Marcus Leaver, chefe de operações do grupo editorial Quarto, que publica livros ilustrados de não ficção, voltou empolgado de sua recente viagem ao Brasil – e, por incrível que pareça, preferiu a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro -. Não é por menos, afinal sua empresa está com planos para inaugurar negócios no país. “Eu nunca me senti tão animado com oportunidades quanto quando cheguei em São Paulo”, contou Leaver ao PublishNews.
O Quarto Group vende livros em mais de 35 países. Se o negócio vingar, o Brasil será o primeiro país emergente onde o grupo terá operações. “Historicamente, nós temos negócios sólidos na Europa e países do Comonwealth. A Europa não está indo muito bem, e paralelamente o Brasil, Rússia, China e Índia estão crescendo muito”. Mas o Brasil é o que mais interessa o executivo. “Na Rússia e na Índia é complicado vender livros ilustrados. Isso nos deixa com a China e o Brasil”. Mas Leaver não se impressionou com a gigante China. “É um mercado onde o sucesso não é necessariamente pautado pela educação das crianças, é uma questão de bens materiais, ter carros melhores, vinhos melhores, roupas melhores etc. é mais materialista”.
Ele faz o contraponto com o Brasil: “Não só por causa do governo, eu vi também a influência do velho modelo de gastar dinheiro nas crianças para educá-las, os hobbies etc. para serem melhores que seus pais. Então, como um editor de livros ilustrados, eu vi uma oportunidade no Brasil nesse momento em que a classe média vem crescendo”.
A Quarto tem sede em Londres e possui capital aberto. Uma das características da empresa é a importância do catálogo, o chamado backlist. Mais de 60% do faturamento da empresa vem desse backlist, com mais de 9 mil títulos.
O plano do grupo é entrar no mercado brasileiro com um parceiro na distribuição. “É uma boa oportunidade SE nos concentrarmos totalmente no mercado, não apenas mandar uns livros em português ou em inglês e ver como eles vendem. É necessário ter o parceiro certo que entenda os problemas de distribuição do país e publicar livros em português brasileiro. Aí acredito que este seria um mercado interessante para nós”.