A Associação Portuguesa de Editoras de Livros (Apel) divulgou os números do mercado editorial português privado em 2024: 8,8% de crescimento nominal no faturamento (203,7 milhões de euros) e 6% de aumento no número de exemplares vendidos em relação ao ano anterior (13,9 milhões de exemplares). Os números são do painel GfK – empresa que audita as vendas ao consumidor final de uma amostra representativa do mercado português, composta maioritariamente por varejistas da grande distribuição (especializados e não especializados). A estimativa oficial é que a pesquisa mede 85% do mercado privado. O preço médio do livro, segundo a pesquisa, ficou em 14,59 euros – cerca de R$ 90 no câmbio simples. A pesquisa separa os dados em apenas dois canais de vendas: Livrarias/Outros (79% do valor e 71% das unidades) e Hipermercados (20% do valor e 29% dos exemplares). “O crescimento do mercado editorial português no ano de 2024 é bastante impressionante se comparado com os países da Europa por exemplo como França e Alemanha", analisa o consultor editorial e embaixar de áudio da Feira de Frankfurt, Carlo Carrenho. Para o editor e distribuidor em Portugal e colunista do PublishNews, Jaime Mendes, é importante notar a boa participação no volume de vendas de livros infantojuvenis, cerca de 34% do volume total. "Os jovens estão comprando mais, ajudando a criar novos leitores em um país com população bem envelhecida. É fundamental para o mercado que existam esses novos leitores", analisa. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Organizado pela Fundação SM e pela SM Educação, o Prêmio Barco a Vapor já está com as inscrições abertas para sua 21ª edição. A premiação contempla obras de ficção nos gêneros romance e novela para crianças e jovens. Podem se inscrever autores e escritores maiores de 18 anos (completados até fevereiro de 2025) de todas as nacionalidades e residentes no Brasil. As inscrições são gratuitas e vão até o dia 14 de fevereiro de 2025 pelo site oficial do prêmio Barco a Vapor, onde também está o regulamento. O vencedor será premiado com a quantia de R$ 40 mil, como adiantamento por direitos autorais, e terá seu livro publicado na coleção Barco a Vapor, no contrato válido por dez anos. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Das 9h às 17h do dia 3 de fevereiro (segunda-feira) será realizada no Itaú Cultural (Av. Paulista, 149 – São Paulo / SP) a apresentação da pesquisa inédita Cultura nas Capitais, uma iniciativa da JLeiva Cultura & Esporte, que também fez a análise sobre os dados coletados pelo Datafolha. De acordo com a Fundação Itaú, este é o maior estudo sobre hábitos culturais já realizado no Brasil, com base em 19,5 mil entrevistas presenciais em todas as capitais e no Distrito Federal – um universo de 37,5 milhões de pessoas, segundo o Censo demográfico de 2022 do IBGE. O lançamento de Cultura nas Capitais é acompanhado por mesas de debate: Acesso à cultura nas capitais – A importância de educação e renda; Desigualdades regionais em São Paulo; Que papel o gênero desempenha no acesso à cultura? e Como a raça influencia os hábitos culturais? Participam do seminário, especialistas e gestores do setor como Marilia Marton, Secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural e Marcio Tavares, Secretário-Executivo do Minc. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre os livros previstos para a semana entre 10 e 16 de março temos o aguardado romance de Chimamanda Ngozi Adichie Contagem dos sonhos (Companhia das Letras), que publica novo título dez anos após o sucesso Americanah (Companhia das Letras). Temos também Perifobia (Todavia), de Lilia Guerra, que parte do neologismo do título para contar histórias de personagens personagens que habitam zonas negligenciadas das grandes cidades. E também Samba de roda (Veneta), livro ilustrado que mostra como a dança e a música do Samba de Roda ecoam através dos séculos. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

A Editora InVerso está à procura de um divulgador escolar. Para se candidatar é preciso ter formação em Administração, Pedagogia ou áreas afins; habilidades de apresentação e negociação; criatividade e interesse em aprendizado contínuo; conhecimento do pacote Office, em especial, planilhas; e conhecimento em literatura infantil e livros educacionais. Experiência no ramo editorial como divulgador ou vendedor externo de obras educacionais, ter bons conhecimentos e relacionamento com instituições de ensino e distribuidores especializados e veículo próprio, são considerados diferenciais. As funções do cargo incluem visitar e apresentar o catálogo junto às escolas, órgãos públicos, universidades, secretarias, grupos de estudos e afins; buscar a inclusão na grade curricular, criar banco de dados de escolas, professores, universidades e órgãos governamentais; participar de feiras e eventos escolares ou universitários; coletar informações sobre tendências de mercado, ações dos concorrentes, pontos de melhoria, soluções e ações estratégicas; e reportar ao gestor por meio de relatórios semanais de acompanhamento do trabalho. Interessados devem encaminhar currículos para curriculos@editorainverso.com.br até 7 de fevereiro.

A Martins Fontes – Selo Martins abriu uma vaga para auxiliar de vendas para cuidar do atendimento ao cliente e digitação de pedidos. As funções do cargo incluem ainda a prospecção de clientes, emissão de notas fiscais e participação em feiras e eventos. É necessário ter experiência prévia com as plataformas do Vendor e Sellers da Amazon; e experiência prévia com a plataforma de e-commerce da Tray. A empresa oferece vale transporte, vale refeição e convênio médico. Interessados devem enviar currículos para marcio@emartinsfontes.com.br até 28 de fevereiro.

A Livraria Leitura do Shopping Villa Romana, em Florianópolis (SC) está à procura de um atendente. É desejável experiências no varejo, gostar de ler; conhecimento do Pacote Office e em Excel; ensino Médio completo; e ter disponibilidade de horário para trabalhar em Shopping. As funções da vaga incluem abordar e proporcionar um excelente atendimento aos clientes; apresentar e sugerir opções de produtos; informar preços, promoções, formas de pagamento e entrega do produto; cadastrar clientes, fazendo cartão fidelidade conforme as normas; preencher a ficha de pedido de pré-venda completa; atender telefone; participar dos balanços periódicos e anuais; organizar e repor produtos conforme layout da loja; ajudar a manter a seção sempre limpa e organizada; e ajudar na conferência de mercadoria conforme NF. Interessados devem encaminhar currículos para villaromana.curriculos@leitura.com.br até 31 de janeiro.

Nos dias 30 e 31 de janeiro, o Museu Paranaense (MUPA) (Rua Kellers, 289 – São Francisco, Curitiba / PR) vai receber a oficina Memórias indomadas: escrita de mosaicos com cacos de lembranças, ministrada pelas escritoras Rafaela Tavares Kawasaki e Jessica Stori. A inscrição é gratuita, com 20 vagas disponíveis, e pode ser feita por meio de formulário online clicando aqui. A proposta da oficina é permitir que os participantes se concentrem, por algumas horas, em suas memórias. A partir do entendimento da memória como um processo criativo utilizado pelos indivíduos na construção das próprias histórias, a oficina busca explorar esse recurso também como uma ferramenta de escrita. “Queremos cutucar essas memórias, envolvê-las de perguntas e criar espaços de autonomia na escrita para torná-las outras coisas, como narrativas ficcionais ou poesias”, explica Jessica Stori, que além de escritora é historiadora e ilustradora. As ministrantes da oficina traçaram, para os dois dias de aula, um caminho de perguntas a serem colocadas sobre as memórias pessoais dos participantes a partir de exercícios de escrita. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Conhecida por uma poética intensa, apaixonada, melancólica e pseudobiográfica, atualmente a excelência de Florbela Espanca é comparada à de seus contemporâneos Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, embora ela não tenha participado das revistas que movimentaram o chamado modernismo português. A partir de livros autopublicados, Florbela Espanca trouxe para a poesia uma subjetividade feminina que desafiava os padrões sociais e literários portugueses do início do século XX. Com isso, abriu caminho para gerações posteriores de poetas mulheres, como Sophia de Mello Breyner Andresen, Maria Teresa Horta e Adília Lopes. Para quem deseja conhecer a obra dessa escritora portuguesa, Sonetos (José Olympio, 224 pp, R$ 49,90) reúne os volumes que ela publicou em vida, Livro de mágoas (1919) e Livro de Soror Saudade (1923), e as obras póstumas Charneca em flor (1930) e Reliquiae (1931). Além disso, dois estudos críticos sugerem caminhos para a leitura dos poemas: o primeiro, de 1950, assinado pelo poeta, ensaísta e crítico português José Régio, é um dos ensaios inaugurais sobre Florbela Espanca. O segundo, do poeta, crítico e professor de literatura portuguesa na Unifesp Leonardo Gandolfi, oferece uma leitura contemporânea. O projeto gráfico é assinado por Violaine Cadinot.

As formas do mar: poesia chinesa contemporânea (Jabuticaba, 176 pp, R$ 55), antologia organizada por Hu Xudong e Marcelo Lotufo e traduzida por Inez Zhou e Dora Ribeiro, apresenta dez jovens poetas chineses que constroem a poesia escrita na China hoje. Uma amostra criada através do ativismo cultural e poético de Hu Xudong (1970-2021), a antologia se propõe a construir um panorama diverso das possibilidades que a poesia encontra hoje na China, tanto no diálogo com a tradição milenar da cultura do país, como com as preocupações contemporâneas sobre o meio ambiente e o futuro do regime comunista. Com poemas de Jiang Tao, Jiang Hao, Qiao, Su Huatian, Du Lulu, Hu Sang, Han Bo, Su Xian, Zhu Yu e Hu Xudong, apresentados de forma bilíngue, o livro é a mais completa compilação do cenário poético chinês recente editado no Brasil. O crítico Francisco Foot Hardman, estudioso da cultura brasileira e chinesa, escreve na orelha do livro: “vários espaços-tempos perpassam na voz dessa jovem poesia. Assim sendo, as vozes que aqui se alternam nos lembram de romances clássicos como Margem da Água (sec. XIV), ou então a era esplendorosa da antiga poesia Tang (sécs. VII a X), intercruzadas em cenas cotidianas, prosaicas, que beiram algumas vezes o fantástico, outras vezes a contemplação melancólica de paisagens belas e distantes de uma pretensa hiperurbanização. Quantas rotas será possível seguir neste país tão maravilhoso e imprevisível?”.

Na proa do trovão (Laranja Original, 80 pp, R$ 60) é uma investigação poética sobre a trajetória do avô de Maurício Rosa. Sobre esse avô, o poeta teve de se haver com pouquíssimas informações ao longo dos anos: nada além de fragmentos e lembranças narradas por tias e tios. Este livro é uma tentativa de aproximação por meio da linguagem, um exercício de imaginação sobre sua descendência e a raiz familiar, que só pode ser tirada da terra com as mãos da poesia. É também uma aposta na palavra e em tudo o que ela pode criar — da invenção da subjetividade de um homem até o confessionário das intenções de um neto. Trata-se de uma sincera eleição pela literatura e por sua capacidade de promover acertos de contas e abraços até então impossíveis. “Em investigação poética, Maurício Rosa refez trajetos. Durante a marcha, cultivou palavras-flores. Minha tarefa, como devota de sua poesia, tal qual fazem os beatos em dia de cortejo, foi colhê-las. E enfeitar com elas o andor para a procissão por onde o Na proa do trovão há de passear pelas cidades, carregado por muitas mãos. Não se trata de profecia. É justo que aconteça dessa maneira” — Lilia Guerra.

A literatura não é um atrito capaz de alterar fatos ocorridos no passado. Ainda assim, a escrita é uma possibilidade de narrar novamente essas histórias (sobretudo no plural, para não enfrentarmos o perigo de uma história única), de outro modo que não aquele contado pelos “vencedores”. Em Existe a terra (7 Letras, 72 pp, R$ 48), de Tatiana Azevedo, a herança colonial e violenta que há anos se impõe no país é perturbada pelo desejo de arrombar senzalas organizar revoltas, e assim resgatar identidades quase apagadas como a de Catarina Paraguaçu, indígena tupinambá que foi a primeira a ler escrever e apagar a história da colonização. Os versos comprometidos com o ato político também afirmam nomes conhecidos, como o da cantora Dona Ivone Lara, o da ex-presidenta Dilma Rousseff e o da célebre psiquiatra Nise da Silveira, que ao longo da vida desenvolveu mania de liberdade. A autora faz do poema um campo de luta, para que ninguém mais seja soterrado pelos discursos dominantes de gênero.

eclipse (Patuá, 81 pp, R$ 60), terceiro livro do jornalista e escritor piauiense Hermes Coêlho, reúne poemas que abordam a força do que não parece visível, mas se faz presente ainda assim, para abordar o trauma da descoberta de que foi contaminado pelo vírus HIV e seus desdobramentos. A obra, publicada pela Editora Patuá, conta com a orelha assinada pelo poeta mato-grossense Nicolas Behr, prefácio do escritor cearense Pedro Jucá e posfácio do também autor, este piauiense, Adriano Lobão Aragão. Ora pessoal, ora quase filosófico, eclipse encerra o que o autor nomeia de “Trilogia do trauma”. “Nu” e “Violado”, suas publicações anteriores, compõem, junto do lançamento do momento, uma série de livros de poemas em que o autor expõe angústias que relacionam pertencimento e experiências humanas. O poeta destrincha a experiência da descoberta do vírus em seu corpo escancarando os silenciamentos impostos a quem recebe o rótulo de pessoa vivendo com o HIV e lida com o estigma social que isso significa ainda hoje. Segundo ele, a premissa do livro é trabalhar “o trauma de viver na companhia de um inimigo íntimo, um vírus que, tratado, não oferece risco a ninguém, mas que invisibiliza socialmente, segrega, exclui”.