A 14ª Festa Literária das Periferias (Flup) promoverá um encontro de gigantes da literatura contemporânea. A anglo-nigeriana Bernardine Evaristo e a brasileira Conceição Evaristo são duas das convidadas especiais desta edição. As autoras farão parte de uma mesa de debate no dia 13 de novembro, no Circo Voador, como parte da programação da Flup, que ocorre entre os dias 11 e 17 do mesmo mês, concomitante ao G20. Antes de desembarcar no Rio, Bernardine Evaristo participa de um encontro em São Paulo, no Teatro Cultura Artística, no dia 11 de novembro. Com mediação de Isabela Noronha, o evento será produzido pela Companhia das Letras em parceria com a Livraria Megafauna e a Flup. Com extensa programação artístico-cultural, a programação deste ano da Festa Literária é composta em mais de 90% por mulheres negras. Primeira mulher negra a ganhar o prêmio Booker Prize, Bernardine Evaristo é autora de livros de ficção e não ficção, traduzidos em mais de 40 idiomas. Em suas obras a escritora aborda a diáspora africana entre o passado, o presente e a fabulação. No início de 2024 a autora lançou no Brasil o título Sr. Loverman (Companhia das Letras), um romance protagonizado por um homem negro, gay e imigrante. Admiradora confessa de Bernardine, Conceição Evaristo se dedica ao reconhecimento da ancestralidade africana e retrata o cotidiano de mulheres negras e os preconceitos enfrentados por elas em todos os campos da sociedade. Ganhadora do Prêmio Jabuti, em 2019, como personalidade do Ano, a escritora é também uma imortal da Academia Mineira de Letras. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A editora Manole está à procura de um executivo de vendas para prospectar novos clientes, incluindo não somente livrarias e distribuidoras, mas também instituições de ensino, órgãos públicos e bibliotecas. As funções do cargo também incluem realizar visitas e apresentações comerciais a clientes potenciais e existentes; colaborar com o time de marketing para o desenvolvimento de campanhas; fornecer feedback contínuo ao time editorial sobre as necessidades e sugestões dos clientes, ajudando a moldar o portfólio de produtos; participar de eventos do setor editorial; analisar tendências do mercado editorial e monitorar a concorrência para ajustar estratégias de vendas. É preciso ter experiência comprovada na área comercial, obrigatoriamente no ramo livreiro; e excelente comunicação verbal e escrita. Conhecimento sobre o mercado de livros CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais) será um diferencial. Interessados devem encaminhar currículos para rh@manole.com.br até 11 de outubro.

Após o sucesso do ano passado, a Bookwire, empresa alemã de tecnologia e distribuição voltada para o mercado editorial, anunciou o retorno do popular palco Audiobook Worlds à 76ª Feira do Livro de Frankfurt (16 a 20 de outubro). O evento de 2024 será apoiado e patrocinado pela especialista em som Loudspeaker Teufel, de Berlim. Este ano, o palco Audiobook Worlds se tornará mais uma vez uma plataforma para vozes narrativas conhecidas, estrelas de audiolivros e autores de editoras líderes como Lübbe, Saga Egmont, Der Hörverlag, Random House Audio, DuMont, Argon, Jumbo também como editoras independentes como a Klangkantine. O Audiobook Worlds Stage, apresentado pela Bookwire em colaboração com a Feira do Livro de Frankfurt, IG Hörbuch e apoiado pela Teufel, acontecerá nos dias 19 e 20 de outubro, no Hall 3.1 / K25 sob o teto da Frankfurt Audio. Os visitantes podem esperar uma mistura de leituras, apresentações ao vivo, painéis de discussão e amostras de áudio. “O palco do Audiobook Worlds é importante para apoiarmos o segmento de audiolivros”, disse John Ruhrmann, co-CEO e cofundador da Bookwire. “Após o feedback extremamente positivo do ano passado, esperamos tornar a experiência ainda mais envolvente para o nosso público em 2024!”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A 16ª edição do programa Viagem Literária – módulo Encontros com Escritores: Prêmio São Paulo de Literatura – inicia sua jornada por 15 cidades do interior, litoral e Grande São Paulo. Os municípios que irão realizar a primeira etapa desta programação, entre 1º e 4 de outubro, são: Cananéia, Cordeirópolis, Cubatão, Itanhaém, Itaquaquecetuba, Mococa, Narandiba, Porto Ferreira, Presidente Venceslau, São Bernardo do Campo, Rosana, Santa Cruz das Palmeiras, São José do Barreiro, São Bento do Sapucaí e São José dos Campos. Este momento tem como objetivo principal valorizar e resgatar a memória desse prêmio significativo para a literatura brasileira contemporânea, além de aproximar os escritores de seus públicos. O Viagem Literária é uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, do SisEB (Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo) e da SP Leituras - Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura. O módulo Encontros com Escritores: Prêmio São Paulo de Literatura acontece de 1º a 25 de outubro e vai agitar ao todo 67 bibliotecas do Estado de São Paulo. A ação visa estimular a leitura, a literatura e a valorização das bibliotecas públicas, buscando promover o prazer de ler e incentivar o uso desses importantes espaços culturais. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Para comemorar seu aniversário de 71 anos – no dia 3 de outubro, quinta-feira –, a Petrobrás oferecerá entrada gratuita ao Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/n, Estação da Luz - Acesso pelo Portão A – São Paulo / SP) para todo mundo, o dia inteiro. A Petrobras é a patrocinadora máster do Museu por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Quem aproveitar o presente oferecido pela empresa poderá visitar a exposição principal do Museu da Língua Portuguesa e a mostra temporária Línguas africanas que fazem o Brasil. Enquanto a exposição principal convida o público para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção, a mostra temporária destaca a presença das línguas africanas no português brasileiro. Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, a mostra temporária apresenta experiências imersivas e obras de arte interativas. Ingressos podem ser adquiridos clicando aqui. O patrocínio da Petrobras contribui para a dinamização de todas as atividades do Museu, incluindo programação cultural, programa educativo, pesquisas, cursos para professores, mobilização de escolas públicas para visitas mediadas, entre outras ações. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em sua estreia pela Bazar do Tempo, a poeta Luiza Mussnich propõe um diálogo com a tradição lírica da poesia, contrapondo uma humanidade que, apesar das ruínas visíveis no horizonte, ainda sente uma fome instintiva de representar, de rubricar, de gravar. O livro Todo o resto é muito cedo terá um evento de lançamento nesta terça (1º), na Livraria da Travessa de Pinheiros (Rua dos Pinheiros, 513, Pinheiros – São Paulo / SP), às 19h. “Tenho uma gaveta com dezenas de versões. Alguns poemas começaram a ser escritos há bastante tempo, em 2018. Ainda estou processando tudo que aconteceu nos últimos anos, realmente foi muita coisa, inclusive o devir-mãe, que é transformador, violento. A maneira que encontrei para transpor essas experiências foi escrevendo um livro ao longo do tempo e sobre o tempo das coisas: períodos de exceção, guerras, esperas, amores, astros, memória”, avalia a autora. Com texto de orelha da escritora, ensaísta e acadêmica Heloisa Teixeira e posfácio da poeta e tradutora Prisca Agustoni, vencedora do Prêmio Oceanos 2023, o lançamento de Todo o resto é muito cedo marca um ponto de inflexão na carreira literária da poeta carioca. Em seu terceiro livro (além de duas plaquetes), Luiza faz sua estreia na editora Bazar do Tempo, que neste ano passa a ampliar seu catálogo com apostas em autoras femininas contemporâneas da literatura brasileira. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A organização social Liga Solidária – que atende, direta e indiretamente, 28 mil crianças, jovens, adultos e idosos em situação de alta vulnerabilidade social – e a Riachuelo estão juntas na Campanha “Ler é brincar”, para incentivar crianças a lerem. A marca promoverá pontos de arrecadação de livros infantis a serem posteriormente doados à Liga Solidária, que atende mais de 1,2 mil crianças e adolescentes. A arrecadação será realizada até 13 de outubro, em cinco lojas Riachuelo e o escritório sede da marca, em São Paulo, e no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro. Para fortalecer o incentivo às doações, a campanha contará com uma importante embaixadora: a maior medalhista olímpica do Brasil, Rebeca Andrade. Para um enriquecimento cultural ainda maior, a Liga Solidária e a Riachuelo levarão as crianças e adolescentes para uma visita educativa à Pinacoteca de São Paulo, um dos museus de artes visuais mais importantes do Brasil, acompanhados de voluntários da própria marca junto à equipe do museu. Clique no Leia mais para conferir os pontos de arrecadação.

O que é uma casa de família? Mais do que o sobrado em São Paulo que abriga o típico arranjo patriarcal da classe média brasileira, a expressão se refere aos locais aonde mulheres de todos os cantos do país, mas sobretudo do Nordeste, vão trabalhar como domésticas, babás, cuidadoras. Quando Soraia começa a registrar suas recordações, com a aproximação da meia-idade e percebendo as imagens de sua infância se embaralharem na mente, são as vozes dessas mulheres que insistem em ecoar ―aquelas que chegavam e partiam de sua casa em fluxo ininterrupto desde que a mãe ficou acamada por uma doença degenerativa. Somando a elas as memórias do pai, em suas jornadas para fechar as contas, e as do irmão mais velho, fascinado pelo empreendedorismo, Soraia tenta dar sentido às experiências que viveu. Autora estabelecida na literatura brasileira, com obras premiadas publicadas por diferentes editoras independentes, Paula Fábrio lança seu livro mais arrebatador. Casa de família (Companhia das Letras, 296 pp, R$ 79,90) explora questões de classe e gênero com maestria, buscando entender, por meio das pequenas relações encerradas em um ambiente doméstico, grandes temas do Brasil contemporâneo, desde os resquícios da escravidão até as origens da ideologia de extrema-direita.

Escrito por Dayse Lourenço, As mulheres do soneto (Folhas de Relva, 184 pp, R$ 62,90) é um envolvente romance de formação que se passa em uma pequena cidade do interior, quando ainda eram usadas as máquinas de escrever... Ainda menino, Carlos encontra na gaveta do escritório do pai, Ferdinando, um soneto manuscrito por ele, junto a duas cartas: uma de seu pai endereçada à mulher inspiradora dos versos, e outra, escrita por ela em resposta. Os versos deste soneto impressionam o garoto, que decide encontrar a identidade da musa de seu pai, procurando-a em cada mulher que o rodeia ao longo de sua vida, em todas as caligrafias que encontra, na sala de costura de sua mãe, no colégio, nas ruas. Fascinado, ele as observa de longe no início, e depois, de muito perto, aprendendo com elas, desvelando seus segredos à medida que cresce... e, ainda assim, continua envolvido com tais mulheres, que vêm perturbar sua existência ao mesmo tempo em que o inspiram.

Dois homens se encontram numa estrada do Alentejo, em Portugal, perto da fronteira com a Espanha, de onde ecoa a guerra civil. Dirigem-se para um destino comum, mas cada qual com o seu fardo: um, carrega o peso da vingança; o outro, uma carga de azeitonas. Entre dois entardeceres, a narrativa de O gesto que fazemos para proteger a cabeça (Dublinense, 312 pp, R$ 66,50) avança, sinuosa e inexorável, como uma trilha de formigas num terreno acidentado, uma atrás da outra. E nesse magistral enfileiramento de enredos e personagens, a única constante é o inconsciente gesto para proteger a cabeça — seja da fúria do vento ou da violência humana. Escrito por Ana Margarida de Carvalho, uma das mais aclamadas autoras da literatura portuguesa contemporânea, O gesto que fazemos para proteger a cabeça foi finalista do Prêmio Oceanos 2020. Em outubro, Ana Margarida será uma das atrações da programação oficial da Flip.

A imagem de um muro intransponível permeia o novo romance da escritora e professora universitária Ana Kiffer. No fim do ano de 1968, em Niterói, Cléa é presa em casa por militares da ditadura vigente. Estão à procura do seu marido, deputado em seu segundo mandato. Cléa tem dois filhos pequenos e está grávida de Ana. A prisão, a tortura e o medo cindem a vida da família e instauram entre todos o silêncio. Décadas depois, a história emerge em um diálogo entre mãe e filha, numa busca dolorosa pela verdade e pela possibilidade de reescrever um novo começo. Nascer de novo, como resposta a um momento histórico em que tudo parecia acabar. Com textos de contracapa de Manuela D’ávila e Julián Fuks, No muro da nossa casa (Bazar do Tempo, 98 pp, R$ 68) traz um diálogo imaginado entre mãe e filha que busca preencher com palavras os silêncios erguidos como muros de concreto. Para além do contexto histórico e político, a obra traz para o cerne da narrativa as subjetividades dos laços que unem mães e filhas, relações sempre marcadas por vidas e experiências pregressas. Nesse sentido, a autora aponta que não precisa de ditadura para haver violências brutais e determinantes na vida e nos corpos femininos.

Um lugar onde, sem julgamentos, todes são abrigados, acolhidos e cuidados: assim pode ser descrito o casarão centenário, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, que protagoniza A casa da mãe dos homens (Telha, 322 pp, R$ 82,90), de Ione Mattos. O livro conecta momentos históricos da cidade às vivências pessoais dos moradores da casa, vivos e mortos. O enredo não-linear foge ao tradicional, intercalando passagens dos atuais residentes da Casa com as vivências dos mais antigos, os quais, mesmo mortos, marcam presença irreverente, libertária e sensual nas singularidades da trama. O leitor, ao acompanhar a narrativa, é também convidado a refletir sobre fobias sociais ─ de gênero (LGBTQIA+), raça, sexo, pobreza, aparência ─ e de como tais medos violentam a vida e as aspirações das pessoas escolhidas como alvo dessas projeções. Costurando o enredo, temos a história de Lemuel, trazido do orfanato onde cresceu para a Casa da mãe dos homens por Mãe Mirtila, figura que se coloca à frente do lugar e faz de tudo para garantir amparo aos seus protegidos. Mas Lemuel é muito jovem e cheio de sonhos: haverá espaço para seus desejos pessoais entre aquela gente sem perspectiva de futuro? Os acontecimentos avançam, expondo segredos, envolvendo o jovem, a casa, seus habitantes e seu entorno, fazendo explodir a violência gerada e alimentada pelo medo.