Com o sucesso do filme Ainda estou aqui, de Walter Salles e baseado no livro de mesmo nome, outra obra de Marcelo Rubens Paiva volta agora à Lista de Mais Vendidos do PublishNews. Quarenta e dois anos depois do seu lançamento e dois anos depois de uma edição comemorativa de quatro décadas, Feliz ano velho (Alfaguara) está de volta entre os livros mais vendidos do país nas livrarias brasileiras. O livro, o primeiro do escritor e jornalista, conta a história do acidente que lhe deixou em cadeira de rodas e da sua recuperação. Se em Ainda estou aqui o escritor detalhou a vida da mãe, Eunice Paiva, e da resistência dela à ditadura militar após o sequestro e assassinato injustificados do ex-deputado Rubens Paiva em 1971, em Feliz ano velho ele escreve sobre o acidente que sofreu durante um passeio com amigos, num lago próximo à Rodovia dos Bandeirantes, em Campinas. Apesar de também mencionar o caso do desaparecimento do pai pelos agentes do regime, o livro se concentra mais nas relações familiares e de amizade que contribuíram na recuperação do autor. Inicialmente totalmente paralisado, aos poucos ele vai recuperando movimentos na parte superior do corpo. O livro é realizado nos próprios pensamentos de um jovem de 20 e poucos anos, com essa história, num momento pré-abertura política. Lançado em 1982 pela Brasiliense, três anos depois do acidente, Feliz ano velho se tornou um sucesso e marcou a geração que viveu aquela época, além de ter formado leitores Brasil afora. Em 2022, o Grupo Companhia das Letras lançou a edição especial de 40 anos, que agora faz sua estreia na Lista. Interrompendo uma sequência de semanas com crescimento no volume de livros, a Lista desta semana, que registra as vendas entre 18 e 24 de novembro, teve uma baixa de 25% em relação à semana anterior. No top 5, são três livros religiosos – Ainda estou aqui (Alfaguara) está em 9º lugar geral. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL) de 2024 começa neste sábado (30), no México, e vai até 8 de dezembro, consolidando-se como um dos maiores eventos do setor editorial no mundo. Os dias dedicados aos encontros profissionais ocorrem entre os dias 2 e 4 e a participação brasileira é organizada pelo Brazilian Publishers — projeto de internacionalização de conteúdo editorial brasileiro realizado em parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A participação também conta com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Neste ano, nove autores brasileiros já têm presença confirmada na comitiva oficial: Alexandre Alliatti, Mariana Salomão Carrara, Rita Maria Carelli, Amanda Julieta, Lucrecia Zappi, Djamila Ribeiro, Ana Fátima, Giovanna Carvalho Sant'Ana e José Henrique Bortoluci. O estande exclusivo do Brasil contará com a participação de dez editoras nacionais: Girassol Brasil, Callis, Carochinha, PAE, Global Editora, UNICAMP Press, Panda Books, Mil Caramiolas, VR Editora e CEDIC International/Bombom Books. O Brasil também tem participações garantidas no programa The Bologna Grand Tour 2024, itinerância da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha (BCBF). Entre os destaques da programação, estão a participação de Dolores Prades (diretora do Instituto Emilia e consultora da Feira de Bolonha para a América Latina) e da autora e ilustradora Rita Carelli. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Câmara dos Deputados aprovou uma lei que coloca nome da escritora Carolina Maria de Jesus no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De acordo com a Carta Capital, na última quarta (27) foi tomada a decisão no plenário, que agora segue para votação no Senado. De acordo com a reportagem, o primeiro livro da autora, Quarto de despejo: diário de uma favelada, de 1960, vendeu cerca de 10 mil exemplares em apenas uma semana e foi traduzido para 13 idiomas, sendo distribuído em mais de 40 países. O projeto de Lei 773/24 é de autoria da deputada Érika Hilton (PSOL). O Globo publicou uma nota contando mais da trajetória da autora paulista. Em janeiro de 2024, o presidente Lula sancionou uma lei que incluiu Luiz Gonzaga e Abdias do Nascimento no livro de Heróis e heroínas da pátria. O colunista Sérgio Rodrigues usou seu espaço na Folha pra contar sobre lançamentos que "ensinam a fazer arte por caminhos diferentes". E Juliana de Albuquerque escreveu em sua coluna sobre o trabalho envolvido no hábito da leitura. O Estado de S. Paulo fez um webstories listando oito novos livros para ler no final de semana. E Leonardo Neto escreveu para o Estadão sobre a popularidade dos livros de atrizes e atores. A Revista Veja detalhou o processo de escrita de Matt Haig, autor de sucessos como A biblioteca da meia-noite (BetrandBrasil), que transforma traumas em livros. Sucesso de público, o gênero de true crime foi tema na Revista Monet, com oito livros que viraram série. O Valor Econômico repercutiu a lista do jornal britânico Financial Times com os melhores livros de negócios de 2024. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Livro e liberdade deveriam ser a mesma coisa. Desde a invenção dos primeiros símbolos, liberdade fomentou leitura e interpretação, que estimularam a circulação de livros, e esse ciclo é liga das principais engrenagens do processo civilizatório. “A liberdade é uma livraria”, ensinou o poeta espanhol Joan Margarit. A oferta de livros deve ser livre. A demanda também. O conteúdo, sem dúvida, só será de qualidade se produzido isento de sombra censora, escrito sem medo de pensar. Livros são e devem permanecer sempre livres em todos os aspectos, inclusive nos preços. Assim como é feito com a maioria dos produtos confeccionados sob livre iniciativa, quem deve calcular e estabelecer o preço de venda de um livro é a empresa que o oferta ao mercado, no nosso caso a editora, que investiu na produção e assumirá os riscos da publicação. No Brasil, a cadeia produtiva dos livros não é tranquila nem voa em céu de brigadeiro, mas é capaz de equilibrar oferta, demanda e preços, sempre fez, funciona. Como a prática insiste em interferir nas teorias, o mercado editorial apresenta um calcanhar de Aquiles que desafia o pensamento econômico. Longe do senso comum que acredita ser a digitalização do mundo, ou os baixos índices de leitura, nosso ponto mais fraco hoje é exposto por um estratagema antigo, utilizado por varejistas generalistas, e que sufoca nossos pontos de venda especializados. O livro está sendo usado como isca de baixo investimento para pesca e cativação de clientes qualificados. Quem compra e lê livros já venceu ou vai vencer na vida e, nesse sentido, é o peixe que todo varejista deseja em seu aquário. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

Acontece neste final de semana (30 de novembro e 1º de dezembro), mais uma edição da Virada Nerd, evento organizado pela Devir desde 2014 e que já é tradição no calendário geek. Nesta edição, além das lojas participantes, a Virada terá uma sede presencial no Centro Cultural de São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, Liberdade – São Paulo / SP), com a participação de editoras e quadrinistas independentes (expondo e vendendo seus quadrinhos), além de uma programação totalmente gratuita e diversa. Além disso, mais de 80 livrarias e lojas especializadas no Brasil inteiro participam da celebração. O ponto alto do evento é o Dia do Quadrinho Grátis, realizado nas mesmas datas desde 2016, e que promove o incentivo à leitura, distribuindo quadrinhos criados especialmente para a ação. Nesta edição, serão sete títulos impressos - mais de 18 mil exemplares especiais serão distribuídos gratuitamente -, além de 18 títulos digitais que serão disponibilizados para download através da Amazon nos dias do evento. A extensa programação da Virada Nerd tem como convidados nomes como André Vianco (autor), Fernando Caruso (humorista), Eric Peleias (quadrinista), Germana Viana (quadrinista), Paulo Roberto (gerente editorial da Devir), Ivan Reis (quadrinista), entre outros.Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O mercado de livros independentes e especialistas no Brasil tem crescido de forma expressiva, impulsionado pelo aumento do acesso a plataformas de autopublicação. Estima-se que milhares de títulos sejam lançados anualmente por autores independentes. No entanto, a tiragem ainda é limitada, pois muitos escritores enfrentam dificuldades para fazer com que seu conteúdo chegue ao público desejado. É nesse contexto que a Buzz Editora lança seu novo selo: UNNO. O processo para os autores que desejam utilizar o novo serviço envolve enviar um e-mail para contato@buzzeditora.com.br com os detalhes da publicação. Após uma análise inicial, a editora disponibilizará uma equipe de profissionais para acompanhar todas as etapas, desde a escrita até a publicação, com a possibilidade de vender os livros em marketplaces ou livrarias físicas. “Nosso papel é facilitar a vida do autor, garantindo qualidade na produção e rapidez no processo. Durante esses oito anos no mercado, percebemos que há muito conteúdo de qualidade sem oportunidade de publicação, e não podíamos deixar de pensar nesse público”, explica Anderson Cavalcante, CEO da Buzz Editora. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Editora Mostarda está à procura de um promotor de vendas. É preciso ter experiência em trabalhar com livros; disponibilidade para viagens; conhecimento básico em pacote office; boa comunicação pessoal e escrita; e residir em São Paulo. As funções do cargo incluem visitar clientes e promover treinamentos; acompanhar os títulos de catálogo e lançamento junto aos PDVS; cuidar da exposição e promoção dos produtos junto as livrarias; auxiliar nos eventos; e fazer relatórios semanais sobre o desempenho e atividades realizadas. Interessados devem encaminhar currículos para comercial@editoramostarda.com.br até 10 de dezembro.

A I Feira Literária Parque Realengo (FLIPR), marcada para ocorrer de 13 a 15 de dezembro, no Parque Realengo Jornalista Susana Naspolini e Nave do Conhecimento de Realengo (RJ), terá como patrona homenageada a escritora e ensaísta Rosiska Darcy de Oliveira, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). A cerimônia de homenagem acontecerá no dia 13 de dezembro, na Nave do Conhecimento de Realengo, às 16h, marcando a data simbólica dos 56 anos do Ato Institucional nº 5 (AI-5), período em que Rosiska foi forçada ao exílio durante a ditadura militar. A escolha de Rosiska como patrona da FLIPR reafirma o compromisso da feira com a defesa da democracia, liberdade de expressão e o acesso à cultura. Em sua trajetória, a escritora se tornou uma importante voz em defesa dos direitos humanos, da educação e da igualdade de gênero. Na ocasião, Rosiska conversará com o público sobre temas como democracia, liberdade de expressão e o papel da literatura na sociedade. Confira a programação completa clicando aqui. Idealizada por Tamyris Torres, jornalista, escritora, psicanalista e CEO na A Casa da Escrita, a FLIPR conta com o apoio oficial da Secretaria Executiva do Rio, e faz parte da programação oficial do Rio Capital Mundial do Livro 2025. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O Prêmio Ecos da Literatura chega a sua 6ª edição. As inscrições acontecem até o dia 30 de dezembro. Poderão participar autores brasileiros e profissionais do livro com mais de 16 anos e que tenham publicado ou atuado em obras literárias no ano de 2024. Cada participante poderá inscrever quantas obras desejar, desde que sejam de sua autoria, publicadas em formato físico ou digital. Para se inscrever, é necessário acessar o link no site. A votação do prêmio acontecerá no mês de fevereiro de 2025 e a premiação em maio de 2025, em São Paulo. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em 2017, Vera Iaconelli aceitou o desafio de traduzir o cotidiano a partir do referencial psicanalítico. Desde então, os artigos publicados periodicamente na Folha de S.Paulo exploram diversas camadas da sociedade contemporânea através de temas como relações afetivas, feminismo, masculinidade, educação, sexo e política, além, claro, de parentalidade. Uma abordagem fluida e consistente que foi inevitavelmente marcada por dois eventos de grande impacto social: o fortalecimento de tendências autoritárias, com a ascensão de Bolsonaro, e a eclosão de uma pandemia global. Seguindo o fio dos acontecimentos que marcaram ― e marcam ― nossa época, Felicidade ordinária (Zahar, 304 pp, R$ 69,90) reúne algumas das reflexões relacionadas à premissa de que o sofrimento ordinário é permeado de felicidade ordinária, episódica e fugaz. Em uma alentada introdução inédita, a autora reflete sobre as contribuições singulares da psicanálise para o enfrentamento das questões contemporâneas que marcam nosso dia a dia. Para Iaconelli, esse constante questionamento ético e subjetivo oferece ferramentas para que cada um de nós se defronte com nossos medos, traumas e desejos, permitindo-nos assumir nossas condições existenciais, sejam elas de âmbito individual, coletivo, cultural ou político.

Seja por apresentar a história da psicanálise durante a ditatura militar brasileira, período no qual ela se institucionaliza, ganha reconhecimento e se dissemina, mas também por expor o que, como sociedade, encobrimos e silenciamos, Psicanálise na ditadura (Perspectiva, 448 pp, R$ 129,90), de Rafael Alves Lima, é uma obra de duas vias que se entrelaçam por todo o percurso da pesquisa. Último país do Cone Sul a passar a limpo as responsabilidades pelos crimes cometidos pela ditadura, o Brasil não conseguiu tirar da Comissão da Verdade nenhuma consequência prática. Ao contrário, permitiu que pairasse sobre nossa vida político-institucional o fantasma da ditadura, nos assombrando como sintoma de uma neurose, que viola e corrompe. O objetivo do livro é reconstituir o papel desempenhado pela psicanálise no Brasil durante o período ditatorial entre 1964 e 1985, com base em pesquisa nos arquivos, desde a aliança de ocasião do autoritarismo militar com setores liberais da sociedade civil, passando pelo endurecimento do regime nos últimos anos da década de 1960 e início da de 1970, até o período da abertura política nos anos 1980. O autor analisa crítica e factualmente como se portaram os movimentos psicanalíticos frente às injunções da ditadura. O prefácio é assinado por Christian Dunker.

Em O cérebro leitor (Contexto, 352 pp, R$ 93,90 – Trad.: Alcebiades Diniz Miguel), a partir de estudo amplo, a autora Marianne Wolf explora a complexidade e a importância do ato de ler, e destaca a relevância histórica daquilo que ela chama de “leitura profunda”, capaz de moldar nosso cérebro e cultura. Como aprendemos a escrever e a ler? O título explora como o desenvolvimento dessas habilidades transformou o cérebro e o próprio mundo. Conforme mostra Wolf, o cérebro que decodificou as minúsculas tabuletas de argila dos sumérios é um órgão muito diferente daquele que está imerso na alfabetização impulsionada pela tecnologia de hoje. Com exemplos de casos reais fascinantes e histórias pessoais espirituosas, a autora do best-seller O cérebro no mundo digital, apresenta novamente, em O cérebro leitor, uma obra que se comunica com diversos públicos em linguagem simples e clara, mas sem perder seu caráter científico.

Alexander Lowen conceitua em O corpo em terapia (Summus, 360 pp, R$ 118,60 – Trad.: Maria Silvia Mourão Netto) a estrutura de caráter como um padrão organizado e repetitivo de pensamentos, sentimentos e comportamentos que caracterizam uma pessoa. Essa estrutura não é estática, mas se desenvolve ao longo da vida, moldada pelas experiências de cada indivíduo, sobretudo durante a infância. Para o autor, a estrutura de caráter não se limita à esfera psicológica, mas se manifesta de forma concreta no corpo. Nesta obra seminal, Lowen mergulha profundamente na obra psicanalítica de Freud e nas ideias de Reich para extrair delas uma síntese de sua maior criação: a terapia bioenergética. Aqui, ele conceitua sete tipos de caráter: oral, masoquista, histérico, fálico-narcisista, passivo-feminino, esquizofrênico e esquizoide. Livro fundamental para terapeutas corporais e para todos os que desejam compreender melhor a íntima relação entre corpo e mente.

Entre aqui e lá (Gryphus, 176 pp, R$ 79,90), da autora Susana Balán, busca mostrar como as pessoas com personalidade link são buscadores intrépidos, inquietos com o status quo, que navegam pela vida de maneira única e muitas vezes dolorosas. Sua personalidade é difícil de diagnosticar, pois sua dor interna não é facilmente refletida. Desde a infância sentem-se “diferentes”, sentindo culpa e medo sem motivo aparente. O seu caminho para a idade adulta é tortuoso e imprevisível, desafiando as normas sociais e procurando uma identidade coesa dentro dos seus vários “eus” que lhes proporcione paz interior. Muitas vezes as pessoas com personalidade link parecem presas nos espaços “intermediários” da vida. Desconfortáveis, porque sentem que não cabem completamente em nenhum lugar e, ao mesmo tempo, sabem que cabem parcialmente em qualquer lugar. Vivem em constante dissociação, caracterizada por um sentimento de incerteza, perplexidade e conflito sobre quem são. Isto se deve aos muitos pensamentos, sentimentos, perspectivas e crenças contraditórias que constantemente giram dentro delas. A tarefa de saber qual de todas essas verdades é a sua realidade é central em suas vidas.