A magnitude do estado atual da inteligência artificial – não apenas no setor editorial – foi um dos grandes destaques do primeiro dia do 4º Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, organizado pela Câmara Brasileira do Livro e realizado em um hotel no Guarujá (SP). O evento começou nesta quarta-feira (20), recebendo o editor e consultor editorial argentino Daniel Benchimol, diretor do Proyecto451, que presta serviços de consultoria para mais de 200 empresas na América Latina. Além de oferecer um panorama do acelerado padrão de desenvolvimento das ferramentas e tecnologias de IA, Benchimol fez um diagnóstico preciso, a partir de um relatório recente produzido pelo Cerlalc: ainda não há um investimento significativo das empresas do setor editorial na formação dos seus colaboradores em IA – aspecto fundamental para que a indústria do livro possa se atualizar e se utilizar do potencial tecnológico. Para medir o impacto econômico no mundo do livro, Benchimol listou ainda alguns problemas que precisam ser vencidos para serem transformados em oportunidades. Outra mesa do dia reuniu editores de três grandes casas – Planeta, HarperCollins e Mundo Cristão – para falar sobre como os dados das diferentes pesquisas relacionadas ao mercado podem influenciar decisões sobre o que publicar. A mesa final do dia reuniu profissionais para pensar em como fazer com que as empresas tenham profissionais cada vez mais inovadores, abertos e diversos. A conversa passou por questões como sobre mulheres precisam tomar decisões relacionadas às suas trajetórias profissionais que muitas vezes não se impõem a profissionais homens, bem como sobre estratégias de diversidade. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Pelo quarto ano seguido, o Governo de São Paulo levará uma comitiva com até dez empresas paulistas para a Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, o maior evento do setor editorial no mundo. A missão empresarial, que ocorre entre 14 e 20 de outubro, será realizada pelo CreativeSP, programa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado e da InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. As empresas interessadas devem consultar o regulamento do programa e se inscrever pelo site da InvestSP até 31 de agosto. Além de incentivar a troca de conhecimentos, o CreativeSP busca promover novos negócios, atrair investimento estrangeiro e potencializar a geração de emprego e renda na indústria cultural. O programa oferece um reembolso máximo de US$ 3 mil em despesas elegíveis para custear até 50% dos gastos das empresas selecionadas com a viagem. Ele ainda promove eventos de networking durante as missões e oferece ações de consultoria, monitoramento de resultados e acompanhamento pós-evento. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Quando se fala em sustentabilidade e impacto ambiental no setor editorial, o reflexo imediato é pensar no papel. É, obviamente, o elemento da nossa cadeia que mais chama a atenção. Afinal, é nosso maior insumo e, naturalmente, deve ser sempre visto com atenção. O debate gira em torno de certificações, do uso de papel reciclado ou de fontes renováveis, e de comparações sobre a pegada ambiental de diferentes tipos de impressão. Esse foco é legítimo, mas não é suficiente para dar conta da nossa pegada de carbono. O impacto ambiental, social e econômico da indústria editorial vai muito além do que está impresso nas páginas. Nesses dias, onde enfrentamos simultaneamente a emergência climática, a crise de biodiversidade e uma crescente desigualdade social, empresas de todos os setores são chamadas a repensar sua cadeia de valor. No segmento do livro, isso significa olhar para cada etapa — da concepção do conteúdo à entrega ao leitor — com lentes mais amplas, incorporando o uso de energia, a logística, a pegada digital, a economia circular e a inovação. O problema é que o tema costuma ser tratado de forma fragmentada. Clique no Leia mais para ler o artigo na íntegra.

O jornalista e escritor Zeca Camargo vai ministrar a oficina de escrita Como uma ideia vira livro – Do inferno ao paraíso (passando pelo purgatório) no 3º Festival Literário Internacional Paracatu, a Fliparacatu, em Minas Gerais. Com o jeito descontraído que é sua marca registrada, o jornalista abordará a criação literária com bom humor e como os temas dos encontros sugerem. Indicada a autores iniciantes, a oficina será realizada em dois módulos ('O paraído das ideias' e 'O purgatório da escrita), nos dias 29 e 30 de agosto, na Casa Kinross, em Paracatu, com acesso gratuito, mediante inscrição pelo link. Clique no Leia Mais para obter detalhes da oficina.

A palavra sarangbang remete a um ambiente acolhedor, usado para receber convidados e, por isso, nomeia o primeiro podcast dedicado à literatura coreana. Criado em 2023 por Bruna Giglio e Denise Nobre, o Sarangbang Podcast publicou nesta quinta (21) um episódio sobre a obra da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, a autora sul-coreana Han Kang, também poeta, fotógrafa e dona de uma livraria em Seul. Famosa pela criação de histórias que explicitam a dor, revirando traumas antigos e expondo a fragilidade humana, Han Kang vem conquistando inúmeros leitores ao redor do mundo, incluindo o Brasil, que hoje pode ler quatro livros em português, publicados pela Todavia. O episódio homenageia os títulos de Han Kang nesta conversa que resgata a relação dos convidados com a sua literatura, enquanto compartilham como foi o primeiro contato com sua escrita, profundamente transformadora, como relatam. Essa é uma autora inquietante e que provoca um olhar atento a conversas indispensáveis. Leia Mais e pegue os links do podcast.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre as novidades programas para o período, estão uma nova edição do romance de estreia de Édouard Louis, O fim de Eddy (Todavia), com tradução de Marilia Scalzo; uma reunião de contos de Primo Levi, A tabela periódica (Companhia das Letras), com tradução de Maurício Santana Dias; e um romance da escritora Marta Pérez-Carbonell, Nada mais ilusório (Amarcord), com tradução de Mariana Sanchez. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – tem dois novos editais. O primeiro tem como objetivo aquisição de livros didáticos (Matemática e Língua Inglesa), com valor de R$ 1,2 milhão. O segundo busca comprar livros de literatura para anos iniciais e anos finais para escolas de rede municipal, com cerca de R$ 470 mil disponíveis. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A Casa de Cultura de Paraty (Rua Dona Geralda, 194 - Paraty / RJ) receberá o Diversa Festival de Poesia, entre os dias 29 e 31 de agosto. Totalmente gratuito, o evento reunirá as poetas Elisa Pereira, Miriam Alves e Dona Benedita Martins no Centro Histórico da cidade. O festival trará uma programação dinâmica e interativa para dar vez e voz à potência do trabalho feminino, que contará com oficinas de alimentos ancestrais, oficina de bordado livre, vivência de hip hop, performances, exibição de documentários, mesa de conversa, música e muito mais. Idealizado pela poeta, produtora cultural e autora Elisa Pereira, o Diversa Festival de Poesia tem o objetivo de celebrar e potencializar o trabalho feminino. Com isso, toda a programação é feita por mulheres. “Nascemos para acolher as nossas subjetividades, unir forças, mostrar que podemos criar, produzir, executar, fazer arte, fazer poesia, fazer e ser o que quisermos”, afirma Elisa. Leia Mais e programe-se para receber uma enxurrada de poemas!

O Coletivo Leitor é uma iniciativa da SOMOS Educação criada para aproximar o acervo de seis editoras — Ática, Scipione, Saraiva, Formato, Atual e Caramelo — de escolas de todo o Brasil. Segundo a empresa, trata-se de uma solução pedagógica completa, com curadoria especializada e atendimento dedicado. Atualmente, o programa atende cerca de 450 escolas privadas em todo o país, com perspectiva de crescimento nos próximos anos. Com atuação B2B, o projeto conecta as instituições de ensino a um catálogo diversificado de literatura infantil e juvenil, contemplando desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Além do acervo físico, as escolas participantes têm acesso à Estante Literária, plataforma digital com cerca de 400 títulos disponíveis, garantindo que a leitura esteja presente tanto no espaço escolar quanto no ambiente virtual. "Mais do que entregar livros, o Coletivo Leitor constrói pontes entre histórias, professores e alunos, estimulando o prazer da leitura e a formação de leitores para toda a vida", afirma Guilherme Cintra D'Alessandro, coordenador do projeto. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em 2003, uma semana antes de começar um tratamento de câncer de mama, Annie Ernaux inicia um relacionamento com o fotógrafo e jornalista Marc Marie, então recém-divorciado. Numa atmosfera que mescla o medo da morte com um forte impulso de vida, os dois passam a fotografar suas roupas que foram abandonadas pelos cômodos da casa antes do sexo. Dessas belas imagens — publicadas coloridas nesta edição de O uso da foto (Fósforo, 144 pp, R$ 69,90 – Trad.: Mariana Delfini) —, cada um se propõe a escrever um texto sobre memória, desejo, doença, o poder da fotografia, a Guerra do Iraque que acabava de eclodir, a Bélgica da infância de Marie, e várias outras reflexões que se alternam com surpreendente sinergia entre os autores. Debruçando-se sobre as catorze fotografias feitas no decorrer daquele ano, Ernaux afirma que registrar tais vestígios de amor era como ter uma prova de que ainda estava viva.

O mundo chega a nós a cores. E quando as cores ganham vida em nossa imaginação, elas já estão impregnadas de sentidos, a depender de cada contexto cultural, como revela este O mundo de acordo com as cores: Uma história cultural (Editora Olhares, 352 pp, R$ 125 – Trad. Jorge Henrique Cordeiro), escrito por James Fox. Cada capítulo mergulha o leitor num amplo universo de referências sobre uma cor, reunindo histórias das artes e da humanidade para iluminar os significados que ela recebeu ao longo das eras e ao redor do mundo. Mostrando como artistas, cientistas, escritores, filósofos, exploradores e inventores tanto moldaram quanto foram moldados por esses significados incrivelmente diversos, Fox revela como podemos compreender melhor as culturas estrangeiras e a nossa própria através das cores. Cada cor oferece uma nova perspectiva sobre uma época diferente, e, juntas, formam uma história vívida e estimulante do mundo.

Com mais de um milhão e meio de seguidores no Instagram, o historiador e jornalista Thiago Gomide transforma história em entretenimento de primeira, ao contar fatos curiosos, causos pitorescos e a trajetória de personagens, ilustres e anônimos, com uma pesquisa minuciosa e doses generosas de irreverência no livro Tá na História Brasil (Globo Livros, 264 pp, R$ 69,90), que chegou às prateleiras em junho último. Gomide percorre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal para revelar os bastidores mais insanos, engraçados e inacreditáveis da nossa história: a cidade fantasma no meio da Amazônia digna de filme hollywoodiano; a senhora do Acre que criou uma onça como se fosse um gato de estimação; a lenda do boto galanteador do Rio Negro; a capivara que bebe no bar e volta pra casa de carona; e até a morta que insiste em pegar táxi em Belém. De Dom Pedro II a Lampião, de Maria Quitéria a ETs no Maranhão, ninguém escapa da lupa bem-humorada e afiada de Thiago.

Em Irmãs do Atlântico (Civilização Brasileira, 468 pp, R$ 99,90), a historiadora e escritora Ynaê Lopes dos Santos traça uma aproximação inédita entre Rio de Janeiro e Havana, duas cidades que compartilham semelhanças muito além do litoral banhado pelo mesmo oceano. Conduzidos por uma pesquisa documental primorosa e uma análise histórica sofisticada, assimilamos a opção da autora de se afastar do conceito de escravidão urbana para, em seu lugar, introduzir o de cidade escravista. O resultado é uma imersão na história da formação de dois centros urbanos que praticamente se tornaram sinônimo de América Latina: Rio de Janeiro e Cuba. Esta é uma obra fundamental para entendermos como nasceram as diferenças raciais e sociais entre o final do século XVIII e a primeira metade oitocentista, que marcam ambas as sociedades até hoje, e quais disputas estruturaram as cidades irmãs.

O ensaio Repúblicas do Novo Mundo: O experimento político latino-americano do século XIX (Edusp, 248 pp, R$ 65)), escrito por Hilda Sabato e traduzido por Gênese Andrade, analisa como se construiu e o que foi a ordem política republicana na América hispânica do século XIX. Distanciando-se das visões que descrevem a América Latina nascida após a crise da independência como uma terra de caudilhismo e de ausência de lei e de instituições, o livro revela a modernidade política desses territórios sob uma nova perspectiva. Filha mais velha do cientista Jorge Alberto Sabato, sobrinho do escritor Ernesto Sabato, a historiadora argentina explica como mais do que um expoente do atraso, essa região esteve na vanguarda da experimentação política do século XIX. A obra examina as particularidades das instituições e práticas políticas, as ideias que lhes deram sustentação e os mecanismos que integravam cidadãos comuns e elites, apresentando uma análise profunda da modernidade política latino-americana e sua contribuição inovadora para a formação de repúblicas no período.