Em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva está novamente sob o comando de Marcos Guedes. Ele já havia ocupado como interino a função de diretor-presidente durante o exercício social de 2021, e desde junho está definitivamente no cargo, substituindo a Sandro Alves Benelli. A empresa divulgou seu desempenho no segundo trimestre deste ano, com lucro líquido de R$ 20,15 milhões no período. O comunicado oficial destaca como a principal conquista no trimestre a homologação do 2º Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial – PRJ, ocorrido em 19 de abril, autorizando que credores recebam ações da empresa como pagamento. Em entrevista ao PublishNews, Guedes fala do momento da empresa, comemora de forma contida o bom resultado do aditamento e admite que a Saraiva ainda não está salva. Afirma que a recuperação judicial da empresa machucou muito o mercado, o que impõe à Saraiva uma árdua tarefa de reconquistar a confiança dos editores. Ele fala também sobre a situação da Saraiva em vendas digitais e comenta as perspectivas do mercado depois da eleição presidencial. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Aos poucos a Flip vai anunciando os nomes confirmados para a sua 20ª edição, marcada para novembro, de 23 a 27. Depois da americana Saidiya Hartman, a festa literária confirmou o nome da poeta brasileira Cida Pedrosa. Nascida em Bodocó, interior de Pernambuco, Cida Pedrosa é conhecida tanto por sua trajetória literária como política. Em 2020, ganhou dois prêmios Jabuti, nas categorias Poesia e Livro do Ano, com Solo para Vialejo (Cepe Editora). “A obra e a trajetória de Cida Pedrosa colocam em pauta novas centralidades em um país tão diverso culturalmente, mas ainda tão desigual no sentido das representações. Sua poesia mostra uma das grandes funções sociais da literatura: a potência do exercício de criar e pensar”, comenta Mauro Munhoz, diretor-artístico do evento. Além de Solo para Vialejo, Pedrosa também é autora de Restos do Fim (independente), Estesia (Cepe) e As Filhas de Lilith (Calibar). Seu próximo lançamento já está no prelo. Araras vermelhas deve sair em novembro deste ano, pela Companhia das Letras. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Uma característica em comum entre as livrarias independentes que estão ressurgindo por aí é a preocupação com o espaço. Afinal, cada uma nasce com uma identidade única e com o objetivo de se tornarem parte dos bairros onde estão inseridas e criar uma relação próxima com os moradores de cada região. É nessa etapa inicial que entra o trabalho do arquiteto, que tem a missão de pensar em uma estética atraente, na iluminação e na funcionalidade de cada metro quadrado. Uma boa livraria precisa de uma boa arquitetura. Para falar sobre o tema, no episódio dessa semana o podcast do PublishNews conversou com a arquiteta Bel Lobo, responsável – dentre outros projetos – pela arquitetura das Livrarias da Travessa, da Biblioteca Parque Estadual, da Livraria das Marés, em Paraty, e de várias outras bibliotecas. Referência nacional em projetos para o varejo, em 2011 Bel estreou como apresentadora do programa “Decora”, no canal GNT, onde ficou por sete temporadas e, atualmente, além de estar à frente da be.bo, seu escritório de arquitetura, apresenta o programa “Quem mandou me convidar?”, no qual desenvolve projetos comunitários à muitas mãos. Comentando sobre o que acha que uma livraria tem que ter para atrair o público, Bel começou dizendo que acha que o espaço não pode ser muito arrumado. “Porque você faz com que a pessoa tenha uma certa cerimônia”, explicou. “Esse ‘desarrumado’ faz parte do movimento da livraria”, disse. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota e ouvir o programa.

Toda a polêmica que envolve Os versos satânicos desde seu lançamento faz com que, para muita gente, essa seja a única obra relevante do autor anglo-indiano Salman Rushdie. É um erro pensar assim. Nos países de língua inglesa, principalmente na Inglaterra, ele é venerado como um dos maiores escritores vivos que escrevem nesse idioma. No Brasil, a Companhia das Letras lançou quase toda a obra de Rushdie. O PublishNews lista o que pode ser lido de sua produção em tradução para o português. Alguns livros ainda estão em catálogo, outros podem ser encontrados em sebo, além de títulos lançados apenas no formato Kindle. É uma obra praticamente inatacável no aspecto literário, com inventividade e beleza. São 12 livros para provar que Salman Rushdie é hoje um dos grandes escritores do mundo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota e a relação das obras.

Gilberto Gil é o convidado desta terça-feira (23), às 18h, no projeto Parque de Ideias. O cantor e compositor encontrará o público num bate-papo informal na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio (Av. Presidente Vargas, 1.261, Centro - Rio de Janeiro / RJ). A série Ilustre Leitor traz grandes nomes da música e da literatura brasileira para conversas em torno de seus livros de cabeceira. Gil, primeiro representante da MPB na Academia Brasileira de Letras, vai conversar sobre seus dez livros preferidos, obras que fizeram ou ainda fazem parte de suas influências como pessoa e artista. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O fim se semana trouxe uma notícia breve, mas que vai despertar muita atenção. Na coluna de Ancelmo Gois, no Globo, ele informou que a cantora Maria Bethânia vai participar de uma série documental na qual fará a leitura de trechos de autores clássicos da literatura brasileira. A série Línguas da nossa língua deverá ter quatro episódios, dirigidos por Estevão Ciavatta para a plataforma HBO. A proposta é um olhar inédito sobre as línguas e os dialetos que formam a identidade brasileira. O Valor publicou crítica de Sra. Hemingway (Bertrand Brasil), da britânica Naomi Wood, no qual ela conta parte da vida de Ernest Hemingway (1899-1961) pesquisando sobre as quatro mulheres que se casaram com o escritor, além de uma enxurrada de casos paralelos. O Estadão publicou reportagem sobre o livro Arte do Centenário e outros escritos (Editora Unesp), de Oswaldo de Andrade, no qual o autor dispara críticas contra colegas e os artistas que ele considerava “passadistas”. Clique no Leia mais pra acessar a íntegra desta nota.

Nesta quarta (25), a Editora Âyiné inaugura a coleção Versalete, que reúne ensaios identificados como digressivos. Num momento em que muito parece ser dito mediante o grito, os textos selecionados privilegiam as afirmações tímidas, pouco categóricas, que se opõem à noção do gênero ensaio como o de uma verdade inquestionável. O projeto gráfico foi idealizado por Violaine Cardinot, diretora de arte e designer francesa. A artista realiza trabalhos para diversas editoras, instituições culturais e galerias de arte. O primeiro lançamento será Cizânias: vozes de mulheres, assinado pela crítica de arte Clara Schulmann. No livro, a autora constrói um diálogo entre mulheres emancipadas de diferentes épocas e regiões do mundo. Em seguida, a Versalete apresenta a obra O esplendor de São Petersburgo, do escritor holandês Jan Brokken. O livro leva o leitor numa viagem por essa cidade russa, berço ou morada de alguns célebres nomes da literatura, da música e das artes visuais. Clique no Leia mais para saber outros detalhes da coleção.

Autora de mais de 20 livros e mestra em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM, Marina Pechlivanis lança nesta segunda-feira (22), na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618 - São Paulo / SP), o livro Gestão sistêmica para um mundo complexo (Alta Books, 288 pp, R$ 73). Segundo a autora, é um livro de questionamentos e realidades incômodas para a vida em um mundo interdependente onde tudo está ligado a tudo. “Criamos soluções para pessoas conectadas em rede, quando parte da população não tem acesso a saneamento básico, que dirá à internet”, afirma Marina. “Desvalorizamos a sabedoria tradicional que nos trouxe até aqui e pensamos que tudo se resolve com Inteligência Artificial. Acreditamos que podemos sair do sistema, pois este não funciona, até perceber que esse sistema está integrado a outros, pois tudo o que existe, existe em sistema.” Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Logo mais, às 19h, a chef Roberta Sudbrack lança na Livraria Blooks do Espaço Itaú de Cinema (Praia de Botafogo, 316 – Rio de Janeiro / RJ) o seu quarto livro. Um tal cheiro de ambrosia – Conversas com Vó Iracema (Editora Interseção Design de Histórias) é um livro homenagem póstuma à avó que criou Roberta desde a primeira infância e que permanece sendo a sua maior inspiração - na cozinha e na vida. No período da pandemia do Covid-19, a autora começou a publicar em suas redes “cartas” para a avó e que emocionaram o seu público. Para o livro foram selecionadas 37 conversas com destaque de algumas frases da avó, que retratam a sua personalidade e o apoio que ela foi para a neta. Fotografias do arquivo de família e de objetos pessoais foram usados pelos artistas Marcia Albuquerque e Maurício Plannel na composição das colagens que complementam a narrativa. A obra conta ainda com relatos de convidados como Adriana Calcanhotto, Laura Góes, Tamara Klink e Zélia Ducan. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O armário de bebidas (Globo Livros, 272 pp, R$ 59,90 – Trad.: Santiago Nazarian), da ensaísta Leslie Jamison, apresenta uma história entre duas gerações de mulheres que se conectam por vidas e idealizações que não se concretizaram e cuja esperança pode ser encontrada na próxima garrafa de álcool. Tilly é uma mulher solitária e entregue a maus hábitos, alcoolismo e questões internas. Stella, sua sobrinha, uma mulher que vive uma realidade vazia em Nova York. Quando Stella vai para a casa da tia em Nevada, as duas tentarão juntas compreender as próprias vidas e seus gatilhos e reunir os cacos dos problemas que passaram. Entre falhas, arrependimentos e a busca por redenção, Leslie Jamison narra vidas que se entrelaçam enquanto reflete sobre sexo, perdição, vício e amor. Os diálogos da autora, bem como a construção de seus personagens, demonstram a complexidade do ser humano e fazem o leitor repensar as voltas e reviravoltas que a vida dá.

No fim do século XVIII, em Vila Rica, Minas Gerais, uma jovem arruinada financeiramente casa-se com um abastado fazendeiro na esperança de salvar o futuro da família. De início satisfeita com o arranjo, a jovem logo percebe que não será nos braços do rico e importante senhor que encontrará a felicidade, e sua busca se transforma numa verdadeira tragédia. Recriação do mito grego de Fedra e Hipólito, em que a protagonista se apaixona pelo próprio enteado, Os sinos da agonia (HarperCollins, 288 pp, R$ 54,90) não tem apenas um narrador, mas vários. João Diogo Galvão, sua mulher, a ruiva Malvina, e seu filho Gaspar, enteado de Malvina, são dilacerados pelo amor impossível e pela agonia. Intensamente apaixonados, culpados e vingativos, eles compõem as pontas de um triângulo amoroso impossível. Neste romance de Autran Dourado – um dos mais importantes escritores brasileiros –. a alternância de vozes, somada ao uso de técnicas narrativas como fluxo de consciência e flashbacks, leva o leitor aos mais variados questionamentos sobre desejo, destino e o que é a verdade.

Ambientada em Fortaleza, A filha primitiva (José Olympio, 176 pp, R$ 44,90) traz uma linhagem de mulheres sem nome unidas pelo destino, mas separadas pela dor, pelo abandono, pela fé e pelo ceticismo. Segredam entre si quem são — a avó, mulher negra, esconde de sua filha quem seria seu pai; a filha, branca, luta para sobreviver, escrever e rejeita a maternidade que lhe foi imposta; a neta recebe a raiva da mãe e já nasce sentindo a dor de ser mulher. “O silêncio foi uma palavra-chave para a investigação do livro. Perceber que o silêncio na história das mulheres só fomenta a violência”, explica a autora Vanessa Passos. O livro é uma ficção imersa na crueza da linguagem e calcada no real que transforma a história em grande literatura. A edição que chega agora às livrarias pela José Olympio conta com texto de orelha de Giovana Madalosso e posfácio de Natalia Timerman. A filha primitiva foi o livro vencedor da 6ª edição do Prêmio Kindle de Literatura.

Laurence é uma publicitária com uma vida aparentemente perfeita: é casada, tem dois filhos, uma carreira bem-sucedida ― e, para completar, um amante. Mas, por uma série de contingências, a jovem começa a questionar os próprios valores e o futuro que escolheu para si. Um dos últimos romances de Simone de Beauvoir, As belas imagens (Nova Fronteira, 136 pp, R$ 39,90) expõe a condição da mulher e a moral burguesa na França após a Segunda Guerra Mundial, marcada pelo consumismo e pela superficialidade das relações. A passagem do tempo, a felicidade, a ternura, o engajamento político e outros temas são abordados com uma intensidade particularíssima, que levou Simone a se destacar como uma das grandes forças pensantes do século XX. Esta edição conta com a tradução de Claude Gomes de Souza e traz um prefácio inédito da professora e pesquisadora Magda Guadalupe dos Santos.