A Feira do Livro de Frankfurt se mantém como o maior e mais importante evento para profissionais do setor editorial mundial. Em seu relatório oficial, referente aos três primeiros dias de evento (16 a 18 de outubro) – voltados para profissionais do setor – a organização da Feira reportou um aumento de 9% em relação aos visitantes profissionais, vindos de 131 países. A expectativa era que até domingo (21) o número total de visitantes profissionais chegasse a 114 mil. Em 2023 foram 105 mil, vindos de 130 países. Essa 76ª edição contou com mais de 4,3 mil expositores que apresentaram seus livros, produtos e serviços na feira, o que representa um aumento de 7,5% em comparação a 2023 (4 mil expositores). Além disso, o sábado da feira (19) teve os ingressos esgotados. Já o Literary Agents & Scouts Centre (LitAg) – que meses antes do início da feira já estava com ingressos esgotados – recebeu 320 agências de 31 países; no LitAg e no Publishers Rights Centre, 593 mesas foram vendidas no total (2023: 588 mesas). Alguns dos acordos de direitos significativos na feira foram um livro de memórias do repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que já foi preso; a aquisição global de três romances históricos de Philippa Gregory; e a trilogia de fantasia The Rainshadow Orphans, da escritora britânica Naomi Ishiguro. Tópicos quentes discutidos nos palcos da feira do livro incluíram sustentabilidade – principalmente em relação à inteligência artificial –, acessibilidade, tradução e áudio. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

No Podcast do PublishNews desta semana, reproduzimos dois painéis realizados na Casa PublishNews na Flip 2024: Reflexões e ações urgentes em prol do mercado do livro e do fomento à leitura no Brasil (I e II). Foram duas mesas que falaram sobre políticas públicas, Lei Cortez, o papel das editoras, livrarias, entidades de classe e todas os elos da cadeira sobre as questões mais relevantes do mercado. Na primeira parte contamos com: Ângelo Xavier (presidente da Abrelivros, diretor-geral da Editora Moderna), Cecilia Arbolave (editora da Lote 42, fundadora da Banca Tatuí, organizadora da feira Miolo(s)), Lizandra Magon (presidente da LIBRE, diretora-editorial da Editora Jandaíra), Luciano Monteiro (vice-presidente da CBL, diretor de Comunicação e Sustentabilidade do Grupo Santillana) e mediação de Guilherme Sobota (editor-chefe do PublishNews). Na segunda parte, contamos com a presença de Fabiano Piúba (secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura), Renata Costa (Ex-secretária do Plano Nacional do Livro e Leitura, gestora da empresa Palavralida) ,Rui Campos (diretor de comunicação da ANL, sócio da Livraria da Travessa), Vagner Amaro (bibliotecário, jornalista, publisher da Malê Editora) e Cristiane Mateus (publisher da Maralto Edições). O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet; da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas; e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a entidade que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

A Feira do Livro confirmou as datas de realização de sua quarta edição: em 2025, cerca de 150 editoras, livrarias e instituições ligadas ao livro e à leitura voltarão a ocupar a praça Charles Miller, em frente à Arena Mercado Livre Pacaembu, entre os dias 14 (sábado) e 22 de junho (domingo), pegando o feriadão de Corpus Christi (a partir de quinta, 19). Em 2025, o festival literário paulistano vai homenagear em sua programação escritores, editores e livreiros do Rio de Janeiro, que a partir de abril será a Capital Mundial do Livro. A Bienal carioca deverá ocorrer durante as mesmas datas da Feira do Livro. De acordo com a organização da Feira, houve uma coincidência não intencional. "A data da Feira do Livro é tradicionalmente em junho e a volta ao feriado de Corpus Christi foi uma sugestão de vários expositores, pois foi bem avaliada em 2023", explica o diretor cultural d'A Feira do Livro, Paulo Werneck. "O calendário da praça Charles Miller é disputado e obedece a critérios locais e até internacionais, mudar a data não é algo trivial nem garantido. Acreditamos que a coincidência não afetará o público, que não é o mesmo, e estamos trabalhando em medidas inovadoras e em parcerias para facilitar a presença dos expositores que estejam em ambos os eventos", aponta. Entre outras medidas, a Feira articula com livreiros um modelo em que as livrarias independentes possam operar os estandes das editoras. "Isso já ocorria na Feira do Livro, que tem um convívio entre livreiros e editores, o que é raro nas feiras, e acredito que a situação vai aprofundar. Isso é bom para o mercado de livros, para as livrarias, para as editoras". Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O mercado editorial brasileiro tem experimentado, nos últimos anos, um notável crescimento dos eventos que não só celebram a literatura, mas que também movimentam toda a cadeia produtiva do setor. Entre os principais responsáveis por essa movimentação estão as Bienais do Livro realizadas nas duas maiores capitais do país, Rio de Janeiro e São Paulo. Esses dois eventos, longe de se colocarem em competição, têm se mostrado complementares, estabelecendo uma dinâmica de sinergia que beneficia o mercado editorial como um todo. O sucesso de uma edição desperta o apetite das editoras para a próxima, criando uma espiral positiva que mantém o interesse e a participação ativa das principais empresas do setor. A Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada no mês passado, foi um exemplo claro desse movimento: grandes editoras, impressionadas com o sucesso do evento paulistano, já ampliaram seus planos para a Bienal do Livro Rio, marcada para junho do ano que vem. A antecipação é tamanha que, a oito meses de sua abertura, mais de 90% dos espaços já estão reservados, consolidando o evento como um dos maiores marcos do calendário cultural. Além de manter o mercado editorial aquecido, as Bienais servem como espaços de inovação e aprendizado. Cada encontro traz novas ideias que são aprimoradas e levadas para o evento seguinte. São Paulo, por exemplo, introduziu iniciativas como a venda antecipada de ingressos com cashback este ano, além da reserva online de senhas para sessões de autógrafos. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O escritor romeno Mircea Cărtărescu deu sua primeira entrevista no Brasil para O Globo e falou sobre ser 'esnobado' pelo Prêmio Nobel. Em entrevista para o jornal carioca uma semana antes do anúncio de que Han Kang vencera o Prêmio Nobel de Literatura, ele disse que não gosta dessa época do ano, pela forma como os jornais da Romênia repercutem o assunto. No papo, falou também sobre a Guerra da Ucrânia e porque seus livros não são publicados na Rússia. Ancelmo Gois usou sua coluna no jornal O Globo para comentar novo lançamento de Luccas Neto, que coloca seu filho como protagonista do novo título. O Estado de S. Paulo reproduziu um texto do The Washington Post que conta de forma bem humorada sobre uma exposição na Áustria com marcadores de páginas improvisados que foram encontrados dentro dos livros da Biblioteca Central de Viena, ao longo dos últimos 20 anos. Foi lá também a publicação sobre as expectativas da autora Han Kang após vencer o Prêmio Nobel de Literatura. Na Ilustríssima, da Folha, Joca Reiners Terron publica um artigo sobre a poesia de João Bandeira. O caderno também fez uma reportagem que trata da nova saga de Alan Moore, autor de Watchmen. O autor britânico fala sobre recriar o bairro que morou na infância em Jerusalém, sua nova obra, a ser publicada no Brasil em três volumes pela Veneta com tradução de Marina Della Valle. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A editora HarperCollins está em busca de um estagiário de contabilidade, para atuação no escritório do Rio de Janeiro. O estagiário dará apoio em atividades como análises das contas de ativo e passivo e das despesas do mês real x orçado; identificar e preparar lançamentos de estorno e provisão mensal; suporte na consolidação do fluxo de caixa real e orçado e na atualização do DRE mensal; e na atualização de relatórios gerenciais para envio à Matriz. Aos interessados, é necessário estar cursando Ciências Contábeis. Também é desejável conhecimento avançado em Excel e inglês intermediário, além de ter um perfil organizado e atento aos prazos. Para se candidatar, basta se inscrever clicando aqui.

A Editora do Brasil anuncia a abertura das inscrições para o 1º Concurso Novas Autorias. Até o dia 14 de novembro de 2024, escritores brasileiros em língua portuguesa, maiores de 18 anos (completados até a data de início das inscrições), que comprovem residência fixa em um dos estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste ou Norte do Brasil e sem nenhuma publicação similar anterior pela Editora do Brasil, podem enviar textos originais inéditos, voltados ao público infantil. Para mais informações, acesse o regulamento do concurso. Visando uma maior presença de autoras e autores de regiões historicamente menos representadas no catálogo da Editora do Brasil este será um mecanismo de avaliação e seleção que buscará estimular um olhar mais cuidadoso para criações literárias desses estados e regiões. Dessa forma, a editora tem como objetivo nesta primeira edição do concurso, incentivar as produções regionais, colocar em evidência escritores desses territórios e reforçar seu compromisso com a diversidade e o alcance de seu catálogo. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Consulado Geral de Portugal em São Paulo receberá, no dia 4 de novembro, às 19h, o autor português José Luís Peixoto, vencedor do Prêmio José Saramago e Prêmio Oceanos, em um evento gratuito que marca o encerramento da 16⁠ª Tarrafa Literária, festival de literatura, programado para acontecer em Santos, durante 30 de outubro e 3 de novembro e contará com mais de 40 escritores. O escritor participa de uma mesa com o editor e livreiro José Luiz Tahan (criador da Tarrafa), com a mediação do jornalista e crítico literário Manuel da Costa Pinto. José Luís Peixoto nasceu em Galveias, em 1974. É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias, traduzidas a um vasto número de idiomas e sendo estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. “Depois de participar da Tarrafa Literária em Santos teremos este encontro, que de certa forma encerra o evento, em São Paulo, em um espaço nobre, que celebra o nosso idioma e a nossa literatura”, comenta José Luiz Tahan, idealizador do festival. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Primeiro livro adulto de Elizabeth Acevedo, vencedora do National Book Award, A despedida de Flor (Record, 460 pp, R$ 79,90 – Trad.: Luisa Geisler) é uma história única e vívida de uma família dominicana contada pela voz de suas mulheres. Flor Marte tem um dom: ela é capaz de prever a morte. Por isso, quando decide realizar um funeral em vida para si mesma – uma festa para reunir familiares e amigos e celebrar sua longa vida –, suas irmãs são pegas de surpresa. Flor previu a própria morte? A morte de alguém? Há alguma outra motivação por trás disso? Ela, no entanto, se recusa a dar mais explicações para as irmãs Matilde, Pastora e Camila. Acontece que Flor não é a única da família a guardar segredos. Matilde tenta há décadas ignorar as traições do marido, mas agora se vê forçada a lidar com a situação de seu casamento. Pastora, por sua vez, é a irmã mais reservada, mas o funeral de Flor a motiva a tentar resolver de uma vez por todas o relacionamento de Matilde. E a mais nova, Camila, normalmente esquecida pelas irmãs, decide que esse não vai mais ser seu status na família. Enquanto isso, a geração mais jovem das Marte encara os próprios dilemas: Yadi tem de cuidar do bufê do funeral ao mesmo tempo que lida com o retorno de um ex-namorado que havia sido preso quando ambos eram adolescentes; e sua prima Ona, casada há anos, quer ter um bebê a todo custo e precisa decidir se vale a pena seguir em frente – seja com o plano da maternidade, seja com sua vida profissional como antropóloga, que parece ter perdido o brilho. Ao longo dos dias que antecedem o funeral, A despedida de Flor acompanha a vida de cada uma das mulheres da família Marte, entrelaçando passado e presente, Santo Domingo e Nova York.

Se a maior parte da prosa de ficção hoje atribui aos personagens nauseantes papéis menores de destinatários de julgamentos – feitos pelos próprios autores que os imaginaram –, Ilha pode ser considerado um escritor dissonante. Em Senhor cão, quem deve julgar é o leitor. E o alvo é o próprio personagem, sem o qual não haveria narrativa. O romance, que marca a estreia do escritor e editor na narrativa longa, terá sessões de lançamento em Porto Alegre e São Paulo. Visceral nos temas e, muitas vezes, na prosódia, Senhor cão (Aboio, 192 pp, R$ 59,90) se constrói em torno de um protagonista condenável, cuja existência se afirma pela régua da opressão. Mas se os homens monstruosos aterrorizam, é porque não cabem em modelos; são intrincados e, inevitavelmente, estão atravessados pela própria história. Senhor cão narra a trajetória de Pedro Póvoa, que se beneficia de sua condição masculina numa sociedade patriarcal para cometer pequenos delitos de comportamento. Premido por uma pressão social cada vez maior acerca de seus atos, muitos dos quais abomináveis, decide migrar para a Portugal onde, julga ele, terá sossego em relação a suas condutas devido à sua dupla nacionalidade.

Em Cassandra em Mogadício (Nós, 376 pp, R$ 89 – Trad.: Francesca Cricelli), Igiaba Scego, filha de imigrantes exilados na Itália durante a ditadura de Siad Barre na Somália, mistura seu italiano de origem com os sons da língua somali para compor ao mesmo tempo uma carta a uma jovem sobrinha, um relato histórico, uma genealogia familiar e um laboratório alquímico no qual o sofrimento se transforma em esperança graças às palavras. Como um fio, este romance envolvente revela como acontecimentos do mundo nos constituem intimamente e une o que a história gostaria de separar: seu avô, intérprete do General Graziani durante os anos infames de ocupação italiana na Somália; seu pai, diplomata e homem de cultura; sua mãe, criada num clã nômade e então engolida pela guerra civil; as humilhações da vida como imigrantes em Roma nos anos 90; a falta de uma língua comum numa grande família espalhada entre diferentes continentes; uma doença que dia após dia sequestra a humanidade dos olhos.

Quando a avó de Beck, Louise, descobre que não tem muito tempo de vida, ela embarca em uma viagem insana que envolve saltos de paraquedas, mergulhos com tubarões e várias outras loucuras. E não importa o quanto Beck proteste, a mulher está resoluta e não tem medo de bloquear o número do neto. Agora, a única fonte de informação de Beck é Eleanor, a companheira de aventuras da avó, uma solteirona sem nada para fazer que também se recusa a pôr um fim na viagem. Ou pelo menos era o que Beck achava. Em Desvios do destino (Harlequin, 336 pp, R$ 59,90 – Trad.: Isabela Sampaio), o personagem decide encontrar a avó e pôr fim naquilo ele mesmo, quando descobre que Eleanor não é ninguém menos que a linda mulher com quem quase teve um caso. E, se ter deixado a moça esperando não fosse motivo suficiente para gerar uma antipatia, as diferentes abordagens de Beck e Eleanor sobre esta viagem com certeza vão colocar lenha na fogueira. Mas logo a jornada se mostrará mais transformadora do que os dois poderiam prever, e ambos vão precisar repensar decisões há muito tidas como certas.

Aos 14 anos, Ella teve seu primeiro dia de trabalho como costureira, quando descobriu um mundo de sedas, costuras, tesouras, alfinetes, bainhas e adereços. Mas essa não era uma oficina de costura convencional, assim como seus clientes não eram pessoas comuns. Ella se juntou às costureiras de Birkenau-Auschwitz por necessidade. Cada vestido que costurava significava a diferença entre vida e morte, fazendo deste ateliê um local de sobrevivência. No trabalho, em meio ao mundo da modelagem e cercada pelos tecidos, Ella busca refúgio da realidade e de memórias assombrosas. Diante dessa realidade, em A fita vermelha (Planeta, 526 pp, R$ 59,90 – Trad.: Flávia Souto Maior), Ella precisa tomar decisões dolorosas sobre até onde é capaz de chegar para sobreviver. Será que realmente ama a modelagem e a criatividade, ou a tarefa não passa de uma mera colaboração com seus algozes, uma forma de se manter viva? Lutará por si mesma sozinha, ou confiará na importância de uma amizade cada vez mais profunda com Rose?