A Conferência de Livreiros de Sharjah finalizou nesta terça (8) a sua quarta edição com a participação de mais de 750 profissionais do setor de 92 países – número ainda maior do que o anunciado inicialmente pelo evento. Organizada pela Sharjah Book Authority (SBA), a Conferência visou discutir os tópicos atuais do setor, como a inteligência artificial, estratégias de marketing, inovação e o crescimento sustentável, mas também os desafios que atingem diretamente as regiões do Oriente Médio e África como a distribuição e venda de livros. "A resiliência dos livreiros está em sua capacidade de se adaptar, inovar e construir comunidades significativas em torno de seus espaços. A Sharjah Booksellers Conference é a expressão de nossa determinação coletiva para dominar os desafios, compartilhar o entendimento e assumir o futuro de nossa indústria em nossas mãos. Aqui em Sharjah, continuamos parceiros firmes dos livreiros em todo o mundo, apoiando e elevando seu papel essencial no enriquecimento da cultura e da sociedade", afirmou Bodour Al Qasimi, presidente da SBA. O primeiro dia contou com uma programação de palestras e workshops interativos. Na primeira sessão, Porter Anderson, editor-chefe do Publishing Perspectives conversou com Renato Salvetti, CEO da Messaggerie Libri da Itália, uma empresa fundada em 1914 em Bolonha que canaliza mais de 50% da produção de livros para leitores italianos. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

São Paulo sediou na última sexta-feira (4) um evento para a promoção da nova leitura dramatizada de 1984, de George Orwell, pela Audible. O elenco da produção conta com Lázaro Ramos interpretando Winston Smith, Alice Carvalho, como seu par Julia Bello, Mateus Solano, como o misterioso e perigoso O’Brien e a participação especial de Milhem Cortaz, como O Grande Irmão. O PublishNews perguntou a Alice Carvalho, do elenco de 1984, o que ela está lendo. "Semana passada eu terminei um livro que eu fiquei completamente apaixonada, se chama Cazuá: onde o encanto faz morada (Paz & Terra), é de um autor carioca (Luiz Rufino), filho de cearenses, com essa ancestralidade de vaqueiros e que fala muito sobre sincretismo popular brasileiro, ambienta muito de suas histórias nos subúrbios cariocas e se relaciona com uma coisa que é muito importante pra mim que são as religiões de matriz africana, ou afrobrasileiras", disse. Clique no Leia mais para ler a resposta na íntegra.

O Grupo Editorial Global está à procura de um editor de literatura para atuação 100% presencial. É preciso ter graduação em Editoração, Produção Editorial, Letras ou outros cursos da área de Ciências Humanas; Pós-Graduação ou MBA no campo editorial; inglês; e experiência com traduções. As funções do cargo incluem acompanhar o processo de edição dos livros da editora; revisar e liberar provas e e-books; prospectar originais de qualidade e que se coadunem ao catálogo da editora; realizar contato com os autores antes; elaborar pareceres (ou buscar especialistas para tal, quando necessário) para originais recebidos pela editora com vistas à publicação; orientar o departamento de arte quanto ao conteúdo dos livros; delegar tarefas de trabalho para a equipe e checar a execução delas; dentre outras funções. Interessados encaminhar CV para o e-mail recrutamento@globaleditora.com.br, com o assunto: Editor Literatura.

A Planeta está à procura de um assistente de design gráfico. A pessoa contratada participará em todo fluxo de produção gráfica: intermediação com os fornecedores, solicitação de orçamentos, recebimento de provas e fornecerá apoio para a área de design gráfico. É necessário ter nível avançado em programas do pacote Adobe: InDesign, Photoshop e Office; ter conhecimento em plataformas Mac e Microsoft e ter curso superior na área de design gráfico, produção gráfica ou áreas afins. Interessados devem enviar currículo para selecao@grupoplanetabrasil.com.br.

A Malê anunciou que prepara o livro comemorativo Alcione: Eu quero é mais amor, para setembro deste ano. A obra, escrita pelo jornalista musical Leonardo Lichote, promete construir um mosaico da artista maranhense, abordando sua vida, obra e pensamento. Com a leveza do formato de almanaque, o livro vai reunir curiosidades, números e detalhes pouco conhecidos da trajetória de Alcione, incluindo sua relação com o Maranhão, lembranças de apresentações históricas, a paixão pela escola de samba Mangueira, bastidores de seus discos, shows e de seus maiores sucessos, além de depoimentos de fãs ilustres. Em 2024, a cantora comemorou 50 anos de carreira, foi tema de um musical, documentário e enredo da escola samba Estação Primeira de Mangueira. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Cerca de um mês após o lançamento de Memórias de água (Telaranha) no Brasil, a escritora Rafaela Tavares Kawasaki retornou ao Japão para visitar familiares, estudar tópicos para um novo projeto e distribuir, pessoalmente, o livro que foi parcialmente construído pelas lembranças de infância da autora no país. O título é o primeiro livro de poemas de Kawasaki, publicado em fevereiro deste ano e lançado no Museu Paranaense (MUPA), em Curitiba.Os exemplares de Memórias de água ficarão disponíveis em uma biblioteca do consulado. Lá, os livros poderão ser lidos por visitantes, por estudantes de escolas que solicitarem empréstimos e por brasileiros detidos em presídios japoneses. A distribuição dos livros pela autora acontece no ano em que é celebrado um marco histórico nas relações entre o Brasil e o Japão: o 130º aniversário da assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação pelos dois países. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nos meses de abril e maio, o Sesc RJ receberá o Circuito de Autores, uma ação do projeto Arte da Palavra, que promove encontros entre escritores e leitores em diversas regiões do país. Com o objetivo de estimular a formação de novos leitores e divulgar talentos emergentes, o projeto destaca a importância da literatura brasileira e suas novas formas de produção e fruição. A programação é livre, gratuita e não requer inscrição prévia, permitindo que todos os interessados possam participar. As atividades acontecem a partir desta quarta (9) nas unidades de Niterói, de Nova Iguaçu e da Tijuca. A composição das mesas que circularão nas unidades é feita preferencialmente com escritores de localidades distintas, para que haja uma troca maior de experiências e ideias entre autores e público, mediado por uma autoria carioca. Em abril, Marta Cocco (MT) e Taylane Cruz (SE) conversarão com o público com mediação de Heleine Fernandes (RJ). Anderson Shon (BA) integrará uma mesa com Preto Michel (PA), com mediação de Anderson Awvas (RJ). Em maio, Amara Moira (SP) receberá mediação de Henrique Marques Samyn (RJ). Clique no Leia mais para acessar a programação completa.

A professora e escritora Graça Sette participa do Sempre Um Papo Virtual para falar sobre o tema “A literatura nos livros didáticos para o Ensino Médio”. A conversa, que acontece sob a mediação da jornalista Jozane Faleiro, vai ao ar no dia 9 de abril, quarta-feira, às 19h30, no canal no YouTube do Sempre Um Papo. Graça Sette é professora e consultora de Língua Portuguesa e publicou vários livros didáticos e paradidáticos nessa área — todos aprovados pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), desde 1999. Com a obra Transversais do Mundo - Leituras de um tempo (Lê), Graça ganhou o Prêmio Jabuti na categoria “Paradidático” em 2000. A partir dos seus conhecimentos teóricos e de sua experiência na área educacional, a escritora discute, no Sempre Um Papo Virtual, a situação dos livros didáticos no Brasil. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Brasil vive um momento dificílimo: ao mesmo tempo que forças conservadoras neoliberais se apossam das mais diversas esferas do país, toda e qualquer tentativa de fazer justiça social é rechaçada pela elite, que vê o pobre como inimigo. Partindo desse contexto, Érico Vieira tece em A distopia cotidiana dos oprimidos (Ágora, 192 pp, R$ 75,90), reflexões teóricas sobre subjetividade, subcidadania e o poder transformador do psicodrama. Ao longo dos capítulos, ele analisa as causas históricas da exclusão social, os problemas psicológicos advindos da humilhação a que boa parte da população é submetida e as ferramentas do psicodrama para compreender essa realidade e intervir nela. De forma inovadora, Vieira relata a escuta clínica vivenciada em plantões psicológicos com pessoas em situação de vulnerabilidade ― verdadeiros encontros (à moda moreniana) que rompem com a elitização da clínica psicológica e transformam tanto a vida dos indivíduos assistidos quanto a dos profissionais envolvidos no cuidado.

O debate em torno das identidades sexuais e de gênero, do exercício da sexualidade, da livre expressão de gênero e dos direitos da população LGBTI+ está no centro da agenda política contemporânea, expressando um campo de disputas altamente desafiador para assistentes sociais, estudantes e pesquisadores da área. Para além de fortalecer um posicionamento marxista em relação à temática, esse livro pretende oferecer subsídios para estudantes e profissionais da área se conectarem de maneira qualificada à essa discussão. Longe de pretender oferecer uma última palavra sobre a diversidade sexual e de gênero no interior do Serviço Social, a obra Diversidade sexual e de gênero e marxismo (Cortez Editora, 224 pp, R$ 86) quer oferecer uma contribuição sistematizada e particularizada em relação à questão LGBTI+, sua história de luta e de insurgência, os processos de violação de direitos humanos ainda presentes, as respostas institucionais das diferentes políticas públicas para esse segmento populacional, a produção de conhecimento científico no Serviço Social para essa temática e a relação da questão da sexualidade e do gênero com as competências profissionais, elaborando um resgate histórico do que foi produzido até aqui e que caminhamos são possíveis no horizonte de um projeto civilizatório alternativo à este em que nos encontramos.

Em tempos de mudanças constantes e incertezas, dois pensadores se unem para falar sobre os nossos grandes dilemas. Em A humanidade em busca de si (Record, 168 pp, R$ 59,90), segundo volume da coleção Segredos da vida, Marcelo Gleiser e Leandro Karnal levam o leitor a uma reflexão sobre o que realmente significa ser humano. Como podemos lidar com nossas inquietações e nossa procura por significado em um mundo em que as certezas parecem cada vez mais distantes? Analisando as reflexões de filósofos e cientistas como Platão, Aristóteles, Copérnico e Newton, os autores debatem a maneira como construímos nossa visão de mundo, alternando entre crenças e descobertas, mitos e evidências. Em um cenário no qual o conceito de verdade se torna cada vez mais nebuloso, Gleiser e Karnal nos convidam a analisar a intrincada intersecção entre ciência, história, filosofia e cultura, destacando de que maneira os valores, convicções e verdades se transformam com o passar do tempo, influenciados pelo contexto social e cultural. Numa realidade moderna em que o próprio conceito do que é ou não verdadeiro parece estar comprometido, onde a rápida expansão das tecnologias digitais, da inteligência artificial e da bioengenharia constitui uma estranha mistura de salvação e ameaça ao futuro da humanidade, é essencial termos a lucidez racional e emocional para decidirmos nosso próprio destino.

A oposição entre naturalismo e religião tem sido um tema central nas discussões filosóficas e sociais. Em Entre naturalismo e religião (Editora Unesp, 551 pp, R$ 138 – Trad.: Antonio Ianni Segatto, Rúrion Melo), o filósofo alemão Jürgen Habermas oferece uma análise profunda das implicações epistemológicas e políticas desse confronto, examinando modernidade, pluralismo e as exigências das sociedades pós-seculares. No primeiro eixo, Habermas explora as condições pós-metafísicas de uma razão destranscendentalizada, discutindo como a filosofia contemporânea deve abordar a normatividade intrínseca às formas de vida socioculturais. Ele conecta o desenvolvimento histórico-natural da humanidade com as demandas práticas da razão, destacando a importância da comunicação na formação do conhecimento, por meio da relação entre linguagem, objetividade e intersubjetividade. O segundo eixo examina os desafios que as teorias normativas do Estado de direito enfrentam diante do pluralismo religioso e ideológico. Habermas analisa como manter a solidariedade cívica em sociedades contemporâneas, preservando os valores constitutivos de suas visões de mundo. Ele enfatiza a necessidade de uma esfera pública onde crentes e não crentes interajam de forma igualitária, contribuindo para a formação democrática da vontade coletiva.

Da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2002, à eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, o eleitorado brasileiro fez uma mudança brusca de rota. Como explicar esse fenômeno? E como interpretar a volta de Lula à presidência em 2022? Desiguais e divididos (Todavia, 224 pp, R$ 89,90) estuda a relação entre desigualdades sociais e a vida política brasileira nas duas últimas décadas. No livro, o sociólogo Sérgio Costa defende que as escolhas políticas de indivíduos e grupos estão associadas à sua "situação interseccional", qual seja, o lugar que ocupam nas hierarquias de classe, gênero, sexualidade e raça. A situação interseccional, no entender do autor, pressupõe uma perspectiva multidimensional da desigualdade social, que leva em conta não apenas as questões de classe, mas também aquelas relativas a gênero, raça e outros marcadores sociais. Este estudo, calcado em diálogo crítico com autores que pautam o debate contemporâneo, apresenta um duplo objetivo. Primeiro, revisita a literatura sobre as mudanças recentes ocorridas no Brasil para, em seguida, propor uma interpretação dos acontecimentos que permita uma visão ampla e articulada dos fatos.