Os mangas estão literalmente invadindo as livrarias francesas. No primeiro semestre deste ano, as vendas de exemplares físicos deste gênero foram 168% maiores em relação ao mesmo período de 2019. São 23 milhões de exemplares vendidos entre janeiro e junho. As vendas estão acelerando. No primeiro semestre do ano passado, a venda de mangás já tinha aumentado 15%, embora todas as vendas de quadrinhos de outras categorias tenham apresentado queda. Os números são divulgados ao mesmo tempo em que é realizada na França a Japan Expo 2022, depois de três anos sem evento presencial. A feira tem 280 estandes profissionais e 928 autores independentes. A estimativa de que as editoras francesas possam comprar cerca de 160 novos títulos japoneses. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

As discussões sobre diversidade ou a falta dela no mercado editorial não são novas. Em junho de 2020, por exemplo, o Podcast do PublishNews conversou com Vagner Amaro, editor da Malê, sobre a presença de autores e editores negros no mercado editorial brasileiro e em eventos literários, e dois meses depois, recebeu Luiz Schwarcz e Fernando Baldraia para falarem sobre o manifesto a favor da diversidade divulgado pela Companhia das Letras. Com a Bienal Internacional do Livro de São Paulo discutindo o tema de diversas maneiras na sua 26ª edição, o Podcast mais uma vez toca no assunto com Felipe Brandão, gerente de novos projetos na Editora Planeta e com Jorge Marques, editor e sócio da Oficina Raquel, que recentemente anunciou o seu novo posicionamento editorial. A busca por diversidade no mercado editorial - seja de autores, personagens, origem, identidade de gênero, ou temas já furou uma bolha, mas ainda tem um longo caminho a ser percorrido. Obras com temas mais diversos e inclusivos estão alcançando cada vez mais as listas de mais vendidos, principalmente no gênero Young Adult, um dos mais procurados hoje em dia. No bate-papo desta semana, Felipe e Jorge – que trabalham em editoras que publicam e apostam sempre em obras diversas – falam sobre como vêm esta nova onda de títulos mais representativos, dos bastidores do mercado editorial, de como vão atrás de obras mais representativas e inclusivas, da importância de se falar sobre o tema é ainda de novas tendências que podem surgir nos próximos meses. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota e ouvir o programa.

Na última seta (15), aconteceu a premiação da primeira edição da CCXP Awards, evento que reuniu influenciadores, famosos e artistas na Sala São Paulo. Foram entregues 32 troféus durante a noite, em seis vertentes da cultura pop: Filmes, Séries, Literatura, Games & eSports, Quadrinhos e Creators. Todos os vencedores levaram para casa a ‘Glória’, nome do troféu inspirado em um dos principais símbolos da cultura pop, o dragão. “Sonhamos lá atrás e trouxemos todo o mercado [da cultura pop nacional] pra sonhar com a gente. Estamos muito felizes com a aceitação da premiação pelo meio artístico. Era o prêmio que faltava na cultura pop nacional”, comemora Roberto Fabri, VP de conteúdo e curador das marcas CCXP. A cerimônia trouxe para a abertura a Orquestra Santa Marcelina e teve como host o jornalista Tiago Leifert. No palco, o grande vencedor da noite, com dois prêmios, foi o filme A última floresta, que levou o Grand Prix, e a subcategoria Melhor Filme Nacional. A categoria Literatura – presidida por Daniel Lameira – abriu a cerimônia com a entrega do troféu da subcategoria de Melhor Livro de Ficção. Com a apresentação de Alê Garcia, o vencedor foi O serviço de entregas monstruosas (Intrínseca), de Jim Anotsu. Já o Melhor Livro de Não Ficção ficou com Chico Felitti, autor de Elke: Mulher Maravilha (Todavia). Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O Publishers Weekly, portal americano que é uma verdadeira Bíblia para o mercado editorial, publicou neste final de semana a lista dos livros mais vendidos nos EUA durante o primeiro semestre. Colleen Hoover é a grande vendedora da temporada até aqui, com cinco títulos entre os dez mais. É assim que acaba, em edição nacional da Galera Record que também lidera a mais recente Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews, está na tabela americana com quase 1 milhão de exemplares vendidos entre janeiro e junho. Para ser exato, 925.221. A autora também aparece no terceiro lugar, com Verity, em sexto, com O lado feio do amor, em sétimo, com o ainda inédito no Brasil Reminders of him, e em décimo, com Novembro 9. No semestre, esses cinco títulos da autora venderam nas livrarias americanas quase três milhões de exemplares. No Brasil ela é publicada pela Galera Record. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Neste fim de semana, o Estadão publicou uma matéria especial sobre os 90 anos de nascimento do argentino Quino, criador da personagem Mafalda, uma tirinha atemporal. Os quadrinhos e cartuns do autor, morto há dois anos, se tornaram referência mesmo para adultos, por abordarem assuntos universais e temas espinhosos, de maneira inteligente e delicada. Mafalda faz parte na memória afetiva de várias gerações, embora Quino só tenha produzido os quadrinhos com a menina inquieta e contestadora apenas por nove anos, anos de 1964 a 1973. Na Folha, a coluna Painel das Letras informou que, durante um encontro com representantes da cultura em Brasília, na semana passada, o ex-presidente Lula recebeu um manifesto com demandas da comunidade livreira para políticas em defesa do livro e incentivo à leitura. O documento entregue ao candidato ao Planalto nas eleições de outubro foi produzido por um grupo de profissionais do livro e escritores como Jeferson Tenório, Maria Valéria Rezende e Itamar Vieira Junior. Também na Folha, está a entrevista com Art Spiegelman, criador da revolucionária e hoje clássica Maus, história em quadrinhos sobre como seus pais sobreviveram a campos de concentração, retratando judeus como ratos e nazistas como gatos. Neste ano, a obra premiada com o Pulitzer há três décadas foi banida por uma junta escolar nos EUA. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota

A Ciranda Cultural está à procura de um(a) assistente editorial. O(a) profissional irá auxiliar o editor e equipe na produção editorial dos livros, atuando em diferentes etapas da produção das obras, desde o cadastro dos metadados até a aprovação de prova gráfica e também em rotinas administrativas que envolvam o editorial. A tradução de pequenos textos, produção de textos de quarta capa ou orelhas e contato com as gráficas estrangeiras e nacionais também estão entre as responsabilidades do cargo. É preciso ter conhecimento do Pacote Office, formação superior em Letras ou Produção Editorial (pode estar cursando também), experiência com produção editorial e revisão de textos e inglês avançado. Interessados devem encaminhar currículos para grupo.rh@cirandacultural.com.br.

Será lançado em outubro um livro do universo de Harry Potter que não foi escrito por J.K. Rowling. Trata-se da autobiografia do ator inglês Tom Felton, que se tornou conhecido por seu papel como Draco Malfoy nos longas da franquia, um fenômeno da cultura pop que continua conquistando e encantando leitores e telespectadores no mundo todo. Em Beyond the wand: the magic and mayhem of growing ip a wizard (em tradução literal, "Além da varinha: a magia e a desordem de crescer como um feiticeiro"), Felton conta como começou a carreira muito jovem. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota.

Fãs chineses já ouviram mais de 10 milhões de vezes Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro audiolivro autorizado do personagem em chinês, que estreou na plataforma on-line Ximalaya no início do mês. Tornou-se um dos sucessos mais populares da plataforma, o primeiro título estrangeiro a chegar a esse número de reproduções. A campanha criada pela empresa na divulgação do audiobook é “Venha ouvir o poder da magia". O lançamento já ganhou mais de 380 mil assinaturas e 10 mil comentários e críticas. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Valter Hugo Mãe é o entrevista do programa Roda Viva nesta segunda-feira (18), às 22h, na TV Cultura. Ele vai falar sobre literatura e, particularmente, As doenças do Brasil (Biblioteca Azul), seu oitavo romance. Ele destaca o esquecimento da história da colonização portuguesa e sua relação com as mazelas brasileiras como o racismo e a pobreza. O autor classifica o governo Bolsonaro como um autêntico desastre em relação às minorias. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Oferecido pela Casa Educação, o curso “Edição de livros infantis e juvenis: teoria e prática” pretende transmitir o conhecimento necessário para que o participante compreenda o que envolve o trabalho de editar livros para crianças e jovens. A proposta alia aspectos teóricos e um olhar histórico para os livros dedicados às crianças com uma perspectiva prática da atuação, visando o entendimento do mercado editorial. O curso on-line, com 20 horas de duração, será conduzido por Paulo Verano, professor do curso de graduação em Editoração da ECA-USP e sócio da Edições Barbatana, que publica para crianças e adultos. O curso é aos sábados, das 9h às 13h, começando no dia 06 de agosto. Quem se inscrever até hoje vai pagar o valor com 50% de desconto. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Solitária (Companhia das Letras, 166 pp, R$ 54,90) conta a história de duas mulheres negras, Mabel e Eunice, mãe e filha, que moram no trabalho, um condomínio de luxo desses encontrados em qualquer grande cidade brasileira. Eunice, a mãe, é testemunha-chave de um crime chocante ocorrido na casa dos patrões. Mabel, a filha, constrói o caminho que leva não apenas à elucidação deste crime, mas a uma mudança radical na vida das pessoas que cercam as protagonistas. Eliana Alves Cruz constrói histórias que revolvem o imaginário do trabalho doméstico no Brasil – ainda tão vinculado à época escravocrata – e o relaciona a questões contemporâneas como a pandemia, o debate sobre ações afirmativas e a luta por direitos reprodutivos. Testemunho de uma crucial mudança de sensibilidade no espírito de nosso tempo, Solitária dá provas do quão urgente se tornou elaborar – sem meias palavras – não apenas a história, mas as sobrevidas da escravidão colonial. Ao fazê-lo, mostra como é possível enfrentar o desafio moral e ético de abordar essas experiências de vida sem replicar gratuitamente a violência que a sustenta nem reencenar nenhum pacto oculto de subalternidade.

Blanche White trabalhava duro para manter a casa e os dois filhos. Faxineira sem contratação fixa, suportava o tratamento condescendente das madames brancas e ricas que pareciam sequer notar sua presença. Como uma mulher negra e gorda de 40 anos, acostumou-se a ter uma espécie indesejada de invisibilidade: em suas próprias palavras, sempre dotadas de humor afiado e sarcasmo, era preciso um contato prolongado até que “fosse reconhecida como membro legítimo da raça humana”. Mas o que ninguém poderia esperar, nem mesmo a própria Blanche, é que ela se tornaria uma das detetives mais perspicazes da literatura policial moderna. Após levar um calote de seus patrões e ser detida por emissão de cheques sem fundo, ela decide fugir para a aparentemente sossegada Carolina do Norte. As aparências, no entanto, não poderiam ser mais enganosas. Contratada por uma família rica para cuidar da limpeza de sua casa de verão, Blanche logo se vê envolvida em uma ardilosa trama de assassinato e acaba se tornando a principal suspeita do crime. Para descobrir o real assassino e salvar sua pele, ela precisará lançar mão de toda sua astúcia e jogo de cintura. Em Blanche em apuros (DarkSide, 224 pp, R$ 64,90 - Trad.: Dandara Palankof), a autora Barbara Neely utiliza os elementos habitualmente presentes nas tradicionais histórias de detetive para construir uma trama divertida, sarcástica e original.

Chicago, 1931. Harper Curtis, um andarilho violento, invade uma casa abandonada que esconde um segredo tão chocante quanto improvável: quem entra ali é transportado no tempo. Instigado por um comando que parece partir da casa, Harper persegue as “meninas iluminadas” – garotas cuidadosamente escolhidas em diferentes décadas – com o objetivo de matá-las. Voltando no tempo após cada assassinato, seus crimes são perfeitos e impossíveis de serem rastreados. Ou pelo menos é o que ele pensa. O tempo passa e em 1992, Kirby Mazrachi viu sua vida ser destroçada após um ataque brutal que por pouco não a levou à morte. Obcecada e incapaz de esquecer tal acontecimento, Kirby investe seus esforços em encontrar o homem que tentou assassiná-la. Seu único aliado é Dan, um ex-repórter policial que cobriu seu caso e agora aparentemente está apaixonado por ela. A história de Iluminadas (Intrínseca, 400 pp, R$ 59,90 – Trad.: Mauro Pinheiro) propõe uma louca viagem no tempo pelas ruas de Chicago, ao mesclar thriller policial, ficção científica e romance histórico. A obra da escritora sul-africana Lauren Beukes é relançada pela Intrínseca na mesma época da estreia da adaptação no Apple TV+.

No romance policial A luz de Pequim (Gryphus, 350 pp, R$ 59,90), o escritor português Francisco José Viegas apresenta uma narrativa introspectiva e por vezes sombria, em que descreve a sociedade portuguesa de forma crua e sem floreados. Aos 60 anos, Jaime Ramos, personagem recorrente em sua obra, tornou- se um inspetor veterano da Polícia Judiciária da zona do Porto e se depara com a passagem do tempo e a efemeridade da vida. Na trama, dois corpos são encontrados em diferentes locais e o que incialmente parecem ser dois casos isolados acabam por revelar ligações e caberá ao inspetor Ramos solucionar. Nas palavras do autor, A luz de Pequim é “um romance de avaliação de experiências passadas e incertezas atuais”. Um romance denso e crepuscular em que a figura de Jaime Ramos se interroga sobre o sentido de ser português em um país dominado por elites cúmplices, endogamias e poderes ocultos. A obra ganhou o Prêmio Fernando Namora 2020 e o Prêmio Pen Clube Narrativa 2020.