio e do seu marketing reverso, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou que entrará com recurso para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que liberou a comercialização de livros de temática LGBTQ na Bienal. No dia anterior, o Tribunal de justiça do Rio concedeu uma liminar impedindo a apreensão de livros no evento. Segundo o Estadão, em nota, por meio de sua assessoria de imprensa, a gestão municipal informou que "vai interpor, no STF, embargos de declaração à decisão do ministro Dias Toffoli". Segundo a prefeitura, a decisão de Toffoli não examina o fundamento da medida tomada pelo município do Rio de Janeiro ao fiscalizar a Bienal do Livro: a defesa de crianças e adolescentes, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina que revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado para menores devem ser comercializadas em embalagem lacrada, com advertência sobre seu conteúdo".
N’O Globo, Ancelmo Gois questionou se a censura de Crivella foi marketing conservador ou jogo de cena. “Em que pese toda a repercussão negativa, o prefeito não deu um tiro no pé, acho. Surfou com sucesso, imagino, na grande onda conservadora que varre o país. Talvez fosse só o que ele queria: ganhar pontos e votos desse público”, escreveu na sua coluna.
O coleguinha também anunciou que a escritora ruandesa Scholastique Mukasonga participará da oitava edição do Festival Internacional de Artes de Tiradentes, que abre nesta quinta (12). No festival, ela – que é autora, dentre outros, do livro Nossa Senhora do Nilo (Nós) - fará leituras dos trechos do romance-memorialista A mulher de pés descalços.
Na Babel, destaque para o livro Vida precária: Os poderes do luto e da violência, da filosofa Judith Butler, que chega este mês às livrarias pela Autêntica. Nos cinco ensaios da obra, ela faz uma profunda avaliação da América pós 11 de setembro e das políticas americanas que caminham na direção de travar uma guerra perpétua. E a Balada Literária, que terminou neste domingo já tem sua homenageada para a edição de 2020: a escritora Geni Guimarães. Nome importante da literatura negra, Geni escreveu contos, poemas e livros para crianças.
