O início da 75ª Feira do Livro de Frankfurt foi diretamente afetado pelo contexto geopolítico envolvendo Israel e Palestina. Nos últimos dias, editores, associações e organizações árabes e asiáticos anunciaram que não participarão mais do evento. As saídas em protesto foram anunciadas por entidades como a Arab Publishers Association, a Emirates Publishers Association, a Sharjah Book Authority e a PublisHer – que teria pela primeira vez um estande no Hall 5. O governo da Malásia também cancelou a participação do seu ministro da educação na Feira, bem como a Associação de Editores da Indonésia. Muitas reuniões entre editores e outros profissionais – a atividade principal do evento – foram canceladas. Outras instituições, porém, como o International Congress of Arabic Publishing & Creative Industries, mantiveram sua programação. Mas recaíram acusações de que a Feira estaria silenciando vozes palestinas, depois que a cerimônia de entrega do prêmio literário LiBeraturpreis 2023 para Adania Shibli foi cancelada. Nesta terça-feira (17), na entrevista coletiva de abertura da Feira, o diretor do evento, Juergen Boos, o vice-presidente de Comunicação, Torsten Casimir, e a presidente da Associação Alemã de Editoras e Livrarias, Karin Schmidt-Friderichs, condenaram a violência entre Israel e Palestina e mencionaram as desistências da Feira como um "desastre". "A Feira de Frankfurt é um porto seguro para as discussões e a liberdade de publicação e de expressão está no nosso DNA", disse Juergen Boos. "Estamos muito decepcionados por aqueles que planejavam vir e não virão por conta da geopolítica. É um completo desastre para nós, para mim. Quero que as pessoas estejam aqui, que façam discursos francos, que tenham discussões, mesmo que sejam controversas. Então, realmente estou ansioso para trazer de volta todas essas pessoas que vão vieram por conta da geopolítica". Clique no Leia mais para ler a notícia na íntegra.

Em uma coletiva de imprensa marcada pela polêmica geopolítica em que a Feira de Frankfurt se encontrou nos últimos dias, a jornalista britânica Gaia Vince precisou se virar para cumprir seu papel de oradora principal do evento, realizado na manhã desta terça-feira (17) em Frankfurt. Mas ela conseguiu, porque o seu tema é tão urgente quanto, e parece ganhar cada vez mais tração tanto nos espaços propriamente políticos, mas também no mercado editorial enquanto setor: as mudanças climáticas. Autora de Nomad Century: How climate migration will reshape our world (Flatiron Books), ainda sem tradução no Brasil, a jornalista resumiu de maneira franca – e portanto assustadora – o quadro climático em que já estamos inseridos enquanto humanidade. “Esse ano não foi nada prazeroso, é o mais quente da história. Vimos fazer 50ºC em vários continentes, temos o superaquecimento de mares, secas prolongadas com efeitos trágicos, que exacerbam conflitos violentos e causam fome. A temporada de efeitos climáticos vai começar agora no Sul global. Todo mundo está sentindo os efeitos dessa crise, seja financeiramente ou de outras formas. Precisamos enfrentar essa missão, e sinto que finalmente os líderes estão pensando nesse sentido. E precisamos ser realistas: como vamos nos adaptar? Nenhum país está fazendo isso atualmente”, falou. Clique no Leia Mais para ler a notícia na íntegra.

Editoras e empresas brasileiras já estão em Frankfurt para participar da 75ª edição do maior evento do mercado editorial global. A cerimônia de abertura será realizada nesta terça-feira (17), às 17h no horário local (12h de Brasília), e deve dar evidência aos temas geopolíticos que rondam a Feira deste ano – tema de 9 em cada 10 rodas de conversas nesta segunda-feira (16), nos primeiros encontros da semana na cidade alemã. Na parte de negócios, as editoras brasileiras pretendem estreitar laços e consolidar relações. Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro, e Karine Pansa, diretora da CBL e presidente da International Publishers Association (IPA), também participam de uma série de encontros e reuniões. “A relevância da Feira do Livro de Frankfurt se estende não apenas à indústria editorial, mas também à promoção da diversidade cultural e à difusão de ideias globalmente”, afirma Sevani Matos. Para Jézio Hernani Bomfim Gutierre, diretor-presidente da Editora Unesp, Frankfurt é uma oportunidade de manter e aprofundar relações comerciais, bem como para atualizações sobre questões de interesse do mercado. “Só para citar dois exemplos típicos, em primeiro lugar audiobooks e em segundo lugar, inteligência artificial", diz. Ricardo Almeida, CEO do Clube de Autores, está em Frankfurt para lançar a versão em espanhol da plataforma de autopublicação, iniciando a operação na Espanha e na América hispânica. “Para nós, é o momento de fazer uma conexão humana com todos os negócios e acordos que fechamos ao longo destes últimos meses e especular novos rumos com os nossos parceiros”, comenta. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Nesta quarta-feira (18), começa em Chengdu, China, a 81ª World Science Fiction Convention, a WorldCon. É a mais importante conferência de ficção científica e fantasia do mundo, e onde ocorre a cerimônia de entrega do Prêmio Hugo. Este ano, uma das novidades é a participação de convidados da América Latina, a exemplo da escritora e pesquisadora brasileira Ana Rüsche, e de César Santiváñez (Peru), Gabriela Damián Miravete (México), Laura Ponce (Argentina), Leonardo Espinoza Benavides (Chile) e Tanya Tynjälä (Peru). Outros nomes da África e Ásia, como Wole Talabi (Nigéria), finalista este ano do prêmio Hugo, também estarão presentes. “Como autora, quero me nutrir de novas ideias dessa comunidade internacional. Como pesquisadora, quero ver o que há de mais recente sobre crise climática e literatura”, diz Ana Rüsche ao PublishNews. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A XIV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco chegou ao fim neste domingo (15) tendo gerado bons números, segundo a organização: estima-se que o evento tenha provocado um impacto econômico de R$ 18 milhões em vendas diretas ao público e nos negócios que serão fechados nos próximos dias por conta do evento. A Bienal recebeu cerca de 200 mil pessoas, 150 expositores, 500 editoras e 300 atividades culturais. “A Bienal do Livro de 2023 foi um evento inesquecível para todos. Alegria imensa ter atuado para proporcionar esse momento para tanta gente interessada em construir perspectivas melhores em torno do mundo do conhecimento e da educação que advém da leitura. Cumprimos um compromisso que assumimos com o mercado editorial e livreiro para gerar essa agenda positiva para Pernambuco”, disse Rogério Robalinho, produtor da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em nota. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A 15ª edição da Tarrafa Literária inicia nesta quarta (18) e segue até domingo (22) celebrando e discutindo a literatura sob seus mais diversos pontos de vista e fortalecendo o impacto transformador da relação entre autores e leitores. Com programação gratuita, no dia 18, às 20h, o Teatro Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 156 – Aparecida) recebe a Noite de Abertura, que contará com show do cantor e compositor Odair José e um tributo à obra de Pedro Bandeira, autor homenageado desta edição. Já entre os dias 19 e 22 de outubro, mais de 30 convidados passarão pelas 12 mesas de debate que serão realizadas no Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100 – Centro). O evento foi idealizado e é organizado por José Luiz Tahan, livreiro, editor e agora autor. Após a bem-sucedida retomada presencial no ano passado (as edições de 2020 e 2021 ocorreram em formato online, devido à pandemia), a 15ª Tarrafa Literária investe em temas capazes de mobilizar diferentes públicos e perfis de leitores, sempre atenta às tendências do mercado editorial do país. Os bastidores dos ofícios de biógrafos, tradutores e fotógrafos, os desafios do jornalismo investigativo, o poder da poesia, as diferentes nuances da alimentação e da gastronomia e as reflexões acerca da sociedade atual estão entre elas. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota e detalhes da programação.

Cruz e Sousa, Salim Miguel, Eglê Malheiros, Ieda Magri, Marcelo Labes e outros nomes que fazem parte da produção literária de Santa Catarina estão na série narrativa documental do Posfácio Podcast sobre literatura catarinense. O projeto é uma produção do Posfácio Hub de Jornalismo em Áudio, e os episódios vão ao ar nas plataformas no dia 20 de outubro. Para marcar o lançamento oficial, um encontro será realizado na Livraria Livros & Livros, que fica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, no dia 17, às 19h. Já no dia 21 de outubro, as idealizadoras do projeto, jornalistas Carol Passos e Stefani Ceolla, participarão de um bate-papo sobre a série na Bienal Internacional do Livro de Jaraguá do Sul. Os dois eventos são gratuitos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Feira do Livro Infantil de Bolonha (BCBF) está preparando uma série de eventos para reafirmar seu "espírito cosmopolita", envolvendo-se diretamente com a comunidade internacional do livro antes da 61ª edição da feira, de 8 a 11 de abril de 2024, na BolognaFiere. O terceiro Grand Tour, uma jornada completa ao redor do mundo, verá equipes da feira de Bolonha participarem de cinco eventos em Frankfurt, Nova York, Guadalajara, Londres e Nova Delhi. Exposições, encontros e oportunidades para discussão e troca de ideias com profissionais da indústria do livro (editores, autores, ilustradores, designers gráficos e outros) serão promovidos durante a turnê. O objetivo duplo é desenvolver a rede de parceiros internacionais e incentivar a participação na BCBF, ao mesmo tempo em que promove o melhor da publicação e do setor editorial italiano ao redor do mundo, estabelecendo as bases para novas oportunidades de intercâmbio cultural e relações comerciais. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A autora Aline Bei é a próxima convidada do “Encontros com Autores 2023”, uma série de diálogos promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Theatro Municipal de São Paulo. Esta edição do evento, agendada para o dia 18 de outubro, às 19h, contará com a mediação do jornalista Cláudio Leal. A conversa com Aline Bei promete ser um momento de reflexão e insight sobre o universo literário, proporcionando ao público uma oportunidade de aproximação com a autora e sua obra. A autora paulistana, nascida em 9 de outubro de 1987, possui uma trajetória literária marcante e de reconhecido mérito. Formada em Letras pela PUC-SP e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia-Helena, com pós-graduação em Escritas Performáticas pela PUC-RIO, Bei se destacou no cenário literário com O peso do pássaro morto (Nós). Esta obra não apenas foi finalista do Prêmio Rio de Literatura, mas também conquistou o Prêmio São Paulo de Literatura e o Prêmio Toca, consolidando sua autora como uma voz significativa na literatura contemporânea.

Este mês, a Disal começou um projeto com o objetivo de incentivar alunos e professores do ensino infantojuvenil sobre a importância do hábito da leitura. Os eventos contam com livros de diversos gêneros, atendendo o gosto das crianças. Em uma era onde jogos eletrônicos e vídeos on-line chamam mais a atenção dos jovens, o hábito da leitura acabou ficando para trás. O projeto conta com dois formatos e podem ser realizados em locais e com atividades diferentes. O formato consiste em levar as crianças de uma instituição de ensino, para visitarem a sede da Disal, em São Paulo, e conhecerem todo o processo da compra dos livros até chegar nas mãos das crianças. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A jornalista Miriam Leitão vai a São Paulo para a sessão de autógrafos do livro-reportagem Amazônia na encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades (Intrínseca). O evento ocorre na quarta-feira (18), na Livraria da Travessa (Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232 – São Paulo / SP), no Shopping Iguatemi, a partir das 19h. Na obra, a jornalista apresenta uma abordagem para compreender as políticas que devem ser adotadas na preservação da floresta. Amazônia na encruzilhada é uma reportagem sobre os avanços e os retrocessos da luta do Brasil contra o desmatamento, com bastidores da política ambiental, viagens à Amazônia e entrevistas com os principais especialistas na área. A jornalista argumenta na obra que este é o momento mais dramático da nossa relação com a Amazônia. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Animais, folhas, flores, pedras preciosas, fluidos incontroláveis. O universo erótico de Marosa di Giorgio (1932-2004) é personalíssimo e espantoso em sua exploração dos mistérios do corpo. Considerada uma das raras vozes surrealistas da literatura latino-americana, a escritora uruguaia desenvolve narrativas em que o absurdo se apresenta em imagem alucinatórias, vivenciadas sem espanto pelos personagens. Seus contos agora são reunidos em Rosa mística (Carambaia, 265 pp, R$ 86,90 – Trad.: Josely Vianna Baptista), com curadoria da crítica e professora de literatura Eliane Robert Moraes, autora também do posfácio. A edição traz, ainda, um ensaio da jornalista uruguaia Gabriela Aguerre. Moraes observa que, em Di Giorgio, “o realismo da narração contrasta com a irrealidade das cenas narradas”, o que torna ainda mais radical a experiência do leitor. Nos contos da autora, uma mulher copula com um furão; outra bota ovos; um olho nasce nas costas de uma terceira; outra ainda, muito jovem e recém-iniciada na vida sexual, se autofecunda e acredita que está se tornando Deus. As surpresas se sucedem em quarenta histórias breves, sob o nome Lumínile (luminosidade, em romeno), mais a narrativa extensa que dá título à coletânea, última obra publicada pela escritora, em 2003. As heroínas de Di Giorgio são inevitavelmente mulheres, amiúde em seus momentos de desvirginização ou casamento. São tão importantes seus atos quanto as formas que brotam de seus corpos em mutações espontâneas.

A diversidade cultural carioca e os modos de viver suburbanos são o mote da antologia Encruzilhadas suburbanas (Oficina Raquel, 170 pp, R$ 55). Os caminhos chegam na encruzilhada ou começam nela? Os subúrbios são encruzilhadas, tanto pelos encontros que permitem, quanto por serem pontos seminais de cultura. Cada subúrbio é uma encruzilhada de gentes e culturas. Como pensar a cultura do Rio de Janeiro sem refletir sobre os subúrbios da cidade? A reunião de contos que formam a antologia é um retrato dos caminhos de quem vive e convive nos subúrbios do Rio de Janeiro. O conjunto dessas histórias não só mostra que todos os caminhos de uma cidade levam aos subúrbios, mas que tudo mais também parte deles. Trata-se de uma encruzilhada humana, ponto final e, ao mesmo tempo, seminal da vida, de gente, seus desgostos, memórias e metamorfoses. São nessas encruzas criadas por Pedro Machado, que os contos aqui reunidos brotam. O carnaval, as biroscas, o trem, as igrejas, os terreiros e as ruas são companhias afetivas para os personagens que são tudo, menos estereótipos. Vinte e três autores narram histórias sobre suburbanos cheios de humanidade e contradição, que carregam em si a beleza e a dor de ser o que se é – e de onde se é – com o tipo de sabedoria que não se aprende nos livros, mas que têm o poder de criá-los.

Marina Colasanti lança o leitor num mar de histórias que o transporta para lugares que, à primeira vista, só poderia visitar em sonhos. Contudo, as histórias concebidas pela autora para este livro indiciam que as fronteiras entre o que é real e o que pode não ser são encantadoramente volúveis. As ilustrações de Elizabeth Builes sintonizam-se com a intensa sensibilidade da escrita de Marina. Os leitores que percorrem essas páginas fazem uma incursão pelas narrativas repletas de alumbramento da autora, que mais uma vez os arrebata com seu dom único para criar mundos fascinantes e os convidar a habitá-los. Sereno mundo azul (Global, 96 pp, R$ 65) é a primeira publicação inédita de Marina Colasanti após receber o Prêmio Machado de Assis.

O novo livro de contos de Luciana Lachini – pós-graduada em Formação de Escritores pelo Instituto Vera Cruz (SP) – coloca lente de aumento nas insanidades que perpassam o cotidiano atual, quando as redes sociais ditam normas, disparam conceitos e lançam modismos que causam confusão e impelem as pessoas a se pronunciar e se posicionar tudo e todas as coisas. Distanciados de seus sentimentos e desnorteados com o excesso de informação, os personagens de A tua boca anda mentindo (11 Editora, 144 pp, R$ 60) proferem discursos que ouvimos a todo instante, mas que, pelo recorte perspicaz e cômico da escritora, nos fazem rir – da nossa própria desgraça. A executiva que está morrendo de câncer, mas não esquece a campanha de lançamento de um novo produto; as amigas que se embebedam e conversam ao estilo de “não sou feliz, mas tenho marido”; um novo aplicativo que ajuda pais ocupados a presentear filhos tiranos; o casal infeliz que promove churrascos durante o isolamento da pandemia. Essas e outras histórias carregam os leitores nos braços, não só por serem magistralmente bem escritas, mas porque nos fazem pensar: “será que eu também sou (ou estou) assim?”