Em uma das 41 Feiras de Frankfurt que visitou durante sua carreira de editor, Luiz Schwarcz falou para a agente de José Saramago, sem pensar muito nas consequências, que o recente Memorial do convento tinha se tornado um dos seus livros favoritos de todos os tempos. O comentário foi a faísca inicial de uma relação que durou até morte do autor, a mais próxima do editor com um escritor estrangeiro. Anos depois, em um evento no Rio de Janeiro, cidade na qual a obra de José Saramago teve ampla circulação ainda em estágios iniciais da sua carreira, durante uma sessão de autógrafos na tradicional livraria Timbre, uma leitora dava presentes, abraçava e beijava o escritor português. “Assim que a cena terminou”, escreve Schwarcz, “Saramago me chamou de lado e, entre emocionado e assustado, disse: ‘Luiz, essa gente vai me matar de amor’”. A história está no recém-lançado O primeiro leitor – Ensaio de memória (Companhia das Letras), livro no qual o editor, fundador e CEO da Companhia das Letras repassa a sua vida profissional, propondo reflexões sobre o ofício de lidar com o texto, intercalando-as com pequenos perfis de personagens que marcaram sua trajetória de mais de 40 anos no mercado editorial: de Caio Graco Prado, seu primeiro chefe e mentor, até Saramago e Jô Soares, passando por nomes como Paulo Francis, Susan Sontag, Rubem Fonseca e Jorge Zahar. Schwarcz recebeu o PublishNews na sede da Companhia, no bairro do Itaim, em São Paulo, para uma conversa sobre o livro e sobre o mercado editorial brasileiro. Opinou sobre a Lei Cortez e falou sobre o estado atual da empresa, compartilhou sua rotina como CEO da maior editora do país, e estendeu algumas das reflexões sobre o ofício do editor em si. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A 6ª edição da Jornada Profissional promovida pelo Brazilian Publishers — projeto de internacionalização do conteúdo editorial brasileiro realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), — será realizada nos dias 11 e 12 de junho, no Rio de Janeiro, cidade nomeada Capital Mundial do Livro 2025. O evento conta também com o apoio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Bienal do Livro Rio. Nesta edição, a Jornada reunirá 43 editoras — 31 brasileiras e 12 internacionais — para realização de negociações de direitos autorais e conexões estratégicas com a expectativa de negócios de cerca de US$ 900 mil. A iniciativa conta com a participação de editoras como AllBook, SPVI Books, Beti Rozencwaig, Boitempo, Cafezal, Callis, Ciranda Cultural, CLB Produções, Companhia das Letras, Editora da UNICAMP, Editora do Brasil, Editora Nacional, FTD Educação, Girassol Brasil, Ideias Brilhantes, Infinitoon, Ler Editorial, Letras do Pensamento, Liser, Lume Livros, Melhoramentos, Mil Caramiolas, Pallas Editora, Panda Books, Rua do Sabão, SENAC SP, Solisluna, Telos Editora, Viajante do Tempo, Vida & Consciência e VR Editora. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Para garantir uma experiência completa aos visitantes, a Bienal do Livro Rio 2025 investiu no seu aplicativo oficial, já disponível para Android e iOS, e que reúne funcionalidades para facilitar a jornada do público. Acesso à programação completa e atualizada, mapa interativo do evento, criação de uma agenda personalizada e alertas em tempo real sobre atrações são alguns das ferramentas disponíveis. Também há informações detalhadas sobre como chegar ao Riocentro, na Barra Olímpica, proporcionando mais autonomia e comodidade aos visitantes. Para facilitar a chegada, o festival ampliou o número de rotas do Expresso Bienal. O serviço de ônibus de turismo fretado deixa o visitante dentro do Riocentro e oferece embarques em diversos pontos estratégicos da cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana, incluindo a Zona Sul, Zona Norte, Baixada Fluminense e Niterói, com horários que vão das 9h às 22h, variando conforme o dia. Essa ampliação visa estimular o uso do transporte coletivo, facilitando o acesso ao festival, com segurança e comodidade. As passagens podem ser adquiridas juntamente com o ingresso, pelo site da Bienal. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Women’s Prize – que consagra anualmente a melhor obra de ficção escrita por mulheres – anunciou nesta quarta (4) que a autora Bernardine Evaristo é a vencedora do seu "Prêmio de Contribuição Excepcional". O prêmio é uma edição única e especial para marcar o 30º aniversário do Women's Prize para Ficção, financiado pela Bukhman Philanthropies, e celebra a obra de Bernardine, seu impacto transformador na literatura e sua dedicação inabalável em elevar vozes sub-representadas no cenário cultural. Evaristo leva para casa £ 100 mil (aproximadamente R$ 759,7 mil) e uma obra escultórica de Caroline Russell intitulada "Pensamentoso". O troféu será entregue no dia 12 de junho, na festa de verão do Women's Prize Trust, quando também serão conhecidas as vencedoras do Women’s Prize para Ficção e Não Ficção. Bernardine Evaristo é uma autora renomada com reputação global e uma defensora apaixonada da inclusão nas artes. Autora de Garota, mulher, outras; Manifesto: sobre nunca desistir; e Sr. Loverman – todos publicados pela Companhia das Letras – sua escrita abrange uma ampla gama de gêneros. Até o momento, Evaristo foi reconhecida com mais de 90 prêmios, indicações, bolsas e homenagens. Além de suas realizações literárias, Bernardine liderou inúmeras iniciativas para combater a desigualdade no mundo criativo, inspirando novas gerações de escritores e artistas a abraçar a diversidade e lutar por mudanças. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

No final de maio (22), a livraria Casa Literíssima iniciou suas atividades, em Belo Horizonte (MG). Localizada na rua da PUC Minas e em frente ao Museu de Ciências Naturais da universidade (Rua Dom José Gaspar, 365), no bairro Coração Eucarístico, a mais nova livraria da capital mineira é uma aposta da editora e escritora Leida Reis. A inauguração se deu após dois eventos literários seguidos na cidade, a Bienal Mineira do Livro, da qual Leida foi uma das curadoras, e da Primavera dos Livros/Bitita – A festa da palavra. “Quando mudamos a editora para uma casa, porque a loja na rua Padre Eustáquio tinha ficado pequena para o estoque, decidi reviver a experiência da livraria. Por dois anos, na pandemia, tivemos a menor livraria da cidade, agora estamos num espaço maior”. Para cuidar da livraria, veio de São Paulo o livreiro carioca Daniel Castello Branco, com passagem pela Travessa Botafogo, Blooks e outras. “O que mais me atraiu na proposta da Leida foi a possibilidade de se criar do zero, mais do que uma livraria, um ponto de cultura, numa casa. O que mais me motivou a vir de São Paulo para a Literíssima foi fomentar um ponto de cultura na cidade. Isso é mais do que vender livros”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e-mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana temos três novidades. A primeira delas é Elogio à mais Bela Arte, obra de Gabriel Henrique, que propõe uma profunda reflexão sobre a existência humana, a espiritualidade e a busca pela verdade absoluta. Já o livro Liz vestida de estrelas, de Cléia Helaine Alves Pereira, convida os leitores de todas as idades a embarcarem em uma viagem pelo universo da imaginação. E Cosmologia bíblica, do professor, pesquisador e escritor dedicado ao estudo da teologia Ednardo Sabino. A obra apresenta uma exploração da cosmologia bíblica, abrangendo desde o princípio da criação no Gênesis até a visão apocalíptica do livro das Revelações de João. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Na Bienal do Livro Rio 2025, entre 13 e 22 de junho, a Intrínseca terá como mote privilegiar a experiência do leitor. Com 360 m², o novo estande ficará no Pavilhão Azul, entre as Ruas I19 e J23, e é o maior já montado pela editora e conta com reproduções em grande escala de livros clássicos da casa, compondo um cenário lúdico em que os leitores poderão “entrar” nas histórias que amam e tirar fotos. Como parte da proposta de valorizar ao máximo a experiência do leitor, a editora monta, pela primeira vez, uma ação imersiva à praça de alimentação da Bienal e terá cabine na roda-gigante inspirada no universo de Percy Jackson. Nomes como a norte-americana Lynn Painter, em seu terceiro ano consecutivo no Brasil; Miriam Leitão, G. T. Karber,Pedro Pacífico e Ian Fraser são alguns dos destaques da programação da editora nos estandes da Bienal. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Com nomes confirmados na programação oficial do evento, a Capital Mundial do Livro recebe a VR Editora, casa editorial do best-seller Diário de um Banana, na 22ª Bienal do Livro Rio. A editora terá uma participação com agenda repleta de atrações para leitores de todas as idades entre os dias 13 e 21 de junho, no Riocentro. Nomes como Marcos Lacerda, psicólogo, YouTuber e autor de Amar-se – Uma viagem em busca de si mesmo e Entrevista com a Solidão; André Catarinacho escritor da obra O caranguejo irritado e criador da série Bugados (2019-2023); Flávia Lins e Silva – autora da obra infantojuvenil Depois do fim; Irena Freitas, premiada ilustradora e escritora do livro A Lua Caiu; J.D Netto, publicitário e autor da obra Você não é para todo mundo; e a premiada escritora e ilustradora Clara Gavilan – do lançamento infantil O tempo lá fora – com sessão de autógrafos no Espaço Infantil, também integram a programação ao longo do evento. No estande da VR, localizado na Rua X-53 / Z-54 do Pavilhão 4, os 125m² contarão com espaços instagramáveis do livro de terror Não perturbe a floresta e Diário de um Banana 19 – Baita Lambança, encontro com influenciadores literários, promoções e sessão de autógrafos. Clique no Leia mais para conferir a programação completa.

O mercado editorial se prepara para a Bienal do Livro Rio e a PAULUS Editora vai marcar presença em mais uma edição, com um estande preparado para receber os visitantes e apresentar a variedade do seu catálogo. Localizada no pavilhão verde, estande Q35 e R36, a editora convida o público a vivenciar uma experiência imersiva e tecnológica. O espaço contará com telas de LED, dois ambientes instagramáveis — a Árvore do Conhecimento e o Espaço Palavra de Deus, com uma passagem bíblica do apóstolo Paulo —, além de áreas para fotos, interatividade e reflexão. Segundo a casa, este é o projeto mais inovador da história da Editora em feiras e eventos literários, o que reafirma seu compromisso com as novas tendências do mercado, sem abrir mão do que a torna única: a valorização da leitura como instrumento de transformação. A PAULUS também destaca sua forte presença na literatura infantojuvenil com autores do Rio de Janeiro que fazem parte do seu catálogo e da programação. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, traz mais dois editais. O primeiro deles visa a aquisição de livros didáticos e paradidáticos que abordem a Influência dos Povos Indígenas e Africanos na Cultura Brasileira. A disputa está marcada para 13 de junho e o valor chega a R$ 1,6 milhão. O segundo edital tem como objeto a aquisição de livros didáticos, com o objetivo de atender às necessidades de uma Secretaria Municipal de Educação. O pregão ocorre no dia 10 de junho e o valor estimado é de R$ 4,3 milhões. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

No próximo sábado, dia 7 de junho, às 16h, a Janela Livraria (Rua Maria Angélica, 171B — Rio de Janeiro / RJ) recebe o evento de lançamento de Os anos de vidro (Nós), em que a escritora Mateus Baldi mergulha em onze histórias atravessadas por desejos mal colocados, silêncios incômodos e encontros inesperados. Explorando a crueza do cotidiano urbano e a beleza do desvio, a autora dá continuidade a uma obra marcada pela escuta atenta do que escapa ao centro: personagens que vivem nas margens, que se reinventam entre afetos desviantes, tensões de classe, identidade de gênero e fragmentação narrativa. A autora também é presença confirmada em três mesas da Bienal do Livro Rio 2025. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Publicado originalmente em francês em 1994, O país sem sombra (Tabla, 120 pp, R$ 76 - Trad.: Fátima Murad), de Abdourahman A. Waberi, reúne 17 contos que exploram a história e a vida no Djibuti, pequeno país localizado no Chifre da África, tanto no período pré-colonial e colonial francês quanto no pós-independência. Com ironia e humor, os contos retratam os mais diversos personagens — de loucos e poetas a colonos franceses e refugiados — e abordam temas como identidade nacional, luta pela sobrevivência e a relação entre história, cultura e política, evocando a tradição literária local e compondo uma imagem complexa e multifacetada do Djibuti. O país sem sombra é o segundo título de Abdourahman A. Waberi publicado pela Tabla, o primeiro foi o romance Porque você dança quando anda? (2021), uma reflexão profunda sobre a identidade, a memória e a superação das adversidades.

A casa do Morro Branco e outras histórias (José Olympio, 112 pp, R$ 54,90) é uma antologia de nove histórias curtas, nas quais Rachel de Queiroz mostra todas as características que a consagraram no panteão literário nacional. Conhecida pelas narrativas longas – seu primeiro romance, O quinze, escrito quando tinha apenas 20 anos, é um dos maiores clássicos do país –, a autora articula, de forma magistral, elementos da experiência universal com traços regionais, em especial do Nordeste brasileiro, onde nasceu. O jornalista e escritor José Nêumanne Pinto afirma que “a contista Rachel de Queiroz é contundente como o quê, sutil e cortante qual gume de faca para picar fumo nas feiras livres do interior do Ceará. Ela descreve a vida sem disfarce, sem dourar a pílula, com a impressionante frieza de um assassino profissional. […] A prosa curta da romancista é escorreita e crua, sem subterfúgios nem tergiversações: adjetivos são dispensados sem cerimônia, prevalecendo a força dos substantivos comuns, enfileirados com argúcia e sensibilidade”. Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e também a primeira mulher a ser agraciada com o Prêmio Camões, maior honraria dada a escritores de língua portuguesa.

Depois de mais de 50 anos de jornalismo, livros biográficos e institucionais, a jornalista Ivani Cardoso lança Verdades inventadas (Reformatório, 120 pp, R$ 52). A obra traz 42 contos e crônicas que parecem fragmentados, mas no fundo acolhem personagens que se parecem nos sonhos, nas loucuras, na melancolia do cotidiano. Nestes textos breves, às vezes brevíssimos, o leitor encontra personagens que teimam em sair do chão para não pisar nas lacunas que parecem não fazer mais sentido. O prefácio é do escritor Ignácio de Loyola Brandão. “Atravessei-o do fundo para a frente. Depois, da frente para o final. E me deparei com uma escritora que me incomodou, e quando incomoda é porque está nos testando, às vezes irritou, mas, acima de tudo, me encantou, porque não faz concessões. Ivani atravessa lados da vida que evitamos e escondemos e nos afligem, ainda que tenham humor, manipulando-os como uma controladora de títeres movendo cordéis”, diz ele.

A partir da história da fábula A cigarra e a formiga, de La Fontaine, à luz do mundo contemporâneo, em Meu canto anuncia o verão (Labrador, 64 pp, R$ 39,55), o Paulo de Tarso Freitas usa ironia para instigar os leitores, a pensar na discriminação e nos preconceitos de toda espécie, a despeito de a cigarra, com seu canto, anunciar o verão e alegrar a vida. As formigas, claro, com Sua Majestade, a rainha, representam o mundo organizado que menospreza a arte e o progresso, e tiram vantagem de tudo e de todos. Nada mais contemporâneo, numa sociedade tão tecnológica, distópica e injusta como a que vivemos. Quantos de nós somos os marginalizados? E quem são os poderosos? Esta é a principal reflexão da obra. “Aí é que mora a controvérsia”, como sugere o próprio autor.

Uma das responsáveis por introduzir o naturalismo na Espanha, Emilia Pardo Bazán se destacou de forma autêntica na produção de romances e contos. Originalmente de 1898, Contos de amor (Cabriolé, 244 pp, R$ 69,90) é uma das muitas coletâneas reunidas e publicadas pela autora ao longo da vida. Os contos escritos por Emilia são curtos, delimitados no tempo e no espaço, muitas vezes com final inesperado ou dramático. As 43 histórias de amor romântico e conjugal revelam o interesse pelo aspecto psicológico de personagens complexas. Filha de um conde, Emilia Pardo Bazán foi uma autora prolífica e precursora na defesa dos direitos das mulheres. Seu estilo narrativo se caracterizava pelo realismo e crítica social, expondo o contraste entre as normas da sociedade e da natureza, os abusos e a hipocrisia da aristocracia. A religiosidade também é presente em sua obra. O livro, que chega ao Brasil pela primeira vez, é a segunda publicação da autora pela Editora Cabriolé.